Pois é.. o Natal aproxima-se a passos largos. Por agora faltam as compras de última hora e os preparativos para a grande ceia...
Infelizmente a época que deveria ser da família e da simplicidade é substituida pela azáfama do consumismo desenfreado, luzes, pressas, correrias...
Já que este é o primeiro Natal do Substância Inerte, não podia ficar inerte!
Aos leitores desejo um Santo e Feliz Natal!
P.S. Sejam ecológicos: nada de cortar árvores, e reutilizem o papel de embrulho!!! eh eh
22 de dezembro de 2010
30 de novembro de 2010
" Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
13 de novembro de 2010
Aung San Suu Kyi libertada...
Aung San Suu Kyi é uma líder política e activista dos direitos humanos birmanesa, premiada com o Nobel da Paz em 1991. É conhecida internacionalmente como líder da oposição ao regime ditatorial de seu país, que a manteve presa até hoje em razão de seus ideais democráticos.
Depois de ter vivido em Londres, regressou ao seu país em 1988. O seu retorno à Birmânia coincidiu com a eclosão de uma revolta popular espontânea contra vinte e seis anos de repressão política e de declínio económico no país. Em pouco tempo, Suu Kyi tornou-se a líder do movimento de contestação ao regime militar.
Após o seu partido (a Liga Nacional para a Democracia) ter obtido uma vitória esmagadora nas eleições de 1990, Suu Kyi viu-se remetida a prisão domiciliária pela junta militar que governa o seu país. A Birmânia continuou a ser dirigida pelo general Ne Win num regime ditatorial, mas a luta pela democracia ganhava crescente visibilidade e apoio internacional.
Em 1990, Aung San Suu Kyi ganhou o prémio Sakharov de liberdade de pensamento, e em 1991 foi galardoada com o Nobel da Paz.
«.. já está em liberdade, depois de sete anos consecutivos em prisão domiciliária. Suu Kyi convidou os seus apoiantes a trabalhar “juntos” para o futuro do país.
(...)Ter a sua voz mais popular fora da prisão domiciliária poderá significar, para a junta, algum reconhecimento internacional. E Suu Kyi já não seria uma ameaça eleitoral. Amanhã fará uma semana sobre as primeiras legislativas do país em 20 anos. O escrutínio - ganho pelo Partido da Solidariedade e Desenvolvimento da União, pró-junta - foi amplamente considerado uma farsa, ainda que vários analistas tenham referido que esta será uma oportunidade para um certo realinhamento político."As eleições não responderam às normas internacionais e os media foram impedidos de as cobrir", denunciaram ontem quatro especialistas da ONU, que exigiram também a libertação de 2200 presos políticos, "mantidos na prisão para que o processo eleitoral fosse inconclusivo". A Liga Nacional para a Democracia (LND) de Suu Kyi venceu esmagadoramente as legislativas de 1990, mas a junta nunca permitiu que acedesse ao poder. Desta vez, a LND optou pelo boicote, que teve como consequência o desmantelamento do partido, de acordo com a lei. Trata-se agora de uma suposta transição para um regime civil, mas um quarto dos assentos parlamentares ficam nas mãos dos militares. Qualquer alteração à Constituição vai exigir uma maioria de 75 por cento, o que significa que o Exército continuará a poder determinar o rumo do país, adianta a BBC. Alguns observadores questionam o papel que a líder da oposição vai realmente poder desempenhar. Win Tin, um dos fundadores da LND, não tem dúvidas: Aung San Suu Kyi em liberdade "será como uma enorme chuva. E quando a monção chegar à Birmânia, acordará todo o país para a vida".»
http://www.publico.pt/Mundo/suu-kyi-esta-finalmente-livre_1465942
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aung_San_Suu_Kyi
Depois de ter vivido em Londres, regressou ao seu país em 1988. O seu retorno à Birmânia coincidiu com a eclosão de uma revolta popular espontânea contra vinte e seis anos de repressão política e de declínio económico no país. Em pouco tempo, Suu Kyi tornou-se a líder do movimento de contestação ao regime militar.
Após o seu partido (a Liga Nacional para a Democracia) ter obtido uma vitória esmagadora nas eleições de 1990, Suu Kyi viu-se remetida a prisão domiciliária pela junta militar que governa o seu país. A Birmânia continuou a ser dirigida pelo general Ne Win num regime ditatorial, mas a luta pela democracia ganhava crescente visibilidade e apoio internacional.
Em 1990, Aung San Suu Kyi ganhou o prémio Sakharov de liberdade de pensamento, e em 1991 foi galardoada com o Nobel da Paz.
«.. já está em liberdade, depois de sete anos consecutivos em prisão domiciliária. Suu Kyi convidou os seus apoiantes a trabalhar “juntos” para o futuro do país.
(...)Ter a sua voz mais popular fora da prisão domiciliária poderá significar, para a junta, algum reconhecimento internacional. E Suu Kyi já não seria uma ameaça eleitoral. Amanhã fará uma semana sobre as primeiras legislativas do país em 20 anos. O escrutínio - ganho pelo Partido da Solidariedade e Desenvolvimento da União, pró-junta - foi amplamente considerado uma farsa, ainda que vários analistas tenham referido que esta será uma oportunidade para um certo realinhamento político."As eleições não responderam às normas internacionais e os media foram impedidos de as cobrir", denunciaram ontem quatro especialistas da ONU, que exigiram também a libertação de 2200 presos políticos, "mantidos na prisão para que o processo eleitoral fosse inconclusivo". A Liga Nacional para a Democracia (LND) de Suu Kyi venceu esmagadoramente as legislativas de 1990, mas a junta nunca permitiu que acedesse ao poder. Desta vez, a LND optou pelo boicote, que teve como consequência o desmantelamento do partido, de acordo com a lei. Trata-se agora de uma suposta transição para um regime civil, mas um quarto dos assentos parlamentares ficam nas mãos dos militares. Qualquer alteração à Constituição vai exigir uma maioria de 75 por cento, o que significa que o Exército continuará a poder determinar o rumo do país, adianta a BBC. Alguns observadores questionam o papel que a líder da oposição vai realmente poder desempenhar. Win Tin, um dos fundadores da LND, não tem dúvidas: Aung San Suu Kyi em liberdade "será como uma enorme chuva. E quando a monção chegar à Birmânia, acordará todo o país para a vida".»
http://www.publico.pt/Mundo/suu-kyi-esta-finalmente-livre_1465942
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aung_San_Suu_Kyi
24 de outubro de 2010
Vendendo Doenças...
Encontrei esta entrevista acerca de algumas estratégias do markting farmaceutico e nao resisti em por aqui alguna excertos:
«(...)"Vemos que há um padrão, que isto está a acontecer com várias doenças, e é cada vez mais frequente. Há cada vez mais pessoas a serem descritas como doentes. O que está em jogo é alargar as definições da doença para vender sempre mais testes de diagnóstico e tratamentos", diz Moynihan.
Idealmente, para as empresas farmacêuticas, não estaríamos nunca saudáveis, apenas prestes a ficar doentes. "Como escrevi em 2005, em Selling Sickness (Vendendo Doenças), as farmacêuticas vêem as pessoas saudáveis como o mercado que vale mesmo a pena. Se descobrirem que, de alguma maneira, estas pessoas estão doentes e precisam de um medicamento, atingem o alvo."(...)
A depressão, por exemplo, tem sido "vendida" como um problema cada vez mais ligeiro, para que cada vez mais pessoas possam tomar antidepressivos da geração Prozac em diante. "Vimos isto acontecer também com a menopausa, que foi vendida como uma doença de falta de estrogénio - porque assim as farmacêuticas podem vender o estrogénio que nos vai pôr bem."
O excesso - de consumo de medicamentos, de sintomas e factores de riscos diagnosticados como doenças - começa talvez a criar desconfianças, a mudar-nos mais uma vez as cabeças. "Não tenho dados, mas acho a pandemia de gripe H1N1, no ano passado, aumentou o nível de cepticismo entre a população e os médicos. Todos estão um pouco mais cépticos sobre o perigo dos vendilhões de doenças", diz Ray Moynihan.
"Receio que os interesses velados possam ter desempenhado um papel importante. Vimos governos em todo o mundo a tentar justificar as suas acções para comprar vacinas e antivirais e as pessoas comuns a dizer que não queriam arriscar os perigos de tomar esses medicamentos. As pessoas sentem que muitas vezes lhes estão a vender medo para sustentar a ganância de outros." (...)»
Noticia integral aqui.
Já devem ter reparado também que há uns tempos para cá somos bombardeados um pouco por todo o lado com produtos para travar a queda de cabelo. Desde champôs, ampolas, e até suplementos alimentares... O que muita gente não se apercebe é que no Outono há realmente uma tendencia para o cabelo cair, é um processo completamente normal. Mas lá está, a industria farmaceutica nao deixa escapar nada....
«(...)"Vemos que há um padrão, que isto está a acontecer com várias doenças, e é cada vez mais frequente. Há cada vez mais pessoas a serem descritas como doentes. O que está em jogo é alargar as definições da doença para vender sempre mais testes de diagnóstico e tratamentos", diz Moynihan.
Idealmente, para as empresas farmacêuticas, não estaríamos nunca saudáveis, apenas prestes a ficar doentes. "Como escrevi em 2005, em Selling Sickness (Vendendo Doenças), as farmacêuticas vêem as pessoas saudáveis como o mercado que vale mesmo a pena. Se descobrirem que, de alguma maneira, estas pessoas estão doentes e precisam de um medicamento, atingem o alvo."(...)
A depressão, por exemplo, tem sido "vendida" como um problema cada vez mais ligeiro, para que cada vez mais pessoas possam tomar antidepressivos da geração Prozac em diante. "Vimos isto acontecer também com a menopausa, que foi vendida como uma doença de falta de estrogénio - porque assim as farmacêuticas podem vender o estrogénio que nos vai pôr bem."
O excesso - de consumo de medicamentos, de sintomas e factores de riscos diagnosticados como doenças - começa talvez a criar desconfianças, a mudar-nos mais uma vez as cabeças. "Não tenho dados, mas acho a pandemia de gripe H1N1, no ano passado, aumentou o nível de cepticismo entre a população e os médicos. Todos estão um pouco mais cépticos sobre o perigo dos vendilhões de doenças", diz Ray Moynihan.
"Receio que os interesses velados possam ter desempenhado um papel importante. Vimos governos em todo o mundo a tentar justificar as suas acções para comprar vacinas e antivirais e as pessoas comuns a dizer que não queriam arriscar os perigos de tomar esses medicamentos. As pessoas sentem que muitas vezes lhes estão a vender medo para sustentar a ganância de outros." (...)»
Noticia integral aqui.
Já devem ter reparado também que há uns tempos para cá somos bombardeados um pouco por todo o lado com produtos para travar a queda de cabelo. Desde champôs, ampolas, e até suplementos alimentares... O que muita gente não se apercebe é que no Outono há realmente uma tendencia para o cabelo cair, é um processo completamente normal. Mas lá está, a industria farmaceutica nao deixa escapar nada....
18 de outubro de 2010
«Próximos dez anos podem ser a última hipótese para reduzirmos a perda da biodiversidade»
...
«No plano estratégico, a missão é até 2020 “reduzir as pressões na biodiversidade, evitar pontos de não retorno, usar os recursos biológicos de uma forma sustentável, restaurar os ecossistemas e os serviços que oferecem, partilhar os benefícios da biodiversidade de uma forma equitativa”. Segundo um estudo apoiado pelas Nações Unidas, só em 2008 os danos ambientais causados pela actividade humana causaram prejuízos de 4,75 biliões de euros, onze por cento do PIB mundial.
“Estamos agora a chegar a um ponto de não retorno – ou seja, estamos a chegar a um patamar para além do qual a perda da biodiversidade se torna irreversível, e podemos atravessar esse patamar nos próximos dez anos se não fizermos esforços pró-activos para conservar a biodiversidade”, defendeu ministro do Ambiente japonês. »
...
Notícia integral
«No plano estratégico, a missão é até 2020 “reduzir as pressões na biodiversidade, evitar pontos de não retorno, usar os recursos biológicos de uma forma sustentável, restaurar os ecossistemas e os serviços que oferecem, partilhar os benefícios da biodiversidade de uma forma equitativa”. Segundo um estudo apoiado pelas Nações Unidas, só em 2008 os danos ambientais causados pela actividade humana causaram prejuízos de 4,75 biliões de euros, onze por cento do PIB mundial.
“Estamos agora a chegar a um ponto de não retorno – ou seja, estamos a chegar a um patamar para além do qual a perda da biodiversidade se torna irreversível, e podemos atravessar esse patamar nos próximos dez anos se não fizermos esforços pró-activos para conservar a biodiversidade”, defendeu ministro do Ambiente japonês. »
...
Notícia integral
1 de outubro de 2010
Dia Nacional da Água
"A água doce é um recurso precioso, básico e essencial à vida sob todas as suas formas, assumindo, por isso, particular relevância a necessidade da sua preservação. Os recursos hídricos encontram-se no topo das preocupações ambientais. A crescente escassez de água, o rápido aumento populacional, levam a que muitos se questionem se os recursos de água doce poderão vir a ser fonte de conflitos internacionais durante este século. Portugal, por exemplo, partilha 48 % das suas reservas de água com Espanha.
Poluição provoca graves prejuízos ambientais e sócio económicos
A poluição da água alem de afectar todo o ecossistema aquático traz graves implicações sócio económicas. Os peixes migradores de água doce são o grupo de fauna mais ameaçado em Portugal. Ao nível do turismo, na passada época balnear algumas praias fluviais do distrito apresentaram análises de má qualidade, impossibilitando a sua utilização. No rio Ocreza existe uma praia construída há vários anos sem poder ser utilizada devido a continua má qualidade da água. A água poluída implica gastar mais dinheiro no tratamento desta para ser utilizada para consumo humano.
(...)
Quercus faz apelo aos cidadãos e empresas
Para poupar este recurso essencial, promovendo a redução, racionalização e reutilização deste recurso. Eliminar, substituir ou reduzir o uso de agro tóxicos, detergentes, e outros produtos que causem impacto no meio aquático são algumas acções que todos podemos e devemos realizar.A Quercus faz também um apelo aos cidadãos no sentido de Alertarem as autoridades sempre que presenciarem situações de poluição e degradação do meio aquático."
http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?categoryID=567&articleID=2165
«Quercus denuncia que programa nacional para uso eficiente da água está “na gaveta” há cinco anos
No Dia Nacional da Água, a Quercus alerta que o programa nacional para o uso eficiente deste recurso está “na gaveta”, desde que foi aprovado em Conselho de Ministros em Junho de 2005.
A associação ambientalista lembra que estão definidas, desde 2001, mais de 80 medidas para poupar água na agricultura, indústria e abastecimento para o consumo humano.
Levar água às populações representa 46 por cento dos custos de produção de água. Por isso, o programa nacional quer que, no espaço de dez anos, se consiga aumentar em 20 por cento a eficiência na utilização da água. Isto corresponderia a uma poupança de 160 milhões de metros cúbicos por ano.
Mas, “com a não aplicação do programa, não há dados sobre a eficiência no consumo, dados esses que permitiriam a selecção das medidas mais adequadas e com melhor eficiência de custo”, lamenta a associação em comunicado.
A Quercus contactou as entidades que distribuem água e concluiu que existem “muitos problemas de financiamento dos sistemas”. “Só com um preço justo e equilibrado à escala do país e metas de consumo (ou eficiência) obrigatórias (...) poderemos ter os resultados esperados em termos de poupança e eficiência na água para consumo humano”, defende a associação.
Mas o trabalho não se limita à maior eficiência. A Quercus salienta que os objectivos para a reutilização da água ainda estão longe. De acordo com o Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais, é necessário atingir até 2013 pelo menos 10 por cento de reutilização das águas residuais tratadas.
Estas medidas “são fundamentais para reduzir os custos das entidades e dos consumidores e deviam fazer parte de uma estratégia de desenvolvimento sustentável do país e de uma melhor preparação para épocas de seca”, acrescenta.
(...)»
in Público
Poluição provoca graves prejuízos ambientais e sócio económicos
A poluição da água alem de afectar todo o ecossistema aquático traz graves implicações sócio económicas. Os peixes migradores de água doce são o grupo de fauna mais ameaçado em Portugal. Ao nível do turismo, na passada época balnear algumas praias fluviais do distrito apresentaram análises de má qualidade, impossibilitando a sua utilização. No rio Ocreza existe uma praia construída há vários anos sem poder ser utilizada devido a continua má qualidade da água. A água poluída implica gastar mais dinheiro no tratamento desta para ser utilizada para consumo humano.
(...)
Quercus faz apelo aos cidadãos e empresas
Para poupar este recurso essencial, promovendo a redução, racionalização e reutilização deste recurso. Eliminar, substituir ou reduzir o uso de agro tóxicos, detergentes, e outros produtos que causem impacto no meio aquático são algumas acções que todos podemos e devemos realizar.A Quercus faz também um apelo aos cidadãos no sentido de Alertarem as autoridades sempre que presenciarem situações de poluição e degradação do meio aquático."
http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?categoryID=567&articleID=2165
«Quercus denuncia que programa nacional para uso eficiente da água está “na gaveta” há cinco anos
No Dia Nacional da Água, a Quercus alerta que o programa nacional para o uso eficiente deste recurso está “na gaveta”, desde que foi aprovado em Conselho de Ministros em Junho de 2005.
A associação ambientalista lembra que estão definidas, desde 2001, mais de 80 medidas para poupar água na agricultura, indústria e abastecimento para o consumo humano.
Levar água às populações representa 46 por cento dos custos de produção de água. Por isso, o programa nacional quer que, no espaço de dez anos, se consiga aumentar em 20 por cento a eficiência na utilização da água. Isto corresponderia a uma poupança de 160 milhões de metros cúbicos por ano.
Mas, “com a não aplicação do programa, não há dados sobre a eficiência no consumo, dados esses que permitiriam a selecção das medidas mais adequadas e com melhor eficiência de custo”, lamenta a associação em comunicado.
A Quercus contactou as entidades que distribuem água e concluiu que existem “muitos problemas de financiamento dos sistemas”. “Só com um preço justo e equilibrado à escala do país e metas de consumo (ou eficiência) obrigatórias (...) poderemos ter os resultados esperados em termos de poupança e eficiência na água para consumo humano”, defende a associação.
Mas o trabalho não se limita à maior eficiência. A Quercus salienta que os objectivos para a reutilização da água ainda estão longe. De acordo com o Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais, é necessário atingir até 2013 pelo menos 10 por cento de reutilização das águas residuais tratadas.
Estas medidas “são fundamentais para reduzir os custos das entidades e dos consumidores e deviam fazer parte de uma estratégia de desenvolvimento sustentável do país e de uma melhor preparação para épocas de seca”, acrescenta.
(...)»
in Público
30 de setembro de 2010
Gliese 581G, na Constelação da Libra
«Cientistas descobrem planeta habitável a 20 anos-luz de distância
Planetas rochosos, parecidos com a Terra, já foram descobertos. Mas este, a 20 anos-luz de distância de nós, é o primeiro que parece ser habitável, dizem cientistas norte-americanos.
O Gliese 581g é um dos seis planetas do sistema em torno da estrela Gliese 581 (uma anã vermelha, que fica na Constelação da Libra), tem uma massa três vezes superior à da Terra e parece ser rochoso. Orbita a sua estrela a uma distância que o coloca dentro da chamada “zona habitável”, onde a água poderá existir em estado líquido à superfície do planeta. E tem um diâmetro 1,2 a 1,4 vezes superior ao da Terra, portanto terá gravidade suficiente para conseguir reter a sua atmosfera.A descoberta, que resulta de 11 anos de observações, foi feita por cientistas da Universidade da Califórnia, Santa Cruz, e do Instituto Carnegie, em Washington. Foi anunciada esta madrugada em comunicado de imprensa, e colocada online, no site de publicação de artigos de investigação da área da física arXiv.org, mas será também publicada na revista científica “Astrophysical Journal”.Para os astrofísicos, um planeta “potencialmente habitável” é aquele que pode sustentar vida – não necessariamente um que os humanos considerem bom para se viver. Este fica bem no meio da zona habitável do sistema solar – onde não fica demasiado quente nem demasiado frio, onde pode haver rios e oceanos à superfície. Mas um ano em Gliese 581g dura apenas 37 dias – é este o tempo que leva a completar uma volta à sua estrela. E mostra sempre a mesma cara à estrela, como a Lua faz com a Terra. Assim, no lado do planeta virado para o Sol é sempre dia e no que fica na obscuridade – a noite é eterna.As temperaturas à superfície oscilam, por isso, entre o calor escaldante e o frio de enregelar – mas a temperatura média é negativa: -31 a -12 graus Célsius, diz um comunicado de imprensa da Universidade da Califórnia em Santa Cruz. Mas, como terá atmosfera, poderá ter um efeito de estufa capaz de harmonizar melhor as condições na superfície.No entanto, o local mais confortável do planeta seria a zona de transição entre a obscuridade e a luz, onde as temperaturas seriam mais amenas, dizem os cientistas. Mas o facto de o planeta estar dividido em duas zonas claramente definidas e estáveis pode ser uma vantagem para que surja a vida.“Quaisquer formas de vida que surgissem no planeta teriam uma grande variedade de climas estáveis para evoluir, dependendo da longitude em que se encontrassem”, comentou Steven Vogt, um dos coordenadores da equipa.Talvez o mais interessante desta descoberta é o que traz em termos de implicações sobre a probabilidade de as estrelas terem pelo menos um planeta habitável na sua órbita. Dado o número relativamente pequeno de estrelas monitorizado pelos astrónomos caçadores de planetas, esta descoberta aconteceu relativamente depressa: se os planetas habitáveis são raros, diz Vogt, “não devíamos ter achado um tão depressa, e tão perto de nós.”A conclusão dele é optimista: “O número de sistemas solares com planetas potencialmente habitáveis é, provavelmente, da ordem dos 10 ou 20 por cento. Quando se multiplica isto pelas centenas de milhares de milhões de estrelas da Via Láctea, obtemos um número gigantesco. Pode haver dezenas de milhares de milhões de sistemas solares com planetas habitáveis na nossa galáxia.” »
in Público
Planetas rochosos, parecidos com a Terra, já foram descobertos. Mas este, a 20 anos-luz de distância de nós, é o primeiro que parece ser habitável, dizem cientistas norte-americanos.
O Gliese 581g é um dos seis planetas do sistema em torno da estrela Gliese 581 (uma anã vermelha, que fica na Constelação da Libra), tem uma massa três vezes superior à da Terra e parece ser rochoso. Orbita a sua estrela a uma distância que o coloca dentro da chamada “zona habitável”, onde a água poderá existir em estado líquido à superfície do planeta. E tem um diâmetro 1,2 a 1,4 vezes superior ao da Terra, portanto terá gravidade suficiente para conseguir reter a sua atmosfera.A descoberta, que resulta de 11 anos de observações, foi feita por cientistas da Universidade da Califórnia, Santa Cruz, e do Instituto Carnegie, em Washington. Foi anunciada esta madrugada em comunicado de imprensa, e colocada online, no site de publicação de artigos de investigação da área da física arXiv.org, mas será também publicada na revista científica “Astrophysical Journal”.Para os astrofísicos, um planeta “potencialmente habitável” é aquele que pode sustentar vida – não necessariamente um que os humanos considerem bom para se viver. Este fica bem no meio da zona habitável do sistema solar – onde não fica demasiado quente nem demasiado frio, onde pode haver rios e oceanos à superfície. Mas um ano em Gliese 581g dura apenas 37 dias – é este o tempo que leva a completar uma volta à sua estrela. E mostra sempre a mesma cara à estrela, como a Lua faz com a Terra. Assim, no lado do planeta virado para o Sol é sempre dia e no que fica na obscuridade – a noite é eterna.As temperaturas à superfície oscilam, por isso, entre o calor escaldante e o frio de enregelar – mas a temperatura média é negativa: -31 a -12 graus Célsius, diz um comunicado de imprensa da Universidade da Califórnia em Santa Cruz. Mas, como terá atmosfera, poderá ter um efeito de estufa capaz de harmonizar melhor as condições na superfície.No entanto, o local mais confortável do planeta seria a zona de transição entre a obscuridade e a luz, onde as temperaturas seriam mais amenas, dizem os cientistas. Mas o facto de o planeta estar dividido em duas zonas claramente definidas e estáveis pode ser uma vantagem para que surja a vida.“Quaisquer formas de vida que surgissem no planeta teriam uma grande variedade de climas estáveis para evoluir, dependendo da longitude em que se encontrassem”, comentou Steven Vogt, um dos coordenadores da equipa.Talvez o mais interessante desta descoberta é o que traz em termos de implicações sobre a probabilidade de as estrelas terem pelo menos um planeta habitável na sua órbita. Dado o número relativamente pequeno de estrelas monitorizado pelos astrónomos caçadores de planetas, esta descoberta aconteceu relativamente depressa: se os planetas habitáveis são raros, diz Vogt, “não devíamos ter achado um tão depressa, e tão perto de nós.”A conclusão dele é optimista: “O número de sistemas solares com planetas potencialmente habitáveis é, provavelmente, da ordem dos 10 ou 20 por cento. Quando se multiplica isto pelas centenas de milhares de milhões de estrelas da Via Láctea, obtemos um número gigantesco. Pode haver dezenas de milhares de milhões de sistemas solares com planetas habitáveis na nossa galáxia.” »
in Público
27 de setembro de 2010
Corte de emissões de CO2 - Campanha 10:10
"Um papel afixado na parede da cozinha, com uma espécie de checklist, é o barómetro da casa. Nele estão inscritos os valores exactos que o contador de electricidade tem de mostrar. Noutra linha, marcas assinalam o número de voos de avião feitos no ano passado e, em baixo, os de 2010. O objectivo da comparação é um só: verificar se, passados 12 meses, neste e noutros indicadores houve uma diminuição de dez por cento."
De facto é uma excelente iniciativa, pode despertar consciências e até pressionar os governos para tomar mais medidas, mas infelizmente só vem "tapar" alguns buracos. Não se resolvem os verdadeiros problemas, mas pelo menos é bom saber que existe tanta gente preocupada em preservar o planeta Terra.
Entretanto há outros que ainda não perceberam que sustentabilidade e crise até estão relacionadas, como se pode ver por este maravilhoso comentario deixado na página do Público:
"Deve haver gente por ai que não tem mais nada que fazer. POrtugal importa tudo do estrangeiro, às fábricas estão a fechar, em suma, não produzimos praticamente nada. Estou a ver o dito eng. gabar-se de peito cheio no telejornal informando os portugueses que somos um dos países menos poluiidores do mundo. Também não é díficil. Só a máquina que atribui subsídios funcionar a petróleo."
De facto é uma excelente iniciativa, pode despertar consciências e até pressionar os governos para tomar mais medidas, mas infelizmente só vem "tapar" alguns buracos. Não se resolvem os verdadeiros problemas, mas pelo menos é bom saber que existe tanta gente preocupada em preservar o planeta Terra.
Entretanto há outros que ainda não perceberam que sustentabilidade e crise até estão relacionadas, como se pode ver por este maravilhoso comentario deixado na página do Público:
"Deve haver gente por ai que não tem mais nada que fazer. POrtugal importa tudo do estrangeiro, às fábricas estão a fechar, em suma, não produzimos praticamente nada. Estou a ver o dito eng. gabar-se de peito cheio no telejornal informando os portugueses que somos um dos países menos poluiidores do mundo. Também não é díficil. Só a máquina que atribui subsídios funcionar a petróleo."
8 de setembro de 2010
«Portugal sofre de "ciganofobia", mais de 80% da população tem atitudes racistas contra ciganos»
«Em declarações à Agência Lusa, a propósito do arranque da Conferência Internacional “Ciganos no Século XXI”, que decorre entre hoje e sexta-feira, em Lisboa, da qual é organizador científico, José Pereira Bastos defendeu que “o propósito de extermínio [dos ciganos] sempre foi muito claro” em toda a Europa.
“Num sítio onde os antropólogos, os cientistas sociais, os padres, os comunistas, os católicos, os juristas não querem saber, a polícia tem mão livre para lhes bater, para lhes deitar abaixo as barracas, para os forçar a serem nómadas”, criticou o antropólogo.
(...)
“80 por cento diziam que os ciganos são primitivos, vivem como galinhas do mato, não aguentam um teto, deveriam ser abandonados ao direito de andarem por aí (...), são mentirosos, agressivos, sujos, perigosos e tudo isto desemboca na teoria de que eles têm de ser tratados a mal, têm de ser cidadãos como os outros e a polícia tem de os pôr na ordem”, apontou.
Por outro lado, “20 por cento diziam que os conheciam, que eram óptimas pessoas, não faziam mal a ninguém. Eram inteligentes e só precisavam de ser ajudados, mas estavam a sofrer um processo de perseguição e tudo o que de maligno lhe atribuímos é uma forma de se defenderem contra a perseguição que sofriam”.
“São dois perfis distintos e o primeiro é o que se chama ciganófobo”, defendeu.
(...)
Segundo o antropólogo, a pergunta que constituía o indicador central do racismo tinha a ver como é que os adolescentes reagiriam a ter amigos africanos e ciganos, entre outros.
“A resposta dá um índice de racismo de 35 por cento porque à pergunta ‘você gostaria de ter amigos ciganos na sua escola’ a resposta ‘não’ atinge os 68 por cento, enquanto nos africanos a resposta ‘não’ vai aos 28 por cento”, apontou Pereira Bastos.
Com base neste estudo, o especialista faz a extrapolação para o país e defendeu que a nível nacional “o índice de ciganofobia será maior [que os 80 por cento] e mais violento”.
(...)»
Público
(notícia integral aqui)
“Num sítio onde os antropólogos, os cientistas sociais, os padres, os comunistas, os católicos, os juristas não querem saber, a polícia tem mão livre para lhes bater, para lhes deitar abaixo as barracas, para os forçar a serem nómadas”, criticou o antropólogo.
(...)
“80 por cento diziam que os ciganos são primitivos, vivem como galinhas do mato, não aguentam um teto, deveriam ser abandonados ao direito de andarem por aí (...), são mentirosos, agressivos, sujos, perigosos e tudo isto desemboca na teoria de que eles têm de ser tratados a mal, têm de ser cidadãos como os outros e a polícia tem de os pôr na ordem”, apontou.
Por outro lado, “20 por cento diziam que os conheciam, que eram óptimas pessoas, não faziam mal a ninguém. Eram inteligentes e só precisavam de ser ajudados, mas estavam a sofrer um processo de perseguição e tudo o que de maligno lhe atribuímos é uma forma de se defenderem contra a perseguição que sofriam”.
“São dois perfis distintos e o primeiro é o que se chama ciganófobo”, defendeu.
(...)
Segundo o antropólogo, a pergunta que constituía o indicador central do racismo tinha a ver como é que os adolescentes reagiriam a ter amigos africanos e ciganos, entre outros.
“A resposta dá um índice de racismo de 35 por cento porque à pergunta ‘você gostaria de ter amigos ciganos na sua escola’ a resposta ‘não’ atinge os 68 por cento, enquanto nos africanos a resposta ‘não’ vai aos 28 por cento”, apontou Pereira Bastos.
Com base neste estudo, o especialista faz a extrapolação para o país e defendeu que a nível nacional “o índice de ciganofobia será maior [que os 80 por cento] e mais violento”.
(...)»
Público
(notícia integral aqui)
1 de setembro de 2010
“Ambiente: de ameaça a oportunidade”
“Da Costa Rica, país centro- americano onde estive recentemente a orientar um seminário sobre Desenvolvimento Sustentável, pouco mais conhecemos, na maioria dos casos, do que o nome que vemos nos rótulos das bananas e ananases do supermercado. É um exportador de produtos agrícolas, facilmente enquadrável no estereótipo dos países da zona, certamente pobre e atrasado, possivelmente corrupto e violento, um daqueles sítios em que a vida pouco vale e as ditaduras se sucedem regularmente.
Ficarão talvez surpresos se vos disser que o país em causa tem um sólido sistema de serviços sociais, que é raro ver alguém pedir na rua, que os 76 anos de esperança de vida são dos mais elevados do continente e que o nível de criminalidade é comparável ao nosso. Não tem Forças Armadas (acham que não faz falta) e é a democracia consolidada mais antiga de toda a América Latina. Alem disso, os produtos tropicais deixaram, há mais de duas décadas, de ser a espinha dorsal da economia.
Na sequência da derrocada dos preços do café, nos anos 70, a Costa Rica apostou a fundo, de forma visionária, no turismo de ambiente, de que é, provavelmente, o líder mundial. Mais de um terço do território nacional está presentemente enquadrado em Parques ou Reservas e os quase 2 milhões de turistas que visitam anualmente o país vão lá justamente para isso, para desfrutar da natureza e da biodiversidade, e não apenas para o sol-e-praia do costume. Claro, pagam bem, porque sol e praia há em muitos sítios (em Portugal, por exemplo…), mas quetzais, jaguares ou tartarugas são raros.
A que propósito vem esta estória? Bem, porque a Costa Rica fez há certo tempo, como país, o que algumas das mais inovadoras empresas mundiais só agora estão a fazer: leu de modo clarividente e pela positivas os desafios do nosso tempo, percebendo que há um modelo de desenvolvimento em vias de esgotamento e que precisamos de reinventar o futuro. É a chamada Economia Verde, um dos mais promissores caminhos para a saída de crise. (…)”
Luís Paulo (director de ESD/Qualidade e Sustentabilidade, CTT) para a revista Aposta, CTT, Abril 2010
Ficarão talvez surpresos se vos disser que o país em causa tem um sólido sistema de serviços sociais, que é raro ver alguém pedir na rua, que os 76 anos de esperança de vida são dos mais elevados do continente e que o nível de criminalidade é comparável ao nosso. Não tem Forças Armadas (acham que não faz falta) e é a democracia consolidada mais antiga de toda a América Latina. Alem disso, os produtos tropicais deixaram, há mais de duas décadas, de ser a espinha dorsal da economia.
Na sequência da derrocada dos preços do café, nos anos 70, a Costa Rica apostou a fundo, de forma visionária, no turismo de ambiente, de que é, provavelmente, o líder mundial. Mais de um terço do território nacional está presentemente enquadrado em Parques ou Reservas e os quase 2 milhões de turistas que visitam anualmente o país vão lá justamente para isso, para desfrutar da natureza e da biodiversidade, e não apenas para o sol-e-praia do costume. Claro, pagam bem, porque sol e praia há em muitos sítios (em Portugal, por exemplo…), mas quetzais, jaguares ou tartarugas são raros.
A que propósito vem esta estória? Bem, porque a Costa Rica fez há certo tempo, como país, o que algumas das mais inovadoras empresas mundiais só agora estão a fazer: leu de modo clarividente e pela positivas os desafios do nosso tempo, percebendo que há um modelo de desenvolvimento em vias de esgotamento e que precisamos de reinventar o futuro. É a chamada Economia Verde, um dos mais promissores caminhos para a saída de crise. (…)”
Luís Paulo (director de ESD/Qualidade e Sustentabilidade, CTT) para a revista Aposta, CTT, Abril 2010
27 de agosto de 2010
"Pelo seu comportamento no terreno, as cabras são verdadeiros sapadores florestais, a preços baixos e sem precisarem de formação. Ecologicamente são unidades de reciclagem de vegetação que envolve risco de incêndios, em produtos de importância vital para as populações e economias locais".
Mário Contumélias, docente universitário,
"Jornal de Notícias", 27-08-2010
Mário Contumélias, docente universitário,
"Jornal de Notícias", 27-08-2010
16 de agosto de 2010
Redenção
I
Vozes do mar, das árvores, do vento!
Quando às vezes, n'um sonho doloroso,
Me embala o vosso canto poderoso,
Eu julgo igual ao meu vosso tormento...
Verbo crepuscular e íntimo alento
Das cousas mudas; psalmo misterioso;
Não serás tu, queixume vaporoso,
O suspiro do mundo e o seu lamento?
Um espírito habita a imensidade:
Uma ânsia cruel de liberdade
Agita e abala as formas fugitivas.
E eu compreendo a vossa língua estranha,
Vozes do mar, da selva, da montanha...
Almas irmãs da minha, almas cativas!
II
Não choreis, ventos, árvores e mares,
Coro antigo de vozes rumorosas,
Das vozes primitivas, dolorosas
Como um pranto de larvas tumulares...
Da sombra das visões crepusculares
Rompendo, um dia, surgireis radiosas
D'esse sonho e essas ânsias afrontosas,
Que exprimem vossas queixas singulares...
Almas no limbo ainda da existência,
Acordareis um dia na Consciência,
E pairando, já puro pensamento,
Vereis as Formas, filhas da Ilusão,
Cair desfeitas, como um sonho vão...
E acabará por fim vosso tormento.
Antero de Quental, in "Sonetos"
Vozes do mar, das árvores, do vento!
Quando às vezes, n'um sonho doloroso,
Me embala o vosso canto poderoso,
Eu julgo igual ao meu vosso tormento...
Verbo crepuscular e íntimo alento
Das cousas mudas; psalmo misterioso;
Não serás tu, queixume vaporoso,
O suspiro do mundo e o seu lamento?
Um espírito habita a imensidade:
Uma ânsia cruel de liberdade
Agita e abala as formas fugitivas.
E eu compreendo a vossa língua estranha,
Vozes do mar, da selva, da montanha...
Almas irmãs da minha, almas cativas!
II
Não choreis, ventos, árvores e mares,
Coro antigo de vozes rumorosas,
Das vozes primitivas, dolorosas
Como um pranto de larvas tumulares...
Da sombra das visões crepusculares
Rompendo, um dia, surgireis radiosas
D'esse sonho e essas ânsias afrontosas,
Que exprimem vossas queixas singulares...
Almas no limbo ainda da existência,
Acordareis um dia na Consciência,
E pairando, já puro pensamento,
Vereis as Formas, filhas da Ilusão,
Cair desfeitas, como um sonho vão...
E acabará por fim vosso tormento.
Antero de Quental, in "Sonetos"
2 de agosto de 2010
“Fará sentido falar de sustentabilidade ambiental?”
“Num momento como o que atravessamos, em que uma crise económica e social de âmbito internacional parece ter assentado arraiais mostrando pouca vontade de nos deixar, existe a tendência para concentrar os esforços nas áreas económica e social, colocando em segundo plano os aspectos ambientais. Tal tendência, embora compreensível à luz de uma forma tradicional de ver o mundo, demonstra as lacunas que persistem na compreensão do factor que é verdadeiramente a chave para o nosso desenvolvimento (desejadamente sustentável): o ambiente.
É verdade que precisamos de um rendimento para poder viver, mas esse rendimento não pode estar assente numa base imaterial ou sem especulações, como a situação actual do mundo tão bem retrata. Ora a base real do nosso emprego, do nosso rendimento, são os recursos ambientais. Sem eles não há actividade económica e sem actividade económica não é possível manter a estrutura social. Sem ar, sem água, sem solo, sem todos os recursos naturais que o ambiente nos proporciona todos os dias e de forma tão generosa, não é possível falarmos de bem-estar social e económico.
É claro que quando falamos de sustentabilidade falamos do equilíbrio entre as três dimensões – ambiental, económica e social. Mas também é cada vez mais obvio que é a dimensão ambiental que surge como factor limitante. Problemas como o das alterações climáticas, ou da escassez de água, são exemplos perfeitos de como factores ambientais podem influir de forma drástica nas potencialidades de uma dada região ou pais.
Não é tanto defender a sustentabilidade ambiental (conceito que pode ser visto como uma repetição com pouco sentido, uma vez que o conceito de sustentabilidade já contempla a dimensão ambiental), mas antes ter consciência da influência decisiva e única da área ambiental nas áreas sociais e económicas.
O contexto actual exige uma acção consciente, determinada e consequente, por parte de cada um. Não há tempo para esperar que alguém (seja esse alguém os governos, entidades publicas, empresas, etc.) dê o exemplo e mostre o caminho. Cada um pode ter um papel na construção de um futuro sustentável. Todos podemos e devemos ser agentes de mudança e promotores de um desenvolvimento sustentável nos diversos contextos da nossa vida, enquanto filhos, educadores, profissionais, amigos, vizinhos, etc. Abdicar desse papel equivalerá a contribuir directamente para a manutenção da abordagem que nos conduziu à presente situação de crise. E este é um cenário em que todos perdem e, logo, a evitar a todo custo.”
Susana Fonseca (Presidente da Direcção Nacional da Quercus) para a revista Aposta, CTT, Abril 2010
É verdade que precisamos de um rendimento para poder viver, mas esse rendimento não pode estar assente numa base imaterial ou sem especulações, como a situação actual do mundo tão bem retrata. Ora a base real do nosso emprego, do nosso rendimento, são os recursos ambientais. Sem eles não há actividade económica e sem actividade económica não é possível manter a estrutura social. Sem ar, sem água, sem solo, sem todos os recursos naturais que o ambiente nos proporciona todos os dias e de forma tão generosa, não é possível falarmos de bem-estar social e económico.
É claro que quando falamos de sustentabilidade falamos do equilíbrio entre as três dimensões – ambiental, económica e social. Mas também é cada vez mais obvio que é a dimensão ambiental que surge como factor limitante. Problemas como o das alterações climáticas, ou da escassez de água, são exemplos perfeitos de como factores ambientais podem influir de forma drástica nas potencialidades de uma dada região ou pais.
Não é tanto defender a sustentabilidade ambiental (conceito que pode ser visto como uma repetição com pouco sentido, uma vez que o conceito de sustentabilidade já contempla a dimensão ambiental), mas antes ter consciência da influência decisiva e única da área ambiental nas áreas sociais e económicas.
O contexto actual exige uma acção consciente, determinada e consequente, por parte de cada um. Não há tempo para esperar que alguém (seja esse alguém os governos, entidades publicas, empresas, etc.) dê o exemplo e mostre o caminho. Cada um pode ter um papel na construção de um futuro sustentável. Todos podemos e devemos ser agentes de mudança e promotores de um desenvolvimento sustentável nos diversos contextos da nossa vida, enquanto filhos, educadores, profissionais, amigos, vizinhos, etc. Abdicar desse papel equivalerá a contribuir directamente para a manutenção da abordagem que nos conduziu à presente situação de crise. E este é um cenário em que todos perdem e, logo, a evitar a todo custo.”
Susana Fonseca (Presidente da Direcção Nacional da Quercus) para a revista Aposta, CTT, Abril 2010
22 de julho de 2010
Olho por olho, dente por dente...
Não podendo permanecer inerte aos últimos acontecimentos do nosso país (nomeadamente o assunto que todos falam, o triplo homicídio de Torres Vedras), nem aos comentários que emergem destes mesmos acontecimentos, tenho reparado na crueldade e frieza das pessoas, não só do assassíno (como é obvio), mas também das populações indignadas (que não deixam de estar no seu direito) que saiem para ofender, insultar e até agredir os arguídos, e além disso proferir frases como esta que me chocou particularmente: "pessoas destas era atirá-las ao mar logo"...
E muito provavelmente estas pessoas vão todos os domingos à missa e estão muito convencidas que estão a ter a atitude correcta...
Ora vamos pensar logicamente. Se eu vejo as atitudes do meu próximo e não concordo com elas, vou fazer exactamente o mesmo acto que tanto condenei? Vou estar também eu a ter uma atitude condenável, não...? Ah, mas há uma coisa, aquele individuo magoou alguém e portanto merece sofrer... Não estaremos assim a ser piores que o próprio assassino? Pior sofrimento que ficar 20 anos preso? Alias, será essa a melhor forma de lidar com a situação? Excluir ou tratar e reabilitar?
A frieza não se resolve com mais frieza, desprezo e exclusão. Por alguma coisa, uma boa parte dos presos quando sai da cadeia volta a cometer os mesmos crimes. É sinal que não foi tratada a raiz do problema, e que realmente excluir não resolve nada...
E muito provavelmente estas pessoas vão todos os domingos à missa e estão muito convencidas que estão a ter a atitude correcta...
Ora vamos pensar logicamente. Se eu vejo as atitudes do meu próximo e não concordo com elas, vou fazer exactamente o mesmo acto que tanto condenei? Vou estar também eu a ter uma atitude condenável, não...? Ah, mas há uma coisa, aquele individuo magoou alguém e portanto merece sofrer... Não estaremos assim a ser piores que o próprio assassino? Pior sofrimento que ficar 20 anos preso? Alias, será essa a melhor forma de lidar com a situação? Excluir ou tratar e reabilitar?
A frieza não se resolve com mais frieza, desprezo e exclusão. Por alguma coisa, uma boa parte dos presos quando sai da cadeia volta a cometer os mesmos crimes. É sinal que não foi tratada a raiz do problema, e que realmente excluir não resolve nada...
15 de julho de 2010
"(...)Na minha escola, o ensino parou completamente a partir do início de Junho, embora continuássemos a ir lá. Os altifalantes difundiam aos gritos os editoriais do Diário do Povo, e a primeira página do jornal, que tinhamos de estudar todos os dias, era muitas vezes inteiramente ocupada por uma grande fotografia de Mao. Havia uma coluna diária com citações do Grande Líder. Ainda recordo os slogans em grandes letras negras que, depois de terem sido lidos vezes sem conta nas aulas, ficaram para sempre gravados nos mais profundos recessos do meu espírito:«O Presidente Mao é o Sol vermelho dos nossos corações!»«Os pensamentos de Mao Zedong são o nosso cabo salva-vidas!» «Esmaguagaremos quem se opuser ao Presidente Mao!» «Pessoas de todo o mundo amam o nosso Grande Líder o Presidente Mao!» Havia páginas e páginas de comentários laudatórios escritos por estrangeiros, e fotografias de multridões na Europa a tentar comprar as obras de Mao. O orgulho nacional chinês estava a ser mobilizado ao máximo para promover este culto da personalidade.(...)"
Este é só um pequeno excerto do livro Cisnes Selvagens de Jung Chang, que conta a história de 3 mulheres (a pópria autora, a sua mãe e a sua avó) reflectindo também a história tumultuosa da China no século XX.
Vale a pena. (Posso emprestar a quem quiser).
Este é só um pequeno excerto do livro Cisnes Selvagens de Jung Chang, que conta a história de 3 mulheres (a pópria autora, a sua mãe e a sua avó) reflectindo também a história tumultuosa da China no século XX.
Vale a pena. (Posso emprestar a quem quiser).
7 de julho de 2010
"A internet deixa-nos mais inteligentes"
Li hoje uma entrevista no Público a Don Tapscott, investigador, professor universitário, consultor e autor de vários livros. Achei muito curiosa a entevista e passo a citar alguns excertos. A entrevista pode ser lida na integra aqui.
«Há muita gente a defender que as novas tecnologias estão a criar cérebros preguiçosos, a diminuir a capacidade de atenção e de sociabilização. Há até quem tenha escrito que o Google nos está a tornar estúpidos. A sua posição é que todas estas afirmações são erradas?
Acredito que boa parte do impacto da revolução digital na forma como pensamos, colaboramos e trabalhamos ainda é desconhecido. Mas não concordo, em geral, com quem diz isso. Os dados simplesmente não sustentam essas afirmações. Os jovens são mais espertos do que nunca, o QI está ao nível mais alto de sempre, há mais estudantes a licenciarem-se.(...)
Na sua pesquisa não encontrou nenhuma consequência negativa do uso das tecnologias?
Há todo o tipo de problemas. Os jovens precisam de equilíbrio e às vezes perdem-no. A minha mulher é portuguesa e está a visitar família aqui. Um dos miúdos joga videojogos 40 horas por semana. É demasiado. A privacidade também é outro problema. Os jovens expõem demasiada informação.
E isso é um problema ou é simplesmente uma questão de divisão geracional sobre o que é a privacidade?
Há muitas pessoas que não vão conseguir o emprego dos seus sonhos porque alguém os pesquisou e os viu bêbados [numa foto] no Facebook, ou a dizer algo que não deviam.Cada um de nós está a criar uma versão virtual de si próprio. E este eu virtual sabe mais sobre nós do que nós próprios, porque nós não nos lembramos do que dissemos há anos. Isto cria uma situação em que a informação pode ser usada contra a pessoa (...)
Um dos seus elogios aos jovens tem a ver com a existência de valores fortes, nomeadamente políticos. Mas os jovens parecem alheados da política, nem sequer estão a votar muito.
O voluntariado de jovens, tanto do liceu como de universitários, está, em muitos países, num nível recorde. Desde angariar dinheiro para a luta contra o cancro, até voluntariado em partidos políticos, passando por manifestações em favor dos direitos humanos na China. Mas esse é um bom ponto: os dados mostram que os jovens estão a votar menos. Excepto nos EUA. A diferença é que os EUA tiveram um candidato que se dirigiu aos jovens [Barack Obama].
Isso foi por causa das ideias ou pelo facto de Obama ter usado todo o tipo de ferramentas on-line, desde o Twitter ao Facebook?
Ambos. Uma das razões pelas quais os jovens não estão envolvidos nas instituições democráticas é o facto de os modelos estarem errados. Temos um modelo de democracia com 100 anos: "Eu sou um político. Ouçam-me. Votem em mim. E depois vou dirigir-me durante quatro anos a receptores passivos." O cidadão vota, o político governa. Isso está bem para a minha geração. Eu cresci a ser um receptor passivo. Cresci a ver televisão 24 horas por semana, como todos os baby boomers. As escolas transmitiam-me informações e eu era um receptor passivo. Ia à igreja, onde era a mesma coisa. Cresci num modelo de família onde a comunicação funcionava só num sentido [dos pais para os filhos]. Mas estes jovens estão a crescer de forma interactiva, habituados a colaborar e a serem activos.
Muitas das instituições, como a escola e a igreja, ainda têm um modelo de comunicação unidireccional.
Isso está a mudar. Lentamente. Estamos aqui por causa desta iniciativa do e-escola. Isto não é uma questão tecnológica. Algumas pessoas pensam que sim, mas estão enganadas. É uma questão de mudar o modelo de pedagogia, afastá-lo do modelo de transmissão unidireccional. Todas as instituições precisam de mudar: a democracia, a aprendizagem nas escolas, os modelos de trabalho. (...)
Não há o risco de desperdiçarem tempo com essas ferramentas?
O tempo que os jovens passam online não é roubado ao tempo que passam com os amigos, ou em que estão a fazer os trabalhos de casa ou a trabalhar no emprego. É roubado, sobretudo, à televisão. É isso que os dados mostram. Há quem diga que os jovens ainda vêem demasiada televisão. Mas estão a ver menos e estão a ver de forma diferente. Têm o computador ligado e a televisão é música ambiente, ao fundo. Há quem confunda o monitor da televisão com o monitor do computador. Mas têm efeitos opostos em termos de desenvolvimento do cérebro.Se os jovens estão no local de trabalho a desperdiçar tempo no Facebook, isso não é um problema de tecnologia. É um problema de fluxos de trabalho, motivação, supervisão. A minha geração não entende a cultura de colaboração, não entende as novas ferramentas e não entende a nova geração. Os blogues, redes sociais, wikis são o novo sistema operativo das empresas.
(...) Eu comecei a usar computadores quando tinha 25 anos. O período crítico é dos 8 aos 18. E a forma como se passa o tempo nessa idade é, a seguir aos genes, a variável mais importante a determinar o funcionamento do cérebro. Quem passa 24 horas por semana a ser um receptor passivo de televisão tem um determinado tipo de cérebro. Quem passa esse tempo a ser um utilizador activo de informação, tem outro tipo de cérebro, que é um cérebro melhor, mais apropriado ao século XXI.»
«Há muita gente a defender que as novas tecnologias estão a criar cérebros preguiçosos, a diminuir a capacidade de atenção e de sociabilização. Há até quem tenha escrito que o Google nos está a tornar estúpidos. A sua posição é que todas estas afirmações são erradas?
Acredito que boa parte do impacto da revolução digital na forma como pensamos, colaboramos e trabalhamos ainda é desconhecido. Mas não concordo, em geral, com quem diz isso. Os dados simplesmente não sustentam essas afirmações. Os jovens são mais espertos do que nunca, o QI está ao nível mais alto de sempre, há mais estudantes a licenciarem-se.(...)
Na sua pesquisa não encontrou nenhuma consequência negativa do uso das tecnologias?
Há todo o tipo de problemas. Os jovens precisam de equilíbrio e às vezes perdem-no. A minha mulher é portuguesa e está a visitar família aqui. Um dos miúdos joga videojogos 40 horas por semana. É demasiado. A privacidade também é outro problema. Os jovens expõem demasiada informação.
E isso é um problema ou é simplesmente uma questão de divisão geracional sobre o que é a privacidade?
Há muitas pessoas que não vão conseguir o emprego dos seus sonhos porque alguém os pesquisou e os viu bêbados [numa foto] no Facebook, ou a dizer algo que não deviam.Cada um de nós está a criar uma versão virtual de si próprio. E este eu virtual sabe mais sobre nós do que nós próprios, porque nós não nos lembramos do que dissemos há anos. Isto cria uma situação em que a informação pode ser usada contra a pessoa (...)
Um dos seus elogios aos jovens tem a ver com a existência de valores fortes, nomeadamente políticos. Mas os jovens parecem alheados da política, nem sequer estão a votar muito.
O voluntariado de jovens, tanto do liceu como de universitários, está, em muitos países, num nível recorde. Desde angariar dinheiro para a luta contra o cancro, até voluntariado em partidos políticos, passando por manifestações em favor dos direitos humanos na China. Mas esse é um bom ponto: os dados mostram que os jovens estão a votar menos. Excepto nos EUA. A diferença é que os EUA tiveram um candidato que se dirigiu aos jovens [Barack Obama].
Isso foi por causa das ideias ou pelo facto de Obama ter usado todo o tipo de ferramentas on-line, desde o Twitter ao Facebook?
Ambos. Uma das razões pelas quais os jovens não estão envolvidos nas instituições democráticas é o facto de os modelos estarem errados. Temos um modelo de democracia com 100 anos: "Eu sou um político. Ouçam-me. Votem em mim. E depois vou dirigir-me durante quatro anos a receptores passivos." O cidadão vota, o político governa. Isso está bem para a minha geração. Eu cresci a ser um receptor passivo. Cresci a ver televisão 24 horas por semana, como todos os baby boomers. As escolas transmitiam-me informações e eu era um receptor passivo. Ia à igreja, onde era a mesma coisa. Cresci num modelo de família onde a comunicação funcionava só num sentido [dos pais para os filhos]. Mas estes jovens estão a crescer de forma interactiva, habituados a colaborar e a serem activos.
Muitas das instituições, como a escola e a igreja, ainda têm um modelo de comunicação unidireccional.
Isso está a mudar. Lentamente. Estamos aqui por causa desta iniciativa do e-escola. Isto não é uma questão tecnológica. Algumas pessoas pensam que sim, mas estão enganadas. É uma questão de mudar o modelo de pedagogia, afastá-lo do modelo de transmissão unidireccional. Todas as instituições precisam de mudar: a democracia, a aprendizagem nas escolas, os modelos de trabalho. (...)
Não há o risco de desperdiçarem tempo com essas ferramentas?
O tempo que os jovens passam online não é roubado ao tempo que passam com os amigos, ou em que estão a fazer os trabalhos de casa ou a trabalhar no emprego. É roubado, sobretudo, à televisão. É isso que os dados mostram. Há quem diga que os jovens ainda vêem demasiada televisão. Mas estão a ver menos e estão a ver de forma diferente. Têm o computador ligado e a televisão é música ambiente, ao fundo. Há quem confunda o monitor da televisão com o monitor do computador. Mas têm efeitos opostos em termos de desenvolvimento do cérebro.Se os jovens estão no local de trabalho a desperdiçar tempo no Facebook, isso não é um problema de tecnologia. É um problema de fluxos de trabalho, motivação, supervisão. A minha geração não entende a cultura de colaboração, não entende as novas ferramentas e não entende a nova geração. Os blogues, redes sociais, wikis são o novo sistema operativo das empresas.
(...) Eu comecei a usar computadores quando tinha 25 anos. O período crítico é dos 8 aos 18. E a forma como se passa o tempo nessa idade é, a seguir aos genes, a variável mais importante a determinar o funcionamento do cérebro. Quem passa 24 horas por semana a ser um receptor passivo de televisão tem um determinado tipo de cérebro. Quem passa esse tempo a ser um utilizador activo de informação, tem outro tipo de cérebro, que é um cérebro melhor, mais apropriado ao século XXI.»
5 de julho de 2010
Aquecimento global...
"Cinco primeiros meses do ano foram os mais quentes desde 1880"
"Os cinco primeiros meses deste ano foram os mais quentes desde 1880, quando começaram a ser registadas sistematicamente as temperaturas, informa um relatório do norte-americano Centro Nacional de Dados do Clima. Entre Janeiro e Maio, as temperaturas combinadas da terra e dos oceanos estiveram 0,68 graus Celsius acima da média do século XX..."
"... Em contraste, as temperaturas atingiram valores mais baixos do que o normal no Sudeste dos Estados Unidos, na Ásia Central e na Europa Ocidental, tendo a Alemanha tido, este ano, o mês de Maio mais frio desde 1991. Também em Maio, o gelo do Árctico derreteu 50 por cento mais rápido do que o normal para aquele período do ano, assinalou o Instituto norte-americano..."
Quando é que vamos deixar de estar inertes para as questões ambientais?
"Os cinco primeiros meses deste ano foram os mais quentes desde 1880, quando começaram a ser registadas sistematicamente as temperaturas, informa um relatório do norte-americano Centro Nacional de Dados do Clima. Entre Janeiro e Maio, as temperaturas combinadas da terra e dos oceanos estiveram 0,68 graus Celsius acima da média do século XX..."
"... Em contraste, as temperaturas atingiram valores mais baixos do que o normal no Sudeste dos Estados Unidos, na Ásia Central e na Europa Ocidental, tendo a Alemanha tido, este ano, o mês de Maio mais frio desde 1991. Também em Maio, o gelo do Árctico derreteu 50 por cento mais rápido do que o normal para aquele período do ano, assinalou o Instituto norte-americano..."
Quando é que vamos deixar de estar inertes para as questões ambientais?
1 de julho de 2010
Restolho
Geme o restolho, triste e solitário
a embalar a noite escura e fria
e a perder-se no olhar da ventania
que canta ao tom do velho campanário
Geme o restolho, preso de saudade
esquecido, enlouquecido, dominado
escondido entre as sombras do montado
sem forças e sem cor e sem vontade
Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
prá receber daquilo que aumenta o coração
Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
prá receber daquilo que aumenta o coração
Mafalda Veiga
a embalar a noite escura e fria
e a perder-se no olhar da ventania
que canta ao tom do velho campanário
Geme o restolho, preso de saudade
esquecido, enlouquecido, dominado
escondido entre as sombras do montado
sem forças e sem cor e sem vontade
Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
prá receber daquilo que aumenta o coração
Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
prá receber daquilo que aumenta o coração
Mafalda Veiga
Não tenho pressa...
Agora que cai a neblina,
Não tenho pressa,
Sento-me e escrevo
As palavras soltas que no céu
Formam constelações de incerteza
E os pensamentos vazios
Fecham as portas do sonho...
Não tenho pressa, de viver
Não tenho pressa de saber
Que da sorte vive o destino
E o que o mundo busca desenfreado
Se consome na leve brisa de um sopro
Sussurros, imagens, pesadelos...
Não tenho pressa,
Mas o Horizonte teima em fugir
A cada passo que dou
Em busca dele
O percurso é longo...
Na incerteza do horizonte,
Caminho devagar, alheia ao mundo
Porque não tenho pressa de chegar...
Não tenho pressa,
Sento-me e escrevo
As palavras soltas que no céu
Formam constelações de incerteza
E os pensamentos vazios
Fecham as portas do sonho...
Não tenho pressa, de viver
Não tenho pressa de saber
Que da sorte vive o destino
E o que o mundo busca desenfreado
Se consome na leve brisa de um sopro
Sussurros, imagens, pesadelos...
Não tenho pressa,
Mas o Horizonte teima em fugir
A cada passo que dou
Em busca dele
O percurso é longo...
Na incerteza do horizonte,
Caminho devagar, alheia ao mundo
Porque não tenho pressa de chegar...
28 de junho de 2010
Maternidade tardia...
Vale a pena ler esta notício do Público que fala sobre as mudanças que o papel da mulher na sociedade tem sofrido e a sua implicância no adiar da maternidade. A notícia pode ser lida na integra aqui.
«...as maternidades tardias vão continuar a aumentar, num país cujas mulheres há 25 anos não garantem a substituição das gerações (para isso seria necessário que cada mulher tivesse em média 2,1 filhos, sendo que, no ano passado, esse valor andava pelos 1,32). Mas, "não estamos a falar de fenómenos transversais a todas as classes sociais", segundo a demógrafa Ana Fernandes. "Nos grupos sociais mais baixos, onde a mulher muitas vezes não tem vida profissional ou tem uma posição profissional precária, muito dependente do marido, a maternidade continua a ser prioritária. O adiamento da maternidade - que acompanha o crescimento da longevidade - afecta fundamentalmente as mulheres de classes altas cujas carreiras profissionais são muito desgastantes e exigentes e por isso conflituam com o ser mãe." Enquanto em Portugal o adiamento da maternidade parece ser tendência para durar, Ana Fernandes nota que, em países como a Noruega, a ideologia feminista começa a querer mudar o calendário . "A afirmação do feminino passou muito pela profissionalização e pela afirmação da mulher no mercado de trabalho, a par com o homem. Agora, porém, começa-se a pôr em causa se esse é o caminho, porque a mulher nunca ficará a par do homem e está a deixar para trás a maternidade, negando-se quase o direito de ter um filho." Não se trata de nenhum regresso ao "lar doce lar", "mas de um passo na afirmação do feminismo, que engloba o reconhecimento de que a criança é muito importante no bem-estar de homens e mulheres".»
«...as maternidades tardias vão continuar a aumentar, num país cujas mulheres há 25 anos não garantem a substituição das gerações (para isso seria necessário que cada mulher tivesse em média 2,1 filhos, sendo que, no ano passado, esse valor andava pelos 1,32). Mas, "não estamos a falar de fenómenos transversais a todas as classes sociais", segundo a demógrafa Ana Fernandes. "Nos grupos sociais mais baixos, onde a mulher muitas vezes não tem vida profissional ou tem uma posição profissional precária, muito dependente do marido, a maternidade continua a ser prioritária. O adiamento da maternidade - que acompanha o crescimento da longevidade - afecta fundamentalmente as mulheres de classes altas cujas carreiras profissionais são muito desgastantes e exigentes e por isso conflituam com o ser mãe." Enquanto em Portugal o adiamento da maternidade parece ser tendência para durar, Ana Fernandes nota que, em países como a Noruega, a ideologia feminista começa a querer mudar o calendário . "A afirmação do feminino passou muito pela profissionalização e pela afirmação da mulher no mercado de trabalho, a par com o homem. Agora, porém, começa-se a pôr em causa se esse é o caminho, porque a mulher nunca ficará a par do homem e está a deixar para trás a maternidade, negando-se quase o direito de ter um filho." Não se trata de nenhum regresso ao "lar doce lar", "mas de um passo na afirmação do feminismo, que engloba o reconhecimento de que a criança é muito importante no bem-estar de homens e mulheres".»
23 de junho de 2010
12 de junho de 2010
Trabalhos de grupo: sonho ou pesadelo?
Os trabalhos de grupo são familiares a todos os estudantes, desde o 5º ano até a Universidade.... Estes tinham tudo para dar certo... Desde haver mais gente para conversar e até divertir-se, como haver mais ideias, mais criatividade, "brainstorming"...
Mas, não há bela sem senão.... E os maravilhosos trabalhos de grupo podem tornar-se verdadeiras confusões e fonte de discussão. Até ao 9º ano não se nota nada, no secundário começam a haver algumas discórdias, e na universidade tornam-se verdadeiros pesadelos... Provavelmente porque vamos crescendo, cada vez mais vamos encontrando gente diferente com ideias diferentes e com métodos de trabalho diferentes. E depois há sempre um desgraçado que tem de trabalhar mais, há competitividade pela melhor nota, há opiniões diferentes que não conseguem coexistir, há sempre alguém que quer mandar, há a falta de paciência e cordialidade, entre outros... E os trabalhos de grupo tornam-se piores quando não nos damos bem com os outros elementos do grupo, e aí é que não há cordialidade possível, e o ambiente é claramente mau... Então o que fazer para que os trabalhos de grupo se tornem suportáveis?
Principal: Se um trabalho de grupo correu mal com certas pessoas, na maioria dos casos não vale a pena insistir, porque não vai dar certo...
Depois: MUITA paciência, MAS, sem deixarem que os outros abusem dela e dizer tudo logo, nao guardar sentimentos de raiva...
E por fim: ter em conta qual é a melhor ideia para um bom trabalho, e não, a minha ideia é melhor que a tua (mesmo que até seja)...
Este post é para eu vir cá ler para a próxima que tiver de fazer um trabalho de grupo....
Mas, não há bela sem senão.... E os maravilhosos trabalhos de grupo podem tornar-se verdadeiras confusões e fonte de discussão. Até ao 9º ano não se nota nada, no secundário começam a haver algumas discórdias, e na universidade tornam-se verdadeiros pesadelos... Provavelmente porque vamos crescendo, cada vez mais vamos encontrando gente diferente com ideias diferentes e com métodos de trabalho diferentes. E depois há sempre um desgraçado que tem de trabalhar mais, há competitividade pela melhor nota, há opiniões diferentes que não conseguem coexistir, há sempre alguém que quer mandar, há a falta de paciência e cordialidade, entre outros... E os trabalhos de grupo tornam-se piores quando não nos damos bem com os outros elementos do grupo, e aí é que não há cordialidade possível, e o ambiente é claramente mau... Então o que fazer para que os trabalhos de grupo se tornem suportáveis?
Principal: Se um trabalho de grupo correu mal com certas pessoas, na maioria dos casos não vale a pena insistir, porque não vai dar certo...
Depois: MUITA paciência, MAS, sem deixarem que os outros abusem dela e dizer tudo logo, nao guardar sentimentos de raiva...
E por fim: ter em conta qual é a melhor ideia para um bom trabalho, e não, a minha ideia é melhor que a tua (mesmo que até seja)...
Este post é para eu vir cá ler para a próxima que tiver de fazer um trabalho de grupo....
3 de junho de 2010
29 de maio de 2010
Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...
Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...
Alberto Caeiro
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...
Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...
Alberto Caeiro
22 de maio de 2010
E depois?
Alguém já se perguntou como ficou Fátima depois da visita do Papa?
Ficou um bocadinho mais suja....
É impressionante a falta de higiene e de civismo das pessoas (as mesmas pessoas civilizadas e dignas de respeito que vêm rezar a Fátima)... À volta do Santuário há alguns pequenos espaços verdes, que agora ficaram um bocadinho menos verdes porque as pessoam depositaram lá o lixo que traziam..
E parece que também ninguém se deu ao trabalho de limpar aquilo... Acho vergonhoso que ninguém o tenha feito, só demostra a importância que dão às coisas.... Antes, tudo estava num brinquinho, depois, tudo está uma porcaria... É daqulas coisas que felizmente não me deixam inerte...
Ficou um bocadinho mais suja....
É impressionante a falta de higiene e de civismo das pessoas (as mesmas pessoas civilizadas e dignas de respeito que vêm rezar a Fátima)... À volta do Santuário há alguns pequenos espaços verdes, que agora ficaram um bocadinho menos verdes porque as pessoam depositaram lá o lixo que traziam..
E parece que também ninguém se deu ao trabalho de limpar aquilo... Acho vergonhoso que ninguém o tenha feito, só demostra a importância que dão às coisas.... Antes, tudo estava num brinquinho, depois, tudo está uma porcaria... É daqulas coisas que felizmente não me deixam inerte...
12 de maio de 2010
Fé ou Hipocrisia?
Parece que o mundo está de olhos postos em Fátima por causa de visita do Papa Bento XVI ao nosso país. Só quem está por cá é que sabe exactamente o que se passa, e por mais que nos queiramos alhear, é impossível ficar inerte.
Os dias foram-se aproximando e começavam a aparecer polícia por todo o lado, vários pronto-socorros, foram-se dando os últimos acabamentos nas ruas e enfeitou-se tudo bonitinho com bandeirinhas e fitinhas…
Sim, mas isto é o que o Papa vai ver, tudo limpinho e arranjadinho como nunca me lembro de ter sido feito, e as outras ruas, já não é preciso arranjo? O que dizem alguns é que devia vir cá o Papa todos os anos, podia ser que assim ficasse tudo bem… Faz-me lembrar aquelas senhoras que têm a casa num brinco e depois se formos ver, varreram para debaixo do tapete… É ou não uma hipocrisia da Câmara Municipal?
Já para não falar dos próprios peregrinos, cada um com a sua fé, isso não questiono, mas quantos não andam à batatada por um lugar no expresso ou quantos não se empurram no meio das multidões só para ver o Papa? E fazem-no porque têm muita fé, mas que fé é essa que não respeita o outro?
Dizem que é tão bom vir cá o Papa para dar alento às famílias nesta altura de crise, mas o que é que isso tem de mais? Vai-lhes por comida na mesa? Não me parece.
Eu achava muito bem que viesse cá o Papa, e que viessem os peregrinos, mas não era neste ambiente hipócrita… Cada um olha para o seu umbigo e cada um procura o melhor lugar para ficar a olhar para o Papa e tampouco se preocupam com a sua própria consciência.
Fico contente apenas por verificar que as pessoas se juntam e fazem esforços para conseguir chegar a um lugar, mostra-me que é possível acreditar que um dia se juntarão por algo mais ”importante”. Por um mundo melhor seria uma boa opção…
Os dias foram-se aproximando e começavam a aparecer polícia por todo o lado, vários pronto-socorros, foram-se dando os últimos acabamentos nas ruas e enfeitou-se tudo bonitinho com bandeirinhas e fitinhas…
Sim, mas isto é o que o Papa vai ver, tudo limpinho e arranjadinho como nunca me lembro de ter sido feito, e as outras ruas, já não é preciso arranjo? O que dizem alguns é que devia vir cá o Papa todos os anos, podia ser que assim ficasse tudo bem… Faz-me lembrar aquelas senhoras que têm a casa num brinco e depois se formos ver, varreram para debaixo do tapete… É ou não uma hipocrisia da Câmara Municipal?
Já para não falar dos próprios peregrinos, cada um com a sua fé, isso não questiono, mas quantos não andam à batatada por um lugar no expresso ou quantos não se empurram no meio das multidões só para ver o Papa? E fazem-no porque têm muita fé, mas que fé é essa que não respeita o outro?
Dizem que é tão bom vir cá o Papa para dar alento às famílias nesta altura de crise, mas o que é que isso tem de mais? Vai-lhes por comida na mesa? Não me parece.
Eu achava muito bem que viesse cá o Papa, e que viessem os peregrinos, mas não era neste ambiente hipócrita… Cada um olha para o seu umbigo e cada um procura o melhor lugar para ficar a olhar para o Papa e tampouco se preocupam com a sua própria consciência.
Fico contente apenas por verificar que as pessoas se juntam e fazem esforços para conseguir chegar a um lugar, mostra-me que é possível acreditar que um dia se juntarão por algo mais ”importante”. Por um mundo melhor seria uma boa opção…
29 de abril de 2010
História da ilha de Páscoa
A ilha de Páscoa foi, como o póprio nome indica, descoberta no dia de Páscoa. Os seus descobridores ao chegarem lá ficaram impressionados com as numerosas gigantescas estátuas com 10 metros de altura (ou mais) e ainda mais espantádos quando viram que a ilha era despovoada de árvores e de plantações os seus habitantes viviam miseravelmente.
Era na altura um mistério a origem daquelas estátuas, contudo, anos depois em descobertas arqueológicas, verificou-se que muito tempo antes teria existido ali um povo próspero que acabou por desenvolver maquinaria que permitiu a construção das enormes estátuas uma após a outra. No entanto, após tanta dedicação às estatuas, foram-se cortando árvores para a construção dos engenhos, até estas se acabarem. Sem árvores os solos ficáram sujeitos à erosão e a água das chuvas arrastava a terras, desprovidas de raizes que a fixassem, destruindo as plantações. Ora, para além da degradação ambiental, também se gerou grande fome entre a população, dando assim o grande passo para a decadência da ilha.
Esta hisória pode-nos ilucidar para as grandes questões ambientais, e mostra-nos a verdadeira importância de um desenvolvimento sustentável. Um dia destes, se permanecermos a este ritmo, a hisória da ilha de Páscoa pode voltar a repetir-se... Mas desta vez será a nível global...
23 de abril de 2010
Dia da Terra
Eu sei que já foi ontem...Mas a falta de tempo não perdoa... De qualquer forma, este blog não podia ficar inerte a esta data.
O Dia da Terra foi criado em 1970 e tem por finalidade criar uma consciência comum aos problemas da poluição, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger o planeta Terra. O seu criador foi o Senador norte-americano Gaylord Nelson, que convocou o primeiro protesto nacional contra a poluição. Esse dia conduziu à criação da Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).
A partir de 1990, o dia 22 de Abril foi adoptado mundialmente como o Dia da Terra, dando um grande impulso aos esforços de reciclagem a nível mundial .
Surgiu como um movimento universitário, e converteu-se num importante acontecimento educativo e informativo. Os grupos ecologistas utilizam-no como ocasião para avaliar os problemas do meio ambiente: a contaminação do ar, água e solos, a destruição de ecossistemas, e o esgotamento de recursos não renováveis. Utiliza-se este dia também para procurar soluções que permitam eliminar os efeitos negativos das actividades humanas. Estas soluções incluem a reciclagem de materiais manufaturados, preservação de recursos naturais como o petróleo, a proibição de utilizar produtos químicos prejudiciais, o fim da destruição de habitats fundamentais como as florestas tropicais e a protecção de espécies ameaçadas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_da_Terra
http://www.confagri.pt/Ambiente/AreasTematicas/DomTransversais/Documentos/doc21.htm
O Dia da Terra foi criado em 1970 e tem por finalidade criar uma consciência comum aos problemas da poluição, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger o planeta Terra. O seu criador foi o Senador norte-americano Gaylord Nelson, que convocou o primeiro protesto nacional contra a poluição. Esse dia conduziu à criação da Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).
A partir de 1990, o dia 22 de Abril foi adoptado mundialmente como o Dia da Terra, dando um grande impulso aos esforços de reciclagem a nível mundial .
Surgiu como um movimento universitário, e converteu-se num importante acontecimento educativo e informativo. Os grupos ecologistas utilizam-no como ocasião para avaliar os problemas do meio ambiente: a contaminação do ar, água e solos, a destruição de ecossistemas, e o esgotamento de recursos não renováveis. Utiliza-se este dia também para procurar soluções que permitam eliminar os efeitos negativos das actividades humanas. Estas soluções incluem a reciclagem de materiais manufaturados, preservação de recursos naturais como o petróleo, a proibição de utilizar produtos químicos prejudiciais, o fim da destruição de habitats fundamentais como as florestas tropicais e a protecção de espécies ameaçadas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_da_Terra
http://www.confagri.pt/Ambiente/AreasTematicas/DomTransversais/Documentos/doc21.htm
19 de abril de 2010
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, como grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia teu corpo, de repente
Hei-de morrer de te amar mais do que pude.
Vinicius de Moraes
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, como grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia teu corpo, de repente
Hei-de morrer de te amar mais do que pude.
Vinicius de Moraes
6 de abril de 2010
Transgénicos e ambiente
Também no meio ambiente se fazem sentir os efeitos indesejáveis dos alimentos transgénicos. Primeiro, devido as suas características que os tornam resistentes a pragas, o que torna a competição com outras espécies desigual, acabando mesmo por faze-las desaparecer, bem como outras espécies inofensivas e benéficas, como abelhas e joaninhas, o que constitui uma grande e irremediável perda de biodiversidade.
Uma outra característica destes organismos e a resistência a herbicidas, o que supostamente seria uma vantagem, mas que se torna muito prejudicial, visto que há resistência a herbicidas, o seu uso torna-se muito mais intensivo e indiscriminado, o que se revela nocivo para outras espécies e ainda origina contaminação dos solos e consequentemente, poluição. Há ainda o risco de cruzamentos entre plantas transgénicas e plantas normais o que pode levar ao aparecimento de plantas com características anormais que podem transformar-se em “super-pragas”, sem predadores naturais e difíceis de controlar. Pode ocorrer ainda a transferência de genes entre organismos, nomeadamente genes de resistência a pesticidas, o que pode levar a criação de pragas resistentes a pesticidas.
Os OGM são ainda apontados como a solução para acabar com a fome no mundo devido aos baixos custos de produção. Mas o que é certo é que a comida que todos os dias é desperdiçada em nossas casas era mais que suficiente para acabar com a fome. Não existem poucos recursos alimentares, o que existe é uma muito má distribuição desses recursos.
Uma outra característica destes organismos e a resistência a herbicidas, o que supostamente seria uma vantagem, mas que se torna muito prejudicial, visto que há resistência a herbicidas, o seu uso torna-se muito mais intensivo e indiscriminado, o que se revela nocivo para outras espécies e ainda origina contaminação dos solos e consequentemente, poluição. Há ainda o risco de cruzamentos entre plantas transgénicas e plantas normais o que pode levar ao aparecimento de plantas com características anormais que podem transformar-se em “super-pragas”, sem predadores naturais e difíceis de controlar. Pode ocorrer ainda a transferência de genes entre organismos, nomeadamente genes de resistência a pesticidas, o que pode levar a criação de pragas resistentes a pesticidas.
Os OGM são ainda apontados como a solução para acabar com a fome no mundo devido aos baixos custos de produção. Mas o que é certo é que a comida que todos os dias é desperdiçada em nossas casas era mais que suficiente para acabar com a fome. Não existem poucos recursos alimentares, o que existe é uma muito má distribuição desses recursos.
31 de março de 2010
Corta aqui, cola ali....
Parece que se Já se retira areia na lagoa de Óbidos para salvar a praia da Foz do Arelho. Isto porque parece que o mar está a conquistar território a terra.
«A construção de dois esporões em pedra e a colocação de sacos de areia para diminuir a força das correntes foi considerada pelos autarcas das Caldas da Rainha e Foz do Arelho "insuficiente" para a salvaguarda da época balnear na praia onde o areal ficou reduzido a poucos metros.»
Põe-se a questão, ate que ponto o ordenamento do território deve ir?
Se o mar avança é por um processo natural, a costa litoral é uma estrutura dinâmica, vai-se remodelando e modificando pela acção abrasiva do mar. O que não havia dantes era conhecimento para prever situações como esta e piores (quando estão ameaçadas casas ou populações) e fazer um ordenamento correcto do território. Deve-se deixar a costa remodelar-se naturalmente. Na maioria dos casos, as intervenções do homem ao invés de ajudar, ainda aceleram mais o processo. Contra a Natureza podemos muito pouco….
«A construção de dois esporões em pedra e a colocação de sacos de areia para diminuir a força das correntes foi considerada pelos autarcas das Caldas da Rainha e Foz do Arelho "insuficiente" para a salvaguarda da época balnear na praia onde o areal ficou reduzido a poucos metros.»
Põe-se a questão, ate que ponto o ordenamento do território deve ir?
Se o mar avança é por um processo natural, a costa litoral é uma estrutura dinâmica, vai-se remodelando e modificando pela acção abrasiva do mar. O que não havia dantes era conhecimento para prever situações como esta e piores (quando estão ameaçadas casas ou populações) e fazer um ordenamento correcto do território. Deve-se deixar a costa remodelar-se naturalmente. Na maioria dos casos, as intervenções do homem ao invés de ajudar, ainda aceleram mais o processo. Contra a Natureza podemos muito pouco….
30 de março de 2010
Humildade
As águas beijei,
As nuvens olhei,
Às árvores cantei,
Na sua beleza.
Os bichos amei,
Na sua bruteza,
Na sua pureza,
De forças sem lei.
E porque os amei
E os acompanhei,
Não me senti rei
Na Mãe-Natureza.
Francisco Bugalho, in "Paisagem"
As nuvens olhei,
Às árvores cantei,
Na sua beleza.
Os bichos amei,
Na sua bruteza,
Na sua pureza,
De forças sem lei.
E porque os amei
E os acompanhei,
Não me senti rei
Na Mãe-Natureza.
Francisco Bugalho, in "Paisagem"
28 de março de 2010
Transgénicos e saúde
Entre outros OGM, os que são mais polémicos e despertam mais atenção por parte dos consumidores são os alimentos transgénicos, dado que o Homem desconhece os efeitos que estes organismos têm sobre a saúde Humana e também sobre o meio ambiente. Um dos casos onde os organismos transgénicos são especialmente benéficos e úteis para o Homem é o caso das bactérias geneticamente modificadas utilizadas na produção de medicamentos como a insulina (primeiro medicamento geneticamente modificado aprovado pela FDA), o factor de coagulação para hemofílicos ou mesmo o factor de crescimento, entre outras proteínas.
Mas nem tudo são rosas, e os potenciais riscos destas técnicas residem na produção de alimentos transgénicos. Primeiro para o Homem, os alimentos transgénicos podem provocar alergias, quer em pessoas que já apresentavam hipersensibilidade a uma substância, como também em pessoas que não demonstravam qualquer tipo de alergia. Para além das substâncias alergénicas, podem ainda surgir substâncias tóxicas. Devido à ingestão de alimentos com resistência a determinado antibiótico, o ser Humano pode igualmente desenvolver resistências a antibióticos o que é prejudicial em casos de infecção por bactérias. Há ainda o risco de cancro devido à inserção de certos genes em determinadas regiões do genoma próximas de oncogenes (responsáveis pelo aparecimento de cancro).
Mas nem tudo são rosas, e os potenciais riscos destas técnicas residem na produção de alimentos transgénicos. Primeiro para o Homem, os alimentos transgénicos podem provocar alergias, quer em pessoas que já apresentavam hipersensibilidade a uma substância, como também em pessoas que não demonstravam qualquer tipo de alergia. Para além das substâncias alergénicas, podem ainda surgir substâncias tóxicas. Devido à ingestão de alimentos com resistência a determinado antibiótico, o ser Humano pode igualmente desenvolver resistências a antibióticos o que é prejudicial em casos de infecção por bactérias. Há ainda o risco de cancro devido à inserção de certos genes em determinadas regiões do genoma próximas de oncogenes (responsáveis pelo aparecimento de cancro).
24 de março de 2010
OGM vs Transgénicos
Desde que o Homem é Homem, que iniciou as suas primeiras experiencias na área da biotecnologia. O cruzamento de seres da mesma espécie controlado pelo Homem (selecção artificial) com vista à produção de organismos com características desejáveis, não é mais nem menos que a produção de organismos geneticamente modificados. Daí, se torna necessário explicitar a diferença entre OGM e transgénicos.
Antes de mais, todos os transgénicos são OGM, mas nem todos os OGM são transgénicos. Por exemplo, se pretendermos inserir num organismo de determinada espécie, um gene que pertence a outra espécie com vista a melhorar as características desse organismo, estamos a criar um organismo transgénico. É o caso do milho transgénico, no qual foi introduzido um gene que confere resistência a antibióticos (retirado de uma bactéria, por exemplo).
Se apenas pretendermos introduzir num organismo um gene que já pertenceu a essa mesma espécie, mas que por razões evolutivas, este gene se perdeu, não estamos a efectuar uma grande alteração nesse organismo, pelo que criamos um OGM, mas não podemos considera-lo transgénico. A finalidade é sempre a mesma: a criação de organismos com características mais vantajosas para o homem.
Normalmente, os organismos resultantes de cruzamentos seleccionados pelo homem são bem aceites, a questão polémica põe-se quando as alterações são feitas recorrendo a manipulação genética. As novas técnicas desenvolvidas permitem identificar os genes relacionados com determinada característica, altera-los e mesmo transferi-los para outros organismos, quer sejam eles da mesma espécie ou de espécies diferentes, permitindo assim criar seres que de forma natural nunca surgiriam na Natureza.
22 de março de 2010
Transgénicos, OGM e afins...
Apesar de ser um tema recorrente na sociedade ninguém sabe muito bem o que é esta coisa dos transgénicos e dos OGM... Será a mesma coisas? São coisas distintas? Nem os seus efeitos sobre a saúde... e o meio ambiente.... Mas afinal qual a sua finalidade?
Vou iniciar então este tema para os próximos posts... Espero ser esclarecedora na medida das minhas possibilidades....
Vou iniciar então este tema para os próximos posts... Espero ser esclarecedora na medida das minhas possibilidades....
19 de março de 2010
Limpar Portugal
Já deve ser do conhecimento geral, que amanhã dia 20, é o dia "L"... O dia em que se pretende limpar portugal de uma só vez... Actuando em vários locais ao mesmo tempo e recorrendo ao maior número de pessoas possível para ajudar...
É pois uma iniciativa muito nobre... Mas infelizmente é como tirar uma erva daninha sem lhe arrancar a raiz... É bom que as pessoas se unam por causas como estas, mas não podemos esquecer que há muito a ser feito. Não é meia duzia de indivíduos que vai resolver o problema. Há que mudar mentalidades, há que reformular os interesses, há que chegar ao cerne da questão e agir... Só actuando ao nível de quem manda é que podemos mudar realmente alguma coisa...
18 de março de 2010
Poluição atmosférica
Infelizmente parece que os alertas face ao ambiente ainda não são suficientes para as pessoas mudarem de atitude, pois Bruxelas ameaça levar Portugal a tribunal devido a poluição atmosférica.
Portugal é um dos paises onde há pior qualidade do ar, devido à presença de partículas nocivas, lançadas pelas indústrias, transportes e aquecimentos domésticos, susceptiveis de causar doenças respiratórias e mesmo cancro.
É bom que haja multas deste género a penalizar quem não cumpre as regras, principalmente porque ao contrário do que muita gente pensa a poluição não é uma coisa local, espalha-se, principalmente a poluição atmosférica (vai com os ventos por exemplo).
Não cabe só aos governantes impor leis e limites aceitaveis de poluição, também é necessário que cada um de nós se responsabilize pelos seus actos. Pois, todos nós contribuímos para o aumento da poluição, cabe-nos também a nós contribuir para a sua diminuição.
Portugal é um dos paises onde há pior qualidade do ar, devido à presença de partículas nocivas, lançadas pelas indústrias, transportes e aquecimentos domésticos, susceptiveis de causar doenças respiratórias e mesmo cancro.
É bom que haja multas deste género a penalizar quem não cumpre as regras, principalmente porque ao contrário do que muita gente pensa a poluição não é uma coisa local, espalha-se, principalmente a poluição atmosférica (vai com os ventos por exemplo).
Não cabe só aos governantes impor leis e limites aceitaveis de poluição, também é necessário que cada um de nós se responsabilize pelos seus actos. Pois, todos nós contribuímos para o aumento da poluição, cabe-nos também a nós contribuir para a sua diminuição.
17 de março de 2010
Trocas e baldrocas...
Se por um lado a intenção é boa, «Sócrates apela à execução do novo programa para a energia», por outro, não tem ponta por onde se lhe pegue, «Quercus teme "pressão ainda maior" sobre o Ambiente»...
Afinal se melhoramos os gastos energéticos num lado mas aumentamos noutro não é lá grande política... É o que se passa com a nova estratégia governamental para a energia, que supostamente teria tudo para para melhorar (preservação do ambiente, aumento do número de postos de trabalho, diminuir a dependência face ao exterior...), mas se calhar não é bem assim...
Afinal se melhoramos os gastos energéticos num lado mas aumentamos noutro não é lá grande política... É o que se passa com a nova estratégia governamental para a energia, que supostamente teria tudo para para melhorar (preservação do ambiente, aumento do número de postos de trabalho, diminuir a dependência face ao exterior...), mas se calhar não é bem assim...
16 de março de 2010
Biodiversidade (mais umas deixas..)
Como nunca é demais falar no assunto, e já que estamos em pleno ano Internacional da Biodiversidade, é normal e importante falar-se na sua conservação. Assim, surgiu uma iniciativa que visa promover a protecção da Biodiversidade em Portugal.
O Comboio da Biodiversidade leva hoje os portugueses interessados a observar e classificar as espécies naturais, num passeio ecológico que atravessa o Estuário do Tejo e o Vale do Sado, chamando a atenção para o ambiente.
O Comboio da Biodiversidade leva hoje os portugueses interessados a observar e classificar as espécies naturais, num passeio ecológico que atravessa o Estuário do Tejo e o Vale do Sado, chamando a atenção para o ambiente.
14 de março de 2010
Ser ou não ser, eis a questão...
"Ser ou não ser, eis a questão. Qual será o partido mais nobre? Suportar as pedradas e as frechadas da fortuna cruel ou pegar em armas contra um inundo de dores e acabar com elas, resistindo? Morrer, dormir, nada mais; dizer que pelo sono poderemos curar um mal do coração e os mil acidentes naturais que a nossa carne está sujeita é, na verdade, um desenlace que todos nós fervorosamente poderemos desejar. Morrer! dormir; dormir, sonhar talvez? sim, aqui está o ponto de interrogação; quais os sonhos que teremos no sono da morte, quando escaparmos a esta tormenta de vida? Isto obriga-nos a reflectir. É tal reflexão que prolonga por tão largo tempo a vida do miserável; quem quereria suportar, na realidade, as chicotadas e os desprezos dos tempos que vão correndo, as injustiças do déspota, as afrontas do orgulhoso, as torturas do amor imcompreendido, os vagares da justiça, a insolência dos poderosos, os pontapés que o merito paciente recebe dos indignos, quando para si mesmo podia alcançar a paz com a simples ponta dum punhal? quem quereria gemer, suar sob o peso duma vida de canseiras, sem receio de alguma coisa depois da morte, essa região desconhecida de onde nenhum viajante volta? Eis o que embaraça a vontade e nos decide a suportar os males de que sofremos, com medo de irmos encontrar outros que não conhecemos. É assim que a consciência faz cobardes de nós todos; é assim que as cores natrurais da nossa resolução mais firme empalidecem perante o frouxo clarão do pensamento doentio e os projectos de grande alcance e de grande importância, graças a esta consideração, mudam de rumo e voltam ao nada da imaginação... (...)"
William Shakespeare
Hamlet
William Shakespeare
Hamlet
12 de março de 2010
7 de março de 2010
Ai esses ambientalistas da treta....
Depois tragédia que assolou a Madeira, resta seguir em frente e recostruir o que foi deitado a baixo pelas chuvas e pela lama. Para além de querer "pôr tudo bonitinho", Alberto João Jardim teve também a brilhante ideia de querer roubar algum território ao mar e assim estender o Funchal mais um pouco, à semelhança de outros paises como a Holanda por exemplo. O que me interessa daqui é que este senhor quando interrogado pela jornalista da SIC, que lhe perguntou se seguiria o plano em frente mesmo contra as indicações dos ambientalistas, ao que este ser iluminado respondeu algo do género: "o ambientalista aqui sou eu...."
Pois muito bem, depois admire-se que há desgraças...
(Ainda não consegui encontrar o video da notícia, mas se encontrar ponho aqui).
Pois muito bem, depois admire-se que há desgraças...
(Ainda não consegui encontrar o video da notícia, mas se encontrar ponho aqui).
25 de fevereiro de 2010
Quem Me Mandou a Mim Querer Perceber?
Como quem num dia de Verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...
Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?
Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXII"
Heterónimo de Fernando Pessoa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...
Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?
Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXII"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Biodiversidade: conclusão
A importância da biodiversidade para um ambiente saudável está a tornar-se uma noção cada vez mais viva. Aprendemos que o futuro bem-estar de toda a humanidade depende da forma como gerimos os recursos da Terra. Ao explorar desenfreadamente estes recursos, estamos a ameaçar a nossa própria sobrevivência.
Desde o desaparecimento dos dinossauros que a taxa de extinção de espécies não era tão elevada. Com efeito, a situação é bem mais grave do que podemos imaginar, pois os cálculos desta taxa nunca poderão traduzir a situação real, já que apenas uma pequena percentagem de aproximadamente 14 milhões de espécies que habitam o planeta estão descritas pelos cientistas. Praticamente todas as perdas (pelo menos à nossa escala temporal) são consequência da actividade humana, sobretudo a destruição dos habitats e a exploração desmesurada dos recursos.
Com a crescente pressão do Homem sobre os recursos naturais, provavelmente a taxa de extinção não vai parar de aumentar. Apesar de se começar a definir uma consciência global sobre a importância da biodiversidade, é fundamental tomar acções concretas e urgentes, para evitar que todos os esforços de hoje, não resultem em nada amanhã.
Desde o desaparecimento dos dinossauros que a taxa de extinção de espécies não era tão elevada. Com efeito, a situação é bem mais grave do que podemos imaginar, pois os cálculos desta taxa nunca poderão traduzir a situação real, já que apenas uma pequena percentagem de aproximadamente 14 milhões de espécies que habitam o planeta estão descritas pelos cientistas. Praticamente todas as perdas (pelo menos à nossa escala temporal) são consequência da actividade humana, sobretudo a destruição dos habitats e a exploração desmesurada dos recursos.
Com a crescente pressão do Homem sobre os recursos naturais, provavelmente a taxa de extinção não vai parar de aumentar. Apesar de se começar a definir uma consciência global sobre a importância da biodiversidade, é fundamental tomar acções concretas e urgentes, para evitar que todos os esforços de hoje, não resultem em nada amanhã.
24 de fevereiro de 2010
Mas para quê conservar a Biodiversidade?
A protecção da biodiversidade carece cada vez mais da nossa preocupação, pois se houve motivos para que o homem degradasse a natureza desta forma, com certeza há motivos muito mais fortes, que devemos ter em conta, para aprender a conserva-la.
Podemos considerar motivos éticos, estéticos, económicos e funcionais da própria natureza, para além de muitos outros que advêm da nossa própria consciência enquanto cidadãos e seres humanos, portanto também nós fazemos parte da natureza, e o que a prejudica, também prejudica o Homem.
Consideramos as razões éticas, uma vez que o ser humano, que se considera a espécie dominante, é também como um dos causadores das extinções tem o dever moral de proteger outras formas de vida.
Devemos pensar nos motivos estéticos, pois as pessoas apreciam a natureza e gostam de ver animais e plantas no seu estado selvagem. A biodiversidade providencia uma imensa quantidade de oportunidades recreativas e de valor estético. As actividades recreativas associadas à observação da Natureza geram inumeros postos de trabalho mantendo muitos empregos a tempo inteiro. Os parques naturais são outra fonte de receita e de postos de trabalho, nomeadamente as visitas aos mesmos.
Há que ter em conta também razões económicas já que a diminuição de espécies pode prejudicar actividades já existentes, podendo ainda comprometer a sua utilização futura (por exemplo na produção de medicamentos). Não esquecendo que a economia mundial e as necessidades dos povos dependem dos recursos biológicos. Têm sido realizados diversos estudos a fim de determinar o valor económico da biodiversidade. Estes cálculos têm em atenção parcelas como a dependência da agricultura das reservas genéticas dos sistemas ecológicos naturais e as receitas que o turismo natural gera anualmente.
Finalmente há que considerar os motivos funcionais da natureza, dado que a redução da biodiversidade leva a perdas ambientais, uma vez que as espécies estão interligadas por mecanismos naturais (ecossistemas), como a regulação do clima, purificação do ar, protecção dos solos e das bacias hidrográficas contra a erosão, o controlo de pragas, e ainda a biodiversidade dos oceanos, é fundamental para a grande produção de oxigénio e consumo de dióxido de carbono.
Será que ainda não há motivos suficientes para mudarmos de atitude?
Podemos considerar motivos éticos, estéticos, económicos e funcionais da própria natureza, para além de muitos outros que advêm da nossa própria consciência enquanto cidadãos e seres humanos, portanto também nós fazemos parte da natureza, e o que a prejudica, também prejudica o Homem.
Consideramos as razões éticas, uma vez que o ser humano, que se considera a espécie dominante, é também como um dos causadores das extinções tem o dever moral de proteger outras formas de vida.
Devemos pensar nos motivos estéticos, pois as pessoas apreciam a natureza e gostam de ver animais e plantas no seu estado selvagem. A biodiversidade providencia uma imensa quantidade de oportunidades recreativas e de valor estético. As actividades recreativas associadas à observação da Natureza geram inumeros postos de trabalho mantendo muitos empregos a tempo inteiro. Os parques naturais são outra fonte de receita e de postos de trabalho, nomeadamente as visitas aos mesmos.
Há que ter em conta também razões económicas já que a diminuição de espécies pode prejudicar actividades já existentes, podendo ainda comprometer a sua utilização futura (por exemplo na produção de medicamentos). Não esquecendo que a economia mundial e as necessidades dos povos dependem dos recursos biológicos. Têm sido realizados diversos estudos a fim de determinar o valor económico da biodiversidade. Estes cálculos têm em atenção parcelas como a dependência da agricultura das reservas genéticas dos sistemas ecológicos naturais e as receitas que o turismo natural gera anualmente.
Finalmente há que considerar os motivos funcionais da natureza, dado que a redução da biodiversidade leva a perdas ambientais, uma vez que as espécies estão interligadas por mecanismos naturais (ecossistemas), como a regulação do clima, purificação do ar, protecção dos solos e das bacias hidrográficas contra a erosão, o controlo de pragas, e ainda a biodiversidade dos oceanos, é fundamental para a grande produção de oxigénio e consumo de dióxido de carbono.
Será que ainda não há motivos suficientes para mudarmos de atitude?
16 de fevereiro de 2010
Diálogo
A cruz dizia à terra onde assentava,
Ao vale obscuro, ao monte áspero e mudo:
— Que és tu, abismo e jaula, aonde tudo
Vive na dor e em luta cega e brava?
Sempre em trabalho, condenada escrava.
Que fazes tu de grande e bom, contudo?
Resignada, és só lodo informe e rudo;
Revoltosa, és só fogo e horrida lava...
Mas a mim não há alta e livre serra
Que me possa igualar!.. amor, firmeza,
Sou eu só: sou a paz, tu és a guerra!
Sou o espírito, a luz!.. tu és tristeza,
Oh lodo escuro e vil! — Porém a terra
Respondeu: Cruz, eu sou a Natureza!
Antero de Quental, in "Sonetos"
Ao vale obscuro, ao monte áspero e mudo:
— Que és tu, abismo e jaula, aonde tudo
Vive na dor e em luta cega e brava?
Sempre em trabalho, condenada escrava.
Que fazes tu de grande e bom, contudo?
Resignada, és só lodo informe e rudo;
Revoltosa, és só fogo e horrida lava...
Mas a mim não há alta e livre serra
Que me possa igualar!.. amor, firmeza,
Sou eu só: sou a paz, tu és a guerra!
Sou o espírito, a luz!.. tu és tristeza,
Oh lodo escuro e vil! — Porém a terra
Respondeu: Cruz, eu sou a Natureza!
Antero de Quental, in "Sonetos"
14 de fevereiro de 2010
Ameaças à Biodiversidade IV
Por vezes as actividades humanas, nomeadamente os transportes de mercadorias e pessoas, provocam a proliferação de certos organismos (algas, gado, moscas, ratos) que se tornam patogénicos e nocivos para os habitats. O Homem introduz plantas ornamentais, animais domésticos e mesmo doenças nos ecossistemas capazes de destruir a fauna e flora nativas, pois não existem predadores naturais. Além disso, o controlo ou a erradicação de uma espécie introduzida invasora, como a acácia ou o jacinto-de-água, é complexo e oneroso.
Ocorre algo semelhante com a introdução de organismos geneticamente modificados, pois estes são criados não só com o intuito de produzir melhores alimentos mas também ser resistentes às pragas. Assim, para além de todos os potenciais inconvenientes dos organismos geneticamente modificados, um dos principais riscos para a biodiversidade é que por serem resistentes, e não terem predadores naturais, vão competir de forma desigual com as espécies já existentes podendo levar à sua obliteração. Contudo, a lei portuguesa não impede o cultivo de organismos transgénicos nas áreas protegidas.
Ocorre algo semelhante com a introdução de organismos geneticamente modificados, pois estes são criados não só com o intuito de produzir melhores alimentos mas também ser resistentes às pragas. Assim, para além de todos os potenciais inconvenientes dos organismos geneticamente modificados, um dos principais riscos para a biodiversidade é que por serem resistentes, e não terem predadores naturais, vão competir de forma desigual com as espécies já existentes podendo levar à sua obliteração. Contudo, a lei portuguesa não impede o cultivo de organismos transgénicos nas áreas protegidas.
11 de fevereiro de 2010
Ameaças à Biodiversidade III
De igual modo, a caça furtiva é também outra grande ameaça, principalmente para as espécies animais, uma vez que o Homem tira proveito de certos animais devido às suas propriedades, quer sejam medicinais ou com interesse comercial, como as peles e o marfim. É o caso do elefante africano (marfim), rinoceronte (propriedades medicinais), o tigre de bengala, baleia, etc. Ocorre ainda caça furtiva quando uma determinada espécie se torna prejudicial ao Homem, nomeadamente por destruir plantações ou atacar animais domésticos. Um exemplo é o que ocorreu com o lobo ibérico, que praticamente desapareceu do território português.
8 de fevereiro de 2010
Ameaças à Biodiversidade II
Outro factor que afecta a biodiversidade é a desflorestação e consequente destruição de habitats, o que reduz não só o número de espécies vegetais mas também de espécies animais. O homem procura constantemente locais para a construção e para a agricultura, o que leva a uma redução das áreas florestais, conjuntamente com a exploração de madeiras e mesmo os incêndios florestais.
Na verdade, a desflorestação tropical e a degradação das florestas são a principal causa de perda de biodiversidade no planeta o que contribui para uma extinção em massa de espécies, num índice 100 a 1000 vezes maior do que o que poderia ser considerado normal no tempo evolutivo. Um exemplo dessa desflorestação é o que ocorre na floresta amazónica que está a desaparecer a um ritmo cada vez mais acelerado. Só entre Agosto de 2003 e Agosto de 2004, a desflorestação atingiu o segundo valor mais alto de sempre, afectando mais de 26 mil quilómetros quadrados no espaço de um ano, o equivalente a um terço da superfície de Portugal.
Na verdade, a desflorestação tropical e a degradação das florestas são a principal causa de perda de biodiversidade no planeta o que contribui para uma extinção em massa de espécies, num índice 100 a 1000 vezes maior do que o que poderia ser considerado normal no tempo evolutivo. Um exemplo dessa desflorestação é o que ocorre na floresta amazónica que está a desaparecer a um ritmo cada vez mais acelerado. Só entre Agosto de 2003 e Agosto de 2004, a desflorestação atingiu o segundo valor mais alto de sempre, afectando mais de 26 mil quilómetros quadrados no espaço de um ano, o equivalente a um terço da superfície de Portugal.
Ameaças à Biodiversidade I
Todas as ameaças à biodiversidade se baseiam no constante desenvolvimento da humanidade e nos diversos interesses económicos que o ser humano tem na natureza, quase sempre sem se preocupar com as consequências.
Após a revolução industrial deu-se um grande aumento da poluição quer atmosférica quer da água e dos solos o que provocou não só efeitos nefastos para o Homem como também para as restantes espécies.
Os diversos danos provocados pela poluição provêm não só dos efeitos directos da poluição como também dos efeitos indirectos. Podemos considerar efeitos directos a presença de contaminantes tóxicos no ambiente que por vezes se mantêm inalterados por muitos anos, a presença de detritos provenientes do lixo doméstico que provoca a morte por asfixia em muitos animais, entre outros. Já os efeitos indirectos da poluição são por exemplo o aumento da temperatura média da atmosfera e das águas que levam a uma dificuldade de adaptação das espécies e são também a causa da invasão de águas salinas em ambientes tradicionalmente de água doce, potenciando assim, a diminuição ou extinção das espécies até então aí presentes.
Após a revolução industrial deu-se um grande aumento da poluição quer atmosférica quer da água e dos solos o que provocou não só efeitos nefastos para o Homem como também para as restantes espécies.
Os diversos danos provocados pela poluição provêm não só dos efeitos directos da poluição como também dos efeitos indirectos. Podemos considerar efeitos directos a presença de contaminantes tóxicos no ambiente que por vezes se mantêm inalterados por muitos anos, a presença de detritos provenientes do lixo doméstico que provoca a morte por asfixia em muitos animais, entre outros. Já os efeitos indirectos da poluição são por exemplo o aumento da temperatura média da atmosfera e das águas que levam a uma dificuldade de adaptação das espécies e são também a causa da invasão de águas salinas em ambientes tradicionalmente de água doce, potenciando assim, a diminuição ou extinção das espécies até então aí presentes.
7 de fevereiro de 2010
O quê? Valho Mais que uma Flor
O quê? Valho mais que uma flor
Porque ela não sabe que tem cor e eu sei,
Porque ela não sabe que tem perfume e eu sei,
Porque ela não tem consciência de mim e eu tenho consciência dela?
Mas o que tem uma coisa com a outra
Para que seja superior ou inferior a ela?
Sim tenho consciência da planta e ela não a tem de mim.
Mas se a forma da consciência é ter consciência, que há nisso?
A planta, se falasse, podia dizer-me: E o teu perfume?
Podia dizer-me: Tu tens consciência porque ter consciência é uma
qualidade humana
E só não tenho uma porque sou flor senão seria homem.
Tenho perfume e tu não tens, porque sou flor...
Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu
E a flor é a flor?
Ah, não comparemos coisa nenhuma, olhemos.
Deixemos análises, metáforas, símiles.
Comparar uma coisa com outra é esquecer essa coisa.
Nenhuma coisa lembra outra se repararmos para ela.
Cada coisa só lembra o que é
E só é o que nada mais é.
Separa-a de todas as outras o facto de que é ela.
(Tudo é nada sem outra coisa que não é).
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Porque ela não sabe que tem cor e eu sei,
Porque ela não sabe que tem perfume e eu sei,
Porque ela não tem consciência de mim e eu tenho consciência dela?
Mas o que tem uma coisa com a outra
Para que seja superior ou inferior a ela?
Sim tenho consciência da planta e ela não a tem de mim.
Mas se a forma da consciência é ter consciência, que há nisso?
A planta, se falasse, podia dizer-me: E o teu perfume?
Podia dizer-me: Tu tens consciência porque ter consciência é uma
qualidade humana
E só não tenho uma porque sou flor senão seria homem.
Tenho perfume e tu não tens, porque sou flor...
Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu
E a flor é a flor?
Ah, não comparemos coisa nenhuma, olhemos.
Deixemos análises, metáforas, símiles.
Comparar uma coisa com outra é esquecer essa coisa.
Nenhuma coisa lembra outra se repararmos para ela.
Cada coisa só lembra o que é
E só é o que nada mais é.
Separa-a de todas as outras o facto de que é ela.
(Tudo é nada sem outra coisa que não é).
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Biodiversidade: Parte I
A biodiversidade é entendida como a diversidade da natureza viva, e engloba não só a diversidade de espécies, como também a diversidade de ecossistemas, tendo como base a própria diversidade genética.
Nos últimos anos, o desaparecimento de espécies e de áreas naturais, consequência da actividade humana, tem ocorrido a uma velocidade sem precedentes. A extinção adicional de mais uma espécie representa uma perda irreversível de códigos genéticos únicos, que estão muitas vezes ligados ao desenvolvimento de medicamentos, à produção de alimentos e a diversas actividades económicas. É do conhecimento geral que muitas das espécies actuais se encontram em perigo de extinção, e muitas outras acabaram mesmo por desaparecer, no entanto, a extinção dita “natural”, em si não é nefasta, e sabe-se que desde sempre se deram grandes extinções. Caso não tivesse ocorrido a extinção dos dinossauros por exemplo, provavelmente nunca teria aparecido a espécie humana. O extermínio de certas espécies pode levar ao surgimento de outras, contudo, o que se verifica nos dias de hoje, é um incremento da indústria e certos interesses económicos que colocam em sério risco a biodiversidade do nosso planeta.
Assim, torna-se necessário proteger todas as espécies, principalmente as que se encontram sob ameaça de extinção. O surgimento de diversos movimentos ambientalistas conseguiu travar alguns abusos, mas é necessário continuar a sensibilizar as populações e os governos para todas as questões relacionadas com a protecção ambiental, sem descurar a protecção das espécies animais e vegetais, pois só deste modo conseguiremos alcançar um desenvolvimento sustentável.
Nos últimos anos, o desaparecimento de espécies e de áreas naturais, consequência da actividade humana, tem ocorrido a uma velocidade sem precedentes. A extinção adicional de mais uma espécie representa uma perda irreversível de códigos genéticos únicos, que estão muitas vezes ligados ao desenvolvimento de medicamentos, à produção de alimentos e a diversas actividades económicas. É do conhecimento geral que muitas das espécies actuais se encontram em perigo de extinção, e muitas outras acabaram mesmo por desaparecer, no entanto, a extinção dita “natural”, em si não é nefasta, e sabe-se que desde sempre se deram grandes extinções. Caso não tivesse ocorrido a extinção dos dinossauros por exemplo, provavelmente nunca teria aparecido a espécie humana. O extermínio de certas espécies pode levar ao surgimento de outras, contudo, o que se verifica nos dias de hoje, é um incremento da indústria e certos interesses económicos que colocam em sério risco a biodiversidade do nosso planeta.
Assim, torna-se necessário proteger todas as espécies, principalmente as que se encontram sob ameaça de extinção. O surgimento de diversos movimentos ambientalistas conseguiu travar alguns abusos, mas é necessário continuar a sensibilizar as populações e os governos para todas as questões relacionadas com a protecção ambiental, sem descurar a protecção das espécies animais e vegetais, pois só deste modo conseguiremos alcançar um desenvolvimento sustentável.
6 de fevereiro de 2010
2010: Ano Internacional da Biodiversidade
Este ano foi o escolhido para ser totalmente dedicado ao tema da Biodiversidade e a sua protecção. Uma série de medidas foram tomadas com o intúito de travar a perda de biodiversidade a nível europeu, bem como a recuperação de habitats e sistemas naturais.
Não podemos ficar Inertes perante este problema, acreditem que nos afecta mais do que aquilo que possamos imaginar. Deste modo, inicio com esta citação, o tema dos proximos posts: Biodiversidade.
"Faz das espécies em perigo uma presença vívida na vida de toda a gente. Esclarece que cada uma destas espécies tem um nome, tem uma história de milhões de anos e tem o seu lugar no mundo. Traz-nos cara à cara com cada uma dessas espécies. Faz-nos reconhecer que elas são as nossas companheiras na biosfera. Elas não são apenas qualquer coisa para considerar de vez em quando, mas fazem parte de nossa existência... Fazem parte de nós."
Edward O. Wilson
Não podemos ficar Inertes perante este problema, acreditem que nos afecta mais do que aquilo que possamos imaginar. Deste modo, inicio com esta citação, o tema dos proximos posts: Biodiversidade.
"Faz das espécies em perigo uma presença vívida na vida de toda a gente. Esclarece que cada uma destas espécies tem um nome, tem uma história de milhões de anos e tem o seu lugar no mundo. Traz-nos cara à cara com cada uma dessas espécies. Faz-nos reconhecer que elas são as nossas companheiras na biosfera. Elas não são apenas qualquer coisa para considerar de vez em quando, mas fazem parte de nossa existência... Fazem parte de nós."
Edward O. Wilson
2 de fevereiro de 2010
Em nome do progresso...
Em nome do suposto progresso fazem-se muitas asneiras, como pode ser lido nesta notícia. Desta vez, a construção de uma barragem na Amazónia vem não só destruir habitats, reduzindo a biodiversidade, como também deixar cerca de 20 mil indígenas sem casa. Apesar das tentativas destes povos para impedir esta construção, o projecto, que irá dar origem à terceira maior barragem do mundo, foi aceite pelo Ministério do Ambiente brasileiro. E mesmo com as promessas de compensação dadas pelo governo de melhoria das condições de habitação e saneamento bem como recuperação da fauna e flora, os danos serão sempre muito superiores aos benefícios, principalmente porque a energia proveniente da nova barragem será destinada à alimentação eléctrica de empresas que contribuem todos os dias para a degradação da floresta amazónica.
Mais uma vez o interesse das minorias é que prevalece, mas só se forem minorias poderosas...
Mais uma vez o interesse das minorias é que prevalece, mas só se forem minorias poderosas...
29 de janeiro de 2010
Quem são os terroristas afinal....
Afinal, parece que o "terrorista" até tem uma boa consciência ecológica...
Bin Laden usa alterações climáticas para chamar terroristas aos EUA e acaba mesmo por críticar Bush por não querer assinar o protocolo de Quioto. É com estas frases que pensamos: quem é o terrorista afinal?
Os ataques terroristas deixam muitas vítimas e muitas mortes, mas podem acreditar que as alteraçoes climáticas, a poluição e todos os atentados ambientais deixam muito mais.
É mais uma notícia que nos deixa a pensar e que nos permite perceber que afinal as coisas não são tão lineares como pensamos, e que talvez por trás de certos actos hajam também razões... (Apesar de as razões não justificarem os actos).
Bin Laden usa alterações climáticas para chamar terroristas aos EUA e acaba mesmo por críticar Bush por não querer assinar o protocolo de Quioto. É com estas frases que pensamos: quem é o terrorista afinal?
Os ataques terroristas deixam muitas vítimas e muitas mortes, mas podem acreditar que as alteraçoes climáticas, a poluição e todos os atentados ambientais deixam muito mais.
É mais uma notícia que nos deixa a pensar e que nos permite perceber que afinal as coisas não são tão lineares como pensamos, e que talvez por trás de certos actos hajam também razões... (Apesar de as razões não justificarem os actos).
26 de janeiro de 2010
BBC vai pôr no ar documentário inteiramente filmado por chimpanzés
Mais uma prova de que realmente o Homem não é assim tão espetacularmente diferente nem evoluído em relação aos outros animais. Como nos mostra esta notícia, os chimpanzés são também capazes de manusear um instrumento como uma câmara de filmar e apesar de provavelmente não terem consciência de que estão a realizar um filme, as imagens gravadas dão um óptimo exemplo de como os chimpazés veêm o mundo, ajudando assim os investigadores a compreender um pouco melhor estes nossos "parentes".
24 de janeiro de 2010
"Não me toques porque és preto..."
Esta frase foi dita por uma colega cá de casa pouco mais velha do que eu. Pois é, por incrivel que possa parecer, ainda há jovens que têm este tipo de pensamento extremamente racista. Poderia ter sido dito por uma pessoa mais velha, (ainda que sem justificação), pois infelizmente faz parte da nossa cultura considerar as pessoas negras como inferiores ou más pessoas, acabando mesmo por culpá-los dos assaltos e da violência nomeadamente em bairros sociais. Como respondeu outra colega, "não é sujo, é só cor" , é triste que principalmente gente jovem ainda discrimine desta maneira.
Por mais que os assuntos sejam abordados, nunca é demais falar neles, porque quando menos se espera encontramos preciosidades destas.
Por mais que os assuntos sejam abordados, nunca é demais falar neles, porque quando menos se espera encontramos preciosidades destas.
22 de janeiro de 2010
Vida
Choveu! E logo da terra humosa
Irrompe o campo das liliáceas.
Foi bem fecunda, a estação pluviosa!
Que vigor no campo das liliáceas!
Calquem. Recalquem, não o afogam.
Deixem. Não calquem. Que tudo invadam.
Não as extinguem. Porque as degradam?
Para que as calcam? Não as afogam.
Olhem o fogo que anda na serra.
É a queimada... Que lumaréu!
Podem calcá-lo, deitar-lhe terra,
Que não apagam o lumaréu.
Deixem! Não calquem! Deixem arder.
Se aqui o pisam, rebenta além.
-E se arde tudo? - Isso que tem?
Deitam-lhe fogo, é para arder...
Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'
Irrompe o campo das liliáceas.
Foi bem fecunda, a estação pluviosa!
Que vigor no campo das liliáceas!
Calquem. Recalquem, não o afogam.
Deixem. Não calquem. Que tudo invadam.
Não as extinguem. Porque as degradam?
Para que as calcam? Não as afogam.
Olhem o fogo que anda na serra.
É a queimada... Que lumaréu!
Podem calcá-lo, deitar-lhe terra,
Que não apagam o lumaréu.
Deixem! Não calquem! Deixem arder.
Se aqui o pisam, rebenta além.
-E se arde tudo? - Isso que tem?
Deitam-lhe fogo, é para arder...
Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'
Uns mais inertes que outros...
Químicamente falando, e não só, uma substância inerte é aquela que não reage. Tal como a maioria das pessoas que andam por aí, que não reagem também áquilo que se passa à sua volta. Deixamos as coisas passar ao lado, sem se importar, ou pior, sem sequer notar.
Com este blog tenho o objectivo de alertar e despertar consciências, no fundo fazer agir quem lê, para que deixemos de ser inertes e passemos a ser mais (re)activos.
Um dos temas que quero abordar, talvez o principal, é a Ecologia. Pois apesar de sermos bombardeados tantas vezes com este tema, parece que ainda estamos um pouco inertes.... Contudo, ao escolher este tema não me fecho a outros temas, nomeadamente da actualidade, visto que estamos cada vez mais inertes também a estes temas e a tudo o que se passa em nosso redor.
Com este blog tenho o objectivo de alertar e despertar consciências, no fundo fazer agir quem lê, para que deixemos de ser inertes e passemos a ser mais (re)activos.
Um dos temas que quero abordar, talvez o principal, é a Ecologia. Pois apesar de sermos bombardeados tantas vezes com este tema, parece que ainda estamos um pouco inertes.... Contudo, ao escolher este tema não me fecho a outros temas, nomeadamente da actualidade, visto que estamos cada vez mais inertes também a estes temas e a tudo o que se passa em nosso redor.
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