29 de maio de 2011

Residuos de antibioticos na carne

Cá está uma bela oportunidade de usar os conhecimentos aprendidos nas aulas para escrever qualquer coisa para o blog…

O tema é resíduos de antibióticos em carnes de animais.
Há uns anos para cá, felizmente que isso já mudou um pouco, os antibióticos eram dados aos animais indiscriminadamente para tratar as infecções, como profilaxia (para prevenir infecções) e como promotores de crescimento.

O único objectivo é ter lucro máximo… os animais são colocados amontoados e com péssimas condições de higiene, mas os antibióticos vieram resolver o assunto, menos animais doentes, menos animais mortos, e o melhor de tudo é que permitem que os animais engordem mais depressa.

Acontece que este uso indiscriminado de antibióticos tem consequências graves para a saúde humana. Nomeadamente o surgimento de resistências a antibióticos.
Isto é, uma pessoa ingere a carne de um animal que está cheia de resíduos de antibióticos, isto faz com que as bactérias que vivem normalmente no nosso organismo ganham resistência a esses antibióticos. E acontece que as bactérias têm a capacidade de passar essa resistência umas para as outras. Ora, quando uma pessoa tem uma infecção bacteriana e precisa de um antibiótico, este já não vai funcionar, pois a bactéria patogénica já vai ser resistente. É preciso outro antibiótico, e assim por diante até haver bactérias resistentes a praticamente todos os antibióticos conhecidos, ou seja, deixa de haver tratamento.

Mas podem pensar, os medicamentos usados nos animais são diferentes daqueles usados em humanos. E sim, é verdade, no entanto, os antibióticos apesar de não serem os mesmos, são do mesmo grupo, ou seja, são semelhantes. E aqui o que acontece é chamado resistência cruzada, ou seja, a exposição a um antibiótico fornece resistência a esse antibiótico e a outros antibióticos semelhantes.

Um exemplo disso mesmo foi o que aconteceu com a avoparcina e a vancomicina. A avoparcina era um antibiótico usado nos animais, e a vancomicina é um antibiótico de uso hospitalar apenas, ou seja o seu uso é muito restrito, precisamente para evitar resistências. Contudo, começaram a surgir resistências á vancomicina, e a culpa era da avoparcina que davam aos animais e cuja carne era ingerida pelos humanos.

Felizmente que desde 2005, o uso de antibióticos cuja única finalidade era ser promotor de crescimento foi proibido em Portugal. A avorparcina foi proibida nas rações animais, contudo outros antibióticos continuam a ser usados. Resta ainda muito trabalho a fazer.
Infelizmente os problemas das produções intensivas animais não ficam por aqui… mas isso fica para outro post…

Fica aqui um vídeo para vos elucidar melhor..


12 de maio de 2011

Menos educação pode acelerar envelhecimento

«Uma equipa de cientistas associou o envelhecimento celular com o grau de educação da população, concluindo que pessoas com menos escolaridade tinham células mais velhas. Este factor, segundo o artigo publicado recentemente na revista Brain, Behavior, and Immunity, era mais importante do que o nível económico actual das pessoas.
(...)
Os estudos entre a saúde e o estatuto socioeconómico são bem conhecidos. No passado, já se relacionou contextos sociais mais pobres com maiores probabilidades da utilização de tabaco, de menos exercício ou menos acesso a cuidados de saúde de qualidade.

No entanto, o novo estudo mostra que a educação é mais determinante no estado de saúde de uma pessoa a longo prazo, do que o estatuto social actual dessa pessoa ou o ordenado que recebe.
(...)
É difícil perceber quais é que são as raízes desta ligação. O artigo sugere que as pessoas mais educadas são capazes de tomar decisões mais informadas que beneficiam a sua saúde e, por outro lado, têm uma maior capacidade para gerirem o stress e a pressão.»

Notícia completa aqui.

11 de maio de 2011

Água "pura" ou pura charlatisse?

Surgem de vez em quando umas publicidades de jarros e outros sistemas de purificação de água que alegadamente tornam a água mais pura, com melhor sabor, etc.
Utilizam também o argumento que reduzem o calcário, o cloro e os metais pesados que possam estar presentes na água e são prejudiciais à saúde.

Alguns destes produtos usam sistemas de filtração ou de osmose inversa, que o que fazem basicamente é desmineralizar a água.
De facto, a água usada no ferro de engomar, na máquina de lavar roupa, convém ser desmineralizada para evitar depósitos de calcário que podem danificar os aparelhos.
Mas a água que é para beber, NÃO deve ser totalmente desmineralizada pois torna-se prejudicial à saúde.

A água move-se através de uma membrana semi-permeavél por osmose, e passa do meio menos concentrado para o mais concentrado de forma a atingir um equilibrio (isotonicidade).
Já o movimento dos solutos (minerais por exemplo) através de uma membrana semi-permeavel ocorre, por exemplo, por difusao passiva, isto é do meio mais concentrado para o meio menos concentrado de forma a atingir o equilibrio de concentrações.

Quando ingerimos uma água desmineralizada (meio menos concentrado) os minerais do nosso corpo vão ter tendência a passar para essa água (pois seguem o gradiente de concentração) de forma a equilibrar os meios. A água é eliminada conjuntamente com os minerais do nosso corpo. Ora a consequência disso é a desmineralização dos ossos por exemplo.


Já para não falar que a água que chega à torneira das nossas casas é sujeita a análises e controlos de rotina que garantem a qualidade da mesma. Qualquer um pode ver na factura da água os valores paramétricos dos vários compostos analisados, quer químicos quer biológicos.

Como referi anteriormente, só no caso de proteger os electrodomesticos e para a industria estes sistemas são vantajosos. Por rotina, não se deve beber água proveniente destes sistemas devido aos problemas que daí podem surgir.
Certamente os senhores que comercializam estes aparelhos percebem muito de química, mas percebem pouco de biologia...