28 de novembro de 2011

Cada português fez 517 quilos de lixo em 2009

"Em Portugal foram recolhidos 517 quilos de resíduos urbanos por habitante em 2009, com Porto Santo e Albufeira a liderarem a lista por concelho, segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

No total, foram recolhidos cerca de 5,5 milhões de toneladas de resíduos urbanos em todo o país, dos quais só 13 por cento foram provenientes de recolha selectiva, de acordo com os Anuários Estatísticos Regionais hoje publicados."

Notícia completa.

23 de outubro de 2011

Estudo independente ataca cépticos e confirma que a Terra está mesmo mais quente

«A temperatura da Terra aumentou, em média, 1ºC desde a década de 1950, diz um grupo de cientistas americanos que quis responder às dúvidas dos mais cépticos e aquecer o debate climático, em lume brando desde o “climategate” em 2009.»

in Público

3 de outubro de 2011

Escolhas alimentares amigas do ambiente

Aqui ficam umas dicas para uma alimentação mais ecológica e saudável.



"A produção intensiva de alimentos observada nas últimas décadas tem-se associado a uma grande emissão de gases com efeito de estufa que contribuem para o aquecimento global. É estimado por exemplo, que o sistema alimentar dos Estados Unidos, contribua para, pelo menos, 20 por cento dos gases com efeito estufa produzidos no país

Uma alimentação amiga do ambiente é a que acarreta uma baixa emissão de gases com efeito de estufa, nas várias fases do ciclo dos alimentos, incluindo produção, embalamento, processamento, transporte, preparação e tratamento dos desperdícios. À quantidade de gases com efeito de estufa emitidos por cada cidadão chama-se pegada de carbono e esta varia de pessoa para pessoa, de acordo com as suas escolhas. Desta forma, os nossos hábitos alimentares diários, poderão ter um impacto significativo sobre as mudanças climáticas.

A carne produzida de forma intensiva é um dos alimentos com maior impacto ambiental. No Brasil, um dos maiores produtores mundiais de carne, estima-se que a criação de bovinos tenha sido responsável por grande parte da desflorestação do Estado do Amazonas, com as implicações ambientais que lhe são inerentes. Medidas como reduzir o consumo de carne e aumentar a ingestão de produtos hortofrutícolas, poderão contribuir muito para a diminuição da emissão de gases responsáveis pelo aquecimento global.

Há que ter em conta também o transporte a que os alimentos estão sujeitos, já que este aspecto poderá ser responsável por uma elevada variabilidade na emissão de gases. Por exemplo, o consumo de frutos tropicais que viajaram de avião até nós, associa-se à emissão de cerca de trinta vezes mais gases responsáveis pelo aquecimento global comparativamente a frutos produzidos localmente. Já o transporte de maçãs por via marítima pode aumentar a produção de gases com efeito de estufa em 100 por cento em comparação às maçãs portuguesas que nos chegam por via terrestre. Mesmo por esta via, os longos percursos acarretam maiores emissões de gases para a atmosfera, sendo por isso a “maçã” da nossa terra, a escolha mais sensata em termos ambientais.

Outro aspecto a ter em consideração quando se fala de alimentação e ambiente, será o respeito pela sazonalidade dos alimentos. Actualmente, começamos a ter dificuldade em saber a que estação do ano pertence aquilo que consumimos, já que uma grande parte dos alimentos passou a estar disponível durante todo o ano. Degustamos (já sem espanto) cerejas, melão ou uvas pelo Natal e temos à disposição tomate ou feijão-verde durante todo o ano e esquecemo-nos que, para além do conteúdo nutricional dos alimentos fora de época ser diferente, os custos ambientais são bem mais elevados.

Os alimentos muito processados, por outro lado, obrigam a um consumo elevado de energia, resultando frequentemente numa elevada quantidade de desperdícios relacionados com o embalamento. Para além desta questão, preservamos mais o ambiente se reduzirmos a produção de desperdícios alimentares, adequando as porções de alimentos ao nosso apetite, evitando assim sobras desnecessárias.

Preferir uma alimentação rica em alimentos de origem vegetal, produzidos localmente e sempre que possível não embalados, associada a um menor consumo de carne, será um passo importante em direcção a uma alimentação amiga do ambiente, com a vantagem de tender a ser também do ponto de vista nutricional, mais em consonância com as recomendações internacionais para a prevenção das doenças crónicas da civilização."


http://lifestyle.publico.pt/bemestar/294381_escolhas-alimentares-amigas-do-ambiente/1

18 de setembro de 2011

Ecologistas ibéricos manifestam-se pelo encerramento de central nuclear de Almaraz

«“Portugal pode vir a ser afectado, caso ocorra um acidente grave, quer por contaminação das águas, uma vez que a central se situa numa albufeira afluente do rio Tejo, quer por contaminação atmosférica, pela grande proximidade geográfica”, explica a Associação Nacional de Conservação da Natureza. (...)

A central nuclear de Almaraz está em funcionamento desde o início dos anos 80 e deveria ter encerrado em Junho de 2010. No entanto, o Governo espanhol decidiu prolongar a sua actividade por mais dez anos. “A Quercus manifesta grande preocupação com este prolongamento do prazo de funcionamento da central” e “exige que o Governo espanhol cumpra as suas promessas de abandono gradual da energia nuclear e tome a decisão de encerrar esta central a curto prazo”, conclui. (...)

Em Espanha existem seis centrais nucleares em funcionamento, num total de oito reactores (as centrais de Almaraz e Ascó têm dois reactores cada), segundo o Conselho espanhol de Segurança Nuclear. Uma central, José Cabrera, já foi definitivamente encerrada. Estas centrais produzem cerca de 20% da electricidade consumida no país.»

in Público

10 de setembro de 2011

Alterações climáticas


«O homem no gelo

Uma fotografia aérea mostra o famoso desenho de Leonardo da Vinci, "O Homem Vitruviano" recreado pelo artista John Quigley, no gelo do mar no Árctico para chamar a atenção para o degelo no planeta. Foto: Nick Cobbing/Greenpeace/Reuters»

4 de setembro de 2011

Os portugueses estão a evoluir! II

«Portugal é um dos três países com consumidores mais preocupados com as alterações climáticas, conclui um estudo da consultora Nielsen em 51 países.

(...)

“Em Portugal, condições atmosféricas severas com ondas de calor extremo e incomuns no Verão e neve no Inverno, nos últimos anos, têm aumentado a preocupação e a consciencialização do consumidor sobre as questões do aquecimento global e das alterações climáticas”, afirmou o director da Nielsen Portugal, Luís Bio, citado no comunicado.

Segundo as conclusões gerais do estudo, a poluição do ar, com 77 por cento das respostas, e a água, com 75 por cento, lideraram as preocupações, com subidas de seis pontos percentuais na comparação com 2009.

As áreas onde a preocupação está a aumentar mais rapidamente (entre 73 por cento dos consumidores) são o uso de pesticidas, o desperdício de embalagens e a falta de água, indicando um aumento na preocupação entre 16 e 13 pontos percentuais.

Oitenta e três por cento dos consumidores afirmam que é importante que as empresas realizem programas que melhorem o ambiente, mas apenas 22 por cento dizem que pagarão mais por um produto amigo do ambiente.

Entre as tentativas realizadas pelos fabricantes em relação ao ambiente e sustentabilidade, a reciclagem de embalagens e produtos de energia eficientes são vistos como os mais úteis.»

in Público

2 de agosto de 2011

Depois da Terra, usa-se o espaço como lixeira...

Todos os anos 500 toneladas de detritos vão para o espaço.

Falta um aspirador para nos salvar do lixo espacial

Parece que já nem o espaço aguenta a quantidade de lixo enviada...

29 de julho de 2011

Os portugueses estão a evoluir!

Portugueses já separaram este ano mais de 290 mil toneladas de embalagens

«No primeiro semestre deste ano os portugueses separaram para reciclagem 290.613 toneladas de resíduos de embalagens, mais 5,2 por cento em relação ao período homólogo de 2010, revelou a Sociedade Ponto Verde.»

Gosto disto =)

25 de julho de 2011

Alterações climáticas, poluição e consequências...

Já toda a gente sabe as consequências do aquecimento global: aumento do nível médio das águas do mar, perda de costa, perda de biodiversidade,desflorestação... etc. Mas parece que há mais para além disso. Segundo um estudo recente, muitos produtos toxicos acumulados no gelo durante anos estão agora a ser libertados devido ao degelo do Árctico.

Degelo do Árctico está a libertar substâncias tóxicas

Estas substâncias são pesticidas como DDT, PCB's (bifenil policlorados), e Hexaclorobenzeno, são ricos em cloro, daí a sua toxicidade, resistência à degradação e persistência no meio ambiente, sendo por isso conhecidos como POP, poluentes orgânicos persistentes, cujo uso é proibido desde 2004. Estes poluentes podem acumular-se não só no meio ambiente como também no corpo humano, sendo potenciais carcinogénicos.

Isto é o resultado de dois problemas a poluição, e o aquecimento global. Apesar de não poderem ser usados POP hoje em dia, o seu efeito continuará a exercer-se durante muito tempo. Principalmente quando um dos locais que poderiam de certa forma mante-los "afastados" também são destruídos.

12 de julho de 2011

Água de fontes públicas não deve ser consumida

«O Instituto Ricardo Jorge concluiu que "a grande maioria das bicas e fontanários não possui água de qualidade adequada para consumo humano". Instituto analisou 41 fontes em Sintra, mas defende que risco para a saúde pública é extensível a milhares de nascentes espalhadas no país.

"Já o meu avô e o meu pai lá bebiam", "eu sempre bebi esta água e nunca me fez mal". São frases usadas como justificação por muitas pessoas para continuarem a ingerir água dos milhares de fontanários espalhados pelo país, refere Helena Rebelo, coordenadora do Departamento de Saúde Ambiental do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa), coordenadora de um estudo que encontrou nestas nascentes águas com "um elevado risco para a saúde" e onde se diz que "a grande maioria das bicas e fontanários existentes em Portugal não possui água de qualidade adequada para consumo humano".

Estamos em pleno Verão, época de viagens e paragens para refrescar em fontes de beira de estrada. Helena Rebelo não aconselha as pessoas a beberem nestes locais, mesmo que o tenham feito antes sem problemas de saúde associados.

No estudo que coordenou, avaliou 41 fontanários localizados na área de Sintra e "só dois tinham águas em condições de ser bebida e eram muito poucos os que tinham placas a indicá-lo", enquanto 38 se revestiam de "um alto risco para a saúde, podendo desencadear doenças infecciosas".

Helena Rebelo defende que, embora esta não seja uma amostra estatisticamente representativa do país, o alerta de perigo para a saúde pública é extensível a milhares de outras fontes espalhadas pelo país, que, em regra, não são vigiadas. "A maior parte dos fontanários estão ao abandono", lembra, sublinhando que "continuam por definir competências em matéria de gestão e preservação destes recursos hídricos". O estudo foi divulgado recentemente no site da instituição e as amostras de água foram recolhidas entre Fevereiro de 2006 e Abril de 2007.

O estudo conclui que "a grande maioria das bicas e fontanários existentes em Portugal não possui água de qualidade adequada para consumo humano", lê-se, identificando-se como "um problema real de saúde pública que requer a atenção das autoridades de saúde, das autarquias locais e da população em geral".

A investigadora do Insa nota que algumas pessoas até escolhem este tipo de água por oposição à água da rede pública, a qual, apesar de tratada e sujeita a análises regulares, ainda é olhada com desconfiança. O próprio estudo alude à convicção de que "algumas nascentes naturais possuem propriedades terapêuticas". "Ainda existe a ideia de que as águas não tratadas são naturais. Agora o que é natural é bem. É difícil mudar mentalidades", constata.

O problema é que "as fontes de poluição continuam a aumentar". Tanto podem ser uma fossa séptica como pastagens com animais ou rupturas em redes de esgotos. Aliás, a própria agricultura e o uso de pesticidas e fertilizantes colocados no solo podem ser também a origem do problema. Nalgumas fontes foram encontrados nitratos de origem agrícola.

O facto de uma pessoa ter consumido dessa água contaminada e não ter ficado doente não faz dessa água própria para consumo. "Não basta um copo para se ficar doente", alerta, notando ainda que os organismos não reagem da mesma forma e que crianças ou pessoas com doenças pré-existentes e com o sistema imunitário mais vulnerável podem estar propensas a complicações.

A "contaminação microbiológica de origem fecal", que foi encontrada em 87,8 por cento das análises afectadas, incluindo a presença da agora famosa bactéria Escherichia coli, tem como complicação mais comum a gastreenterite, com sintomas como febre, diarreia e vómitos.

Como consequência do trabalho, a autarquia passou a assinalar as fontes com água imprópria para consumo, nota Helena Rebelo, mas o estudo propõe o seu encerramento.»

in Público

7 de julho de 2011

Eurodeputados querem dar aos Estados mais poder de decisão sobre OGM

«A decisão de cultivar ou limitar organismos geneticamente modificados (OGM) deve caber a cada Estado membro da União Europeia, defendeu ontem o Parlamento Europeu, que apoia uma proposta de Bruxelas.

Os eurodeputados “concordam que o cultivo de OGM é uma questão que deve ser tratada por cada Estado-Membro. Mas vai mais longe que a Comissão, prevendo que, para além dos motivos ambientais e de saúde que têm de ser avaliados pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos, os países possam também invocar outros motivos ambientais locais ou regionais, como a resistência aos pesticidas ou a manutenção da biodiversidade local, entre outros”, explica o Parlamento Europeu, em comunicado.

Também devem ser tidos em consideração os impactos socioeconómicos, defende a proposta votada ontem com 548 votos a favor, 84 contra e 31 abstenções.

O documento, que tem ainda de ser negociada com os Estados-Membros, altera uma directiva de 2001 sobre o cultivo de OGM.

Actualmente é autorizado na UE o cultivo de dois OGM: milho MON810 e batata Amflora. Em 2009 foram cultivados 94.800 hectares de milho MON810 em cinco Estados-Membros: Espanha, República Checa, Portugal, Roménia e Eslováquia. A batata Amflora é actualmente cultivada em na Suécia, Alemanha e República Checa.»

in Público

29 de maio de 2011

Residuos de antibioticos na carne

Cá está uma bela oportunidade de usar os conhecimentos aprendidos nas aulas para escrever qualquer coisa para o blog…

O tema é resíduos de antibióticos em carnes de animais.
Há uns anos para cá, felizmente que isso já mudou um pouco, os antibióticos eram dados aos animais indiscriminadamente para tratar as infecções, como profilaxia (para prevenir infecções) e como promotores de crescimento.

O único objectivo é ter lucro máximo… os animais são colocados amontoados e com péssimas condições de higiene, mas os antibióticos vieram resolver o assunto, menos animais doentes, menos animais mortos, e o melhor de tudo é que permitem que os animais engordem mais depressa.

Acontece que este uso indiscriminado de antibióticos tem consequências graves para a saúde humana. Nomeadamente o surgimento de resistências a antibióticos.
Isto é, uma pessoa ingere a carne de um animal que está cheia de resíduos de antibióticos, isto faz com que as bactérias que vivem normalmente no nosso organismo ganham resistência a esses antibióticos. E acontece que as bactérias têm a capacidade de passar essa resistência umas para as outras. Ora, quando uma pessoa tem uma infecção bacteriana e precisa de um antibiótico, este já não vai funcionar, pois a bactéria patogénica já vai ser resistente. É preciso outro antibiótico, e assim por diante até haver bactérias resistentes a praticamente todos os antibióticos conhecidos, ou seja, deixa de haver tratamento.

Mas podem pensar, os medicamentos usados nos animais são diferentes daqueles usados em humanos. E sim, é verdade, no entanto, os antibióticos apesar de não serem os mesmos, são do mesmo grupo, ou seja, são semelhantes. E aqui o que acontece é chamado resistência cruzada, ou seja, a exposição a um antibiótico fornece resistência a esse antibiótico e a outros antibióticos semelhantes.

Um exemplo disso mesmo foi o que aconteceu com a avoparcina e a vancomicina. A avoparcina era um antibiótico usado nos animais, e a vancomicina é um antibiótico de uso hospitalar apenas, ou seja o seu uso é muito restrito, precisamente para evitar resistências. Contudo, começaram a surgir resistências á vancomicina, e a culpa era da avoparcina que davam aos animais e cuja carne era ingerida pelos humanos.

Felizmente que desde 2005, o uso de antibióticos cuja única finalidade era ser promotor de crescimento foi proibido em Portugal. A avorparcina foi proibida nas rações animais, contudo outros antibióticos continuam a ser usados. Resta ainda muito trabalho a fazer.
Infelizmente os problemas das produções intensivas animais não ficam por aqui… mas isso fica para outro post…

Fica aqui um vídeo para vos elucidar melhor..


12 de maio de 2011

Menos educação pode acelerar envelhecimento

«Uma equipa de cientistas associou o envelhecimento celular com o grau de educação da população, concluindo que pessoas com menos escolaridade tinham células mais velhas. Este factor, segundo o artigo publicado recentemente na revista Brain, Behavior, and Immunity, era mais importante do que o nível económico actual das pessoas.
(...)
Os estudos entre a saúde e o estatuto socioeconómico são bem conhecidos. No passado, já se relacionou contextos sociais mais pobres com maiores probabilidades da utilização de tabaco, de menos exercício ou menos acesso a cuidados de saúde de qualidade.

No entanto, o novo estudo mostra que a educação é mais determinante no estado de saúde de uma pessoa a longo prazo, do que o estatuto social actual dessa pessoa ou o ordenado que recebe.
(...)
É difícil perceber quais é que são as raízes desta ligação. O artigo sugere que as pessoas mais educadas são capazes de tomar decisões mais informadas que beneficiam a sua saúde e, por outro lado, têm uma maior capacidade para gerirem o stress e a pressão.»

Notícia completa aqui.

11 de maio de 2011

Água "pura" ou pura charlatisse?

Surgem de vez em quando umas publicidades de jarros e outros sistemas de purificação de água que alegadamente tornam a água mais pura, com melhor sabor, etc.
Utilizam também o argumento que reduzem o calcário, o cloro e os metais pesados que possam estar presentes na água e são prejudiciais à saúde.

Alguns destes produtos usam sistemas de filtração ou de osmose inversa, que o que fazem basicamente é desmineralizar a água.
De facto, a água usada no ferro de engomar, na máquina de lavar roupa, convém ser desmineralizada para evitar depósitos de calcário que podem danificar os aparelhos.
Mas a água que é para beber, NÃO deve ser totalmente desmineralizada pois torna-se prejudicial à saúde.

A água move-se através de uma membrana semi-permeavél por osmose, e passa do meio menos concentrado para o mais concentrado de forma a atingir um equilibrio (isotonicidade).
Já o movimento dos solutos (minerais por exemplo) através de uma membrana semi-permeavel ocorre, por exemplo, por difusao passiva, isto é do meio mais concentrado para o meio menos concentrado de forma a atingir o equilibrio de concentrações.

Quando ingerimos uma água desmineralizada (meio menos concentrado) os minerais do nosso corpo vão ter tendência a passar para essa água (pois seguem o gradiente de concentração) de forma a equilibrar os meios. A água é eliminada conjuntamente com os minerais do nosso corpo. Ora a consequência disso é a desmineralização dos ossos por exemplo.


Já para não falar que a água que chega à torneira das nossas casas é sujeita a análises e controlos de rotina que garantem a qualidade da mesma. Qualquer um pode ver na factura da água os valores paramétricos dos vários compostos analisados, quer químicos quer biológicos.

Como referi anteriormente, só no caso de proteger os electrodomesticos e para a industria estes sistemas são vantajosos. Por rotina, não se deve beber água proveniente destes sistemas devido aos problemas que daí podem surgir.
Certamente os senhores que comercializam estes aparelhos percebem muito de química, mas percebem pouco de biologia...

16 de abril de 2011

Resíduos de antibióticos presentes em rios e águas residuais

"Os resíduos dos antibióticos eliminados pelo organismo humano encontram-se nas águas tanto dos rios como nas águas residuais municipais e é necessário estudar o seu efeito no ambiente e na saúde do homem, defendeu hoje uma investigadora.

Em declarações à agência Lusa, a coordenadora do estudo sobre a presença de resíduos de quatro antibióticos do grupo das fluoroquinolonas em amostras de águas do Centro do país referiu que em Portugal faltam estudos acerca deste tema, conhecimento indispensável para avançar com legislação.

«Há uma grande lacuna, há poucos estudos não só da ocorrência, de verificar os efeitos que têm no ambiente e sem dados dificulta a realização de uma avaliação adequada do risco para o ambiente e para a saúde humana para promover medidas de minimização», apontou Angelina Pena.

A União Europeia tem legislação que exige que se efectue uma avaliação dos riscos potenciais para o ambiente dos medicamentos, referiu.

O trabalho de investigação coordenado por Angelina Pena, do Centro de Estudos Farmacêuticos da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, foi um dos dois distinguidos com o prémio VALORMED 2010, atribuído pela Valormed e pela Universidade Nova de Lisboa.

O prémio pretende promover o desenvolvimento sustentável e a educação em saúde ambiental. O estudo apresenta um trabalho de investigação relativo à monitorização de resíduos de quatro antibióticos do grupo das fluoroquinolonas em amostras de águas do Rio Mondego e de águas residuais de quatro hospitais e da ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) de Coimbra, como informa a VALORMED.

Apesar da «elevada eficiência» das ETAR, com níveis de 90 por cento, «encontramos resíduos deste grupo de antibióticos em quantidades residuais, quer em águas de superfície, quer em águas residuais, municipais e hospitalares», disse Angelina Pena.

No entanto, os dados detectados «são concordantes com o que se passa em outros países europeus», tanto no que respeita à presença deste grupo de antibióticos no ambiente e em águas residuais e águas de superfície, como também na eficiência das estações de tratamento de águas residuais, explicou a investigadora.

«Depois de saber da presença destes fármacos no ambiente, queremos saber qual o possível impacto que podem ter no ambiente e para o homem», apontou Angelina Pena, defendendo a necessidade de continuar os estudos."

Lusa/SOL

10 de abril de 2011

5 de abril de 2011

Desperdício de comida...

«O activista e escritor britânico Tristram Stuart, que luta contra o desperdício de comida, foi distinguido com o Prémio Sofia para o desenvolvimento sustentável, criado pelo autor norueguês do romance “O Mundo de Sofia”, revelaram hoje os responsáveis. No seu livro “Waste: Uncovering the Global Food Scandal”, publicado pela Penguin em 2009, Stuart, activista e escritor britânico de 33 anos, denunciou a imoralidade de deitar fora grandes quantidades de alimentos, quando mil milhões de pessoas sofrem de malnutrição. Segundo Stuart, um terço da comida deitada para o lixo nos Estados Unidos e na Europa bastaria para alimentar todos os famintos. Desde então, Stuart tem ajudado organizações de solidariedade, Governos, empresas e instituições a reduzir os desperdícios de alimentos. “Tristram Stuart recebe o Prémio Sofia 2011 pelos seus contributos inovadores, enérgicos, cheios de humor e altruísmo, para que tomemos consciência de um dos maiores escândalos ambientais e morais: o desperdício de alimentos”, justifica a Fundação. Em cooperação com o jornal “The Guardian”, o activista lançou o projecto “'Food Waste Watchdog”, encorajando as pessoas a tirar fotografias de alimentos que são deitados fora e a reuni-las num site. No ano passado, Stuart co-fundou o “A Taste of Freedom”, um sistema de reciclagem onde a fruta e vegetais que iriam para o lixo passam a ser transformados em sumos ou gelados.~ “Stuart mostra de que forma alterações simples podem ser introduzidas por consumidores, políticos e empresários, a fim de reduzirem drasticamente o lixo”, salienta a Fundação em comunicado. O activista “nota como a ajuda ao desenvolvimento poderia investir nos agricultores locais e nas infra-estruturas agrícolas locais, como armazéns e sistemas de pasteurização, para que os alimentos possam chegar aos mercados antes de se estragarem”. Por semana, cada norueguês deita fora um quilo de comida que poderia ter sido consumida. Isto representa mais de 300 mil toneladas de alimentos desperdiçados pelo país no espaço de um ano, revela a Fundação no seu comunicado. Para demonstrar aquilo que defende, Stuart e dezenas de voluntários prepararam, em Dezembro de 2009, na famosa Praça londrina de Trafalgar, um almoço para cinco mil pessoas com base em ingredientes que teriam sido deitados fora. Fundada em 1997 pelo escritor norueguês Jostein Gaarder e pela mulher, o Prémio Sofia atribui cem mil dólares (70,2 mil euros) de prémio. A cerimónia de entrega do galardão está marcada para 22 de Junho.» in Público

2 de abril de 2011

Água contaminada chega ao Pacífico

«"Hoje, pelas 9h30 [01h30 Lisboa] os trabalhadores descobriram que água com uma radioactividade de cerca de 1000 millisieverts se acumulou numa poça junto ao mar”, adiantou um responsável da Tokyo Electric Power (Tepco), a empresa que explora a central que ficou danificada pelo tsunami de há três semanas no Japão. Um responsável pela área da segurança nuclear do Japão, Hidehiko Nishiyama, confirmou a fuga para o mar. Uma exposição a cerca de 500 millisieverts durante um curto período será suficiente para aumentar o risco de cancro. Segundo Nishiyama, a água está a escapar através de uma fissura nos vasos de contenção da central. “Descobriu-se que os vasos de contenção têm uma fissura de 20 centímetros e que a água escapou por aí”, adiantou a Tepco. A empresa irá agora procurar bloquear a fissura e efectuar análises para avaliar o nível de radioactividade na água do mar. As primeiras medições efectuadas concluíram que, a 300 metros da central, foi detectada no mar uma taxa de iodo radioactivo 4385 vezes superior à normal. A Agência Internacional de Energia Atómica reafirmou, por outro lado, que a situação na central “continua muito grave”.» in Público

25 de março de 2011

Hora do Planeta 2011



«A Hora do Planeta é uma iniciativa da rede WWF que incentiva cidadãos, empresas e governos a apagarem as luzes por uma hora mostrando assim o seu apoio à luta contra as alterações climáticas.

Porquê apagar as luzes?

Antes de mais há que ter consciência que este apagar de luzes por uma hora é meramente um gesto simbólico, mas que pode ser representativo de um elevar da consciência de todos para um problema que é, igualmente, de todos: as alterações climáticas.

A verdade é que este simples gesto, tem despertado em todo o mundo compromissos capazes de ir marcando a diferença numa base diária contínua e tem levado a uma verdadeira mudança de hábitos de vida de cidadãos, empresas e governos que começam a despertar para compromissos válidos e práticos a favor desta luta.

Assim, apagar as luzes:

  • É mostrar que estamos preocupados com o aquecimento do planeta e queremos dar nossa contribuição, influenciando e pedindo acções de redução das emissões e de adaptação às mudanças climáticas, combatendo a desflorestação e conservando os nossos ecossistemas;
  • É um incentivo ao diálogo dos manifestantes entre si e entre esses e os governos e empresas;
  • É um acto que simboliza a eficiência e o uso de todos os recursos com inteligência, responsabilidade e de forma sustentável.»

Ler mais aqui.


24 de março de 2011

Nuclear em Portugal: para quê?

«Em 1976, 15 mil marcharam em Ferrel pelo fim dos trabalhos para a construção de uma central nuclear na localidade – a primeira em Portugal. Posteriormente, em 1984, foi chumbado pelo Conselho de Ministros o então apelidado plano energético nacional, que visava instalar quatro centrais nucleares no país. A última tentativa para implementar o recurso energético sairia também ela frustrada, em 2005.

Carlos Pimenta, ex-secretário de estado do ambiente, assevera que o país não necessita de uma central nuclear para a produção de eletricidade. “Estamos mais do que bem servidos”, declara. Em 2010, a contribuição das energias renováveis para a eletricidade consumida em Portugal atingiu os 53 por cento e Carlos Pimenta acredita que até ao final da década é possível “chegar facilmente aos 70 por cento”, com o terço que resta a “ser muito bem coberto com gás natural”, uma vez que “Portugal tem autonomia na sua importação”.

(...)

Também António Sá da Costa, presidente da direção da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), diz não ser necessária a instalação de uma central nuclear no país, já que “hoje em dia, a energia nuclear só produz eletricidade e Portugal já tem excesso de potência instalada para o consumo que se faz”. Consequentemente, “se fosse produzir eletricidade a partir de uma central nuclear, teria que deixar as centrais existentes”, argumenta António Sá da Costa.

(...)

Carlos Pimenta exerceu o cargo de secretário de estado do ambiente em 1984, aquando da rejeição da proposta para a construção de quatro centrais. Relembra: “os defensores do nuclear diziam que íamos ficar às escuras, que era uma catástrofe para Portugal. O que aconteceu foi um desenvolvimento industrial fantástico em energias renováveis”.

(...)

A questão ecológica
“No final da exploração temos que tomar conta de uma central que tem que ser betonada durante um milhar de anos, pelo menos”, argui António Sá da Costa.
Carlos Varandas explica: “não existem métodos completamente eficientes para tratar os resíduos da radioatividade e há outra dificuldade, que está agora bastante atual, o perigo de um acidente nuclear”. (...) »

in A Cabra

Selecionei apenas as ideias contra-energia nuclear. Mas vale a pena ler a notícia na integra.

21 de março de 2011

"OMS preocupada com nível de radiação nos alimentos no Japão"

«A Organização Mundial de Saúde (OMS) advertiu que a detecção de radiação nos alimentos no Japão, na sequência dos danos provocados pelo sismo na central nuclear de Fukushima, é um problema mais sério do que se tinha inicialmente previsto.

De acordo com o porta-voz da OMS para o Pacífico Oeste, sediado em Manila, Peter Cordingley, a situação “é muito mais séria do que se pensou nos primeiros dias, quando acreditávamos que este tipo de problema se podia limitar a uns 20 ou 30 quilómetros”.

Os níveis de radiação detectados nos legumes, leite, água contaminada e mesmo no pó são superiores ao previsto e atingem explorações distantes, apesar de os funcionários japoneses continuarem a assegurar que estão dentro de níveis não perigosos, acrescentou a mesma fonte, citada pela Reuters. Ainda assim, o próprio Governo japonês já proibiu a venda de leite da zona de Fukushima e de espinafres de uma área próxima e prevê-se que esta semana imponha mais restrições.

O Governo informou que a água daquela zona do país regista níveis de iodo radioactivo três vezes superiores ao limite legal, isto numa população a 40 quilómetros da central nuclear. Mas garantiu que esta constatação não implica um risco iminente para a saúde. No que diz respeito à radioactividade identificada nos vegetais plantados em Gunma, Tochigi e Chiba – zonas próximas de Fukushima – a mesma fonte garante que também não representa uma ameaça para a saúde mas, de todas as formas, pelo menos a venda de espinafres foi suspensa.

Os espinafres, muito comuns na zona, são dos alimentos mais afectados, com níveis de radioactividade 27 vezes superiores aos legalmente estipulados. A decisão de suspender as vendas cabe, contudo, a cada autoridade local e não ao Governo japonês.»

in Público

16 de março de 2011

Desastre Nuclear no Japão

Encontrei este texto no Blog:http://www.dererummundi.blogspot.com/
Penso que é mais uma boa opinião sobre o assunto, que vale a pena ler.


«Segundo o comissário europeu para a energia, Gunter Oettinger, o acidente nuclear no Japão é um Apocalipse. E espera o pior nas próximas horas, até porque a situação parece estar "fora de controlo". A sequência de eventos mostra bem os esforços que foram feitos para impedir o desastre, e o desespero perante a falha dos vários mecanismos de segurança.

Neste momento a situação deve estar, infelizmente, muito perto do nível 7, e muito provavelmente (dado o alarme das reacções da UE e da Rússia) vamos ter de redefinir a escala tendo este acidente como referência máxima.

(...)

A energia nuclear tem este problema sério: é um processo muito perigoso para o homem e muito difícil de controlar quando algo corre mal. E a NATUREZA tem essa característica que o homem insiste em não ter em conta: gera com alguma facilidade sequências de eventos catastróficos que fazem falhar todos os nossos sistemas de segurança. A sequência de eventos no Japão, que conduziram à falha de todos os sistemas de segurança, é verdadeiramente incrível.

Se aliarmos isso à incapacidade humana para aprender com os seus erros, desleixando a segurança em deterimento do retorno económico, verificamos que tudo isto se pode tornar num imenso pesadelo. Iouli Andreev - especialista em segurança nuclear e um dos homens que participaram nas limpezas de Chernobyl depois do desastre de 1986 - disse à Reuters que a ganância da indústria e a influência empresarial sobre a AIEA terão contribuído para o desastre japonês: "Depois de Chernobyl, toda a força da indústria nuclear foi direccionada para esconder o acontecimento, para não manchar a sua reputação."

O problema com as centrais nucleares é esse mesmo: quando algo corre mal rapidamente a coisa se torna num problema GLOBAL de saúde pública e de segurança. Se isto pode acontecer no Japão, que é um país disciplinado, imaginem o que poderá acontecer num país mais caótico e desorganizado que tenha centrais nucleares.»

12 de março de 2011

Desastre Nuclear à vista...

"Cresce o receio de um desastre nuclear no Japão
Este sábado registou-se uma enorme explosão no edifício que alberga o reator número um da central nuclear de Fukushima. Imagens captadas no local mostram destroços atirados a grande distância, depois de uma violenta onda de choque. Um porta-voz do Governo garante que os contentores da central estão a conter a fuga da radioatividade, mas a Agência Nuclear japonesa receia que os contentores possam ter cedido."

Uma desgraça nunca vem só, para além do forte sismo seguido de tsunami que se fez sentir, a destruição causada ainda pode gerar mais problemas... Quando os danos acontecem também nas estaçoes nucleares é melhor por-se bem longe dali... Libertou-se radioactividade que se encontra, segundo as notícias, num nivel 1000 vezes superior ao permitido... E caso o núcleo do reactor rebente devido ao sobre aquecimento, vai piorar...
O sistema de refrigeraçao nao está a funcionar, e na tentativa de evitar um desastre ainda maior a refrigeração esta a ser feita com água do mar, mas não está a resultar...

O Homem pensa que tem tudo sobre controlo, que pode por e dispor da natureza, da química, da física, da biologia...
A energia nuclear é defendida como sendo uma energia limpa, rentavél, controlada. Mas quando o poder sai das maos do Homem, acontecem os desastres... Invisivel, inodora, a radioactividade propaga-se sem darmos conta...
Por muitas vantagens que tenha, é uma maneira muito perigosa de obter energia. Ainda hoje em Chernobyl os níveis de radiação são muitissimo altos, a incidência de cancro aumentou brutalmente, ja para não falar naqueles que morreram no decorrer da explosão...
E como se costuma dizer, não dá o gosto para o desgosto....

http://www0.rtp.pt/noticias/?t=Cresce-o-receio-de-um-desastre-nuclear-no-Japao.rtp&headline=20&visual=9&article=423824&tm=7

10 de março de 2011

Ameaças à Biodiversidade: Abelhas em perigo

«As abelhas, das quais depende mais de metade das culturas agrícolas que alimentam o mundo, estão a desaparecer, “bombardeadas” por ameaças que vão da poluição às doenças, alerta hoje um relatório da ONU. O declínio tornou-se global.»

Poluição, doenças, espécies exóticas, falta de alimento, uso intensivo de pesticidas... Enfim uma panóplia de causas para o desaparecimento desta e de várias outras especies. A perda, ainda que de apenas uma especie, representa uma perda irremediavel para a biodiversidade... Será que é preciso acontecer desgraças destas para que se consciencializem da importancia da biodiversidade e dos riscos que esta corre?

6 de março de 2011

Supermercados e Sustentabilidade

«O Ranking da Greenpeace analisa as práticas de compra e venda de peixe dos retalhistas segundo sete grupos de critérios:
• A existência de uma política de compra e venda de peixe sustentável e a sua robustez
• As medidas adoptadas para excluir o pescado vindo de práticas de pesca e aquacultura insustentáveis ou ilegais
• As medidas adoptadas para apoiar as práticas de pesca e aquacultura sustentáveis
• A política de rastreabilidade dos produtos de peixe
• A etiquetagem dos produtos de peixe
• A existência de espécies da Lista Vermelha da Greenpeace na gama do supermercado
• A transparência das políticas e a informação veiculada aos consumidores
Os supermercados são classificados com uma percentagem de cumprimento com estes critérios, desenvolvidos a partir das recomendações da Greenpeace para pesca e aquacultura sustentáveis e para comercialização de pescado, publicadas no seu site internacional.

As Receitas dos Supermercados em 2010
Resultados do 3º Ranking de Supermercados



Lidl - Simplificando a receita
O Lidl é o retalhista que está mais empenhado em melhorar substancialmente as suas práticas de comercialização de pescado. Desde 2008, o grupo já publicou um resumo da sua Política de Pescado Responsável, passou a informar os clientes sobre as características do peixe que vende e tem vindo a descontinuar progressivamente as espécies de peixe mais vulneráveis ou provenientes dos métodos de pesca mais destrutivos. O Lidl apostou ainda na rastreabilidade a 100%, introduzindo um processo de decisão a priori para o pescado a comercializar, que incorpora critérios de sustentabilidade, e obrigando contratualmente os seus fornecedores a seguir as normas definidas.

Sonae - Uma receita instantânea
No primeiro estudo lançado pela Greenpeace, a Sonae foi o grupo com piores resultados. Desde então, o retalhista tem dado passos largos para recuperar o atraso e definir práticas de comercialização de pescado responsáveis e sustentáveis, desenvolvendo uma política de compra de peixe que tornará pública ainda este ano e definindo medidas concretas a implementar em 2010. A grande aposta da empresa será em melhorar os produtos da sua marca própria, trabalhando activamente com os fornecedores para identificar as opções mais sustentáveis. Contudo, com cerca de 80 grupos de espécies de peixe à venda, 13 dos quais estão na Lista Vermelha da Greenpeace, a Sonae ainda tem bastante caminho por desbravar até poder garantir a sustentabilidade de todo o seu assortimento.

Auchan - Com medidas doseadas
A prestação da Auchan tem sido pautada por melhorias graduais mas seguras. A empresa tem trabalhado para desenvolver uma política de compra e venda de peixe sustentável e identificar as medidas que devem ser adoptadas para assegurar a oferta de uma gama de produtos mais amiga dos oceanos. Em finais de 2009, a Auchan anunciou a suspensão da venda de tubarões ameaçados. No princípio de 2010, publicou a sua recente política de pescado responsável. No entanto, também a Auchan tem cerca de 80 grupos de espécies de peixe à venda nas suas lojas, 12 dos quais constam da Lista Vermelha da Greenpeace, pelo que continua a ter de enfrentar o desafio de conciliar a sua responsabilidade como actor influente no ciclo de consumo, com o desejo de oferecer uma escolha ampla de peixe aos seus clientes.

Dia - Uma receita magra
Os supermercados Minipreço, do braço discount do grupo Carrefour, estreiam este ano a sua presença no Ranking dos Retalhistas. A nível internacional, o grupo Carrefour tem demonstrado vontade em incorporar o princípio de sustentabilidade nas suas operações. No entanto, este compromisso não parece estar a ser replicado no grupo espanhol Dia, adquirido pela Carrefour em 2000. Em Portugal, o Dia continua sem apresentar medidas a adoptar na sua cadeia de supermercados, limitando-se a fornecer uma cópia da sua política de pescado internacional. Ao haver efeitos práticos da adopção da política, estes não são evidentes nas suas lojas ou entre os seus clientes.

Os Mosqueteiros - A fórmula está no segredo
Durante os dois primeiros anos de campanha da Greenpeace em Portugal, a actuação do grupo Os Mosqueteiros ficou marcada pelo silêncio. Este ano, o grupo aceitou colaborar com a Greenpeace e responder ao questionário sobre os critérios de sustentabilidade que regem a empresa. No entanto, o grupo continua sem fornecer um documento comprovativo da política de pescado que afirma ter desenvolvido para os produtos de marca própria e as prateleiras das suas lojas espelham uma realidade contraditória. Com 14 dos 15 grupos de espécies na Lista Vermelha da Greenpeace à venda e sem informação pública sobre as práticas da empresa, o grupo continua na cauda do Ranking.

Jerónimo Martins - Receita em branco
A atitude do braço de distribuição do grupo Jerónimo Martins relativamente à sustentabilidade do pescado que vende, só pode ser classificada como a antítese da transparência. Este é o único retalhista que continua a recusar a responder à Greenpeace - ignorando o apelo de milhares de consumidores para que torne públicas as suas políticas. Com 13 dos 15 grupos de espécies na Lista Vermelha da Greenpeace à venda nos supermercados do grupo e sem informação pública sobre as práticas da empresa, este é o segundo ano consecutivo que o grupo é o pior classificado entre os retalhistas que operam em Portugal.»
Portanto... Já sabem... Não se levem em cantigas..
Porque é que em vez das promoções e talões e cartões, os hipermercados não apostam em publicitar este lado da moeda??

27 de fevereiro de 2011

«O Ataque dos Clones»

«Um lóbi pró-organismos geneticamente modificados (OGM) lançou um relatório onde se congratula pela expansão da área cultivada com transgénicos em 14 milhões de hectares no último ano, o segundo maior aumento de sempre.

opiniao 27 Fevereiro, 2011 - 03:51 Por Ricardo Coelho

O sector da “comida Frankenstein” recentemente gritou vitória de novo. O Serviço Internacional pela Aquisição de Aplicações Agro-biotecnológicas (ISAAA), um lóbi pró-organismos geneticamente modificados (OGM) financiado por empresas como a Monsanto e a Bayer e instituições como o governo dos EUA e a UNESCO1, lançou um relatório onde se congratula pela expansão da área cultivada com transgénicos em 14 milhões de hectares no último ano, o segundo maior aumento de sempre.
O país campeão do cultivo de OGM continua a ser os EUA, com 66,8 milhões de hectares. Segue-se o Brasil e a Argentina, os países para onde a produção de soja transgénica destinada à alimentação de gado está a ser deslocalizada. A lista dos maiores produtores inclui ainda a Índia, o Canadá, a China, o Paraguai, o Paquistão, a África do Sul e o Uruguai. A União Europeia, por seu lado, tem-se destacado como uma resistente à invasão dos OGM, graças à acção de movimentos ecologistas, de consumidores e de agricultores, tendo registado um declínio na área cultivada.
Dados os riscos dos OGM para a saúde, para a sustentabilidade do sector agrícola e para o ambiente, esta é uma má notícia. Vejamos por partes quais são estes riscos.
No que toca à saúde, os defensores dos transgénicos defendem a sua inocuidade para a saúde humana afirmando que não há estudo que comprove o contrário. Mas este argumento inverte o ónus da prova. Na realidade, é aos fabricantes dos OGM que compete demonstrar que estes produtos não causam qualquer risco para a saúde humana. Mas estes estudos não são feitos e ainda hoje escasseiam estudos independentes que permitam averiguar quais os perigos para a saúde do consumo de transgénicos, o que implica que os consumidores destes produtos estão a ser usados como cobaias.
Os riscos para a sustentabilidade do sector agrícola do cultivo de OGM advém da dependência que criam em relação ao fornecedor de sementes. As sementes transgénicas são mais caras que as convencionais, são patenteadas (ou seja, são propriedade de uma empresa), e não podem ser replantadas. Isto significa que os agricultores que optem por cultivar transgénicos são forçados a comprar todos os anos sementes à mesma empresa, conjuntamente com os pesticidas e herbicidas produzidos pela mesma empresa, desaparecendo o hábito milenar de armazenar parte das sementes para semear no ano seguinte.
Este “inconveniente” seria supostamente ultrapassável pela superior produtividade das sementes geneticamente modificadas. O principal argumento para a expansão dos OGM foi, aliás, a sua futura contribuição para a luta contra a fome. Mas a realidade desmente esta promessa, já que os dados disponíveis têm demonstrado que a produtividade da agricultura tende a a não ser mais elevada e até a ser mais baixa quando se cultivam OGM2. Há dois motivos para isto acontecer. O primeiro consiste no facto de o processo de transgénese (introdução de um gene estranho no organismo em causa) diminuir as resistências da planta face ao stress provocado por oscilações no clima, pragas ou deficiências nutritivas. O segundo tem a ver com o atraso temporal inerente ao processo de transgénese. O desenvolvimento de um novo OGM pode demorar vários anos e entretanto podem surgir variedades convencionais mais produtivas.
O maior risco para a agricultura, contudo, consiste na possibilidade de contaminação das culturas por polinização cruzada. Apesar de o cultivo de transgénicos ser limitado por distâncias de segurança mínimas em relação às outras culturas, o facto de que é possível os pólenes viajarem dezenas de quilómetros torna esta medida ineficaz. O risco de contaminação é tal que é praticamente impossível para um agricultor assegurar que os seus produtos serão certificados como isentos de OGM quando o seu cultivo se encontra na vizinhança de cultivos transgénicos. Para a agricultura biológica este é um sério problema, já que a contaminação de uma plantação pode levar à ruína um agricultor que tenha optado por este modo de produção, na medida em que será incapaz de escoar a sua produção pelos canais habituais. Nos EUA a contaminação das sementes atingiu tal proporção que tornou impossível a aquisição de sementes biológicas não importadas.
Sendo a coexistência entre cultivos transgénicos e tradicionais impossível, torna-se um absurdo defender que o Estado não deve intervir na escolha do cultivo pelos agricultores. Teoricamente, o problema poderia ser resolvido nos tribunais: os agricultores que enfrentassem prejuízos económicos por a sua produção ter sido contaminada com OGM poderiam processar as empresas que os comercializam. Mas o que tem acontecido é exactamente o oposto. A Monsanto chega ao ponto de contratar detectives privados para invadir campos de cultivo à procura de indícios dos seus OGM. Caso encontrem sinais de contaminação, processam o agricultor atingido por utilizar a sua patente sem autorização.
Finalmente, há que referir os riscos do cultivo de OGM para o ambiente. A ideia de que os OGM ajudariam a reduzir o uso de pesticidas e herbicidas foi já desmentida pela evidência, na medida em que a utilização destes químicos nos campos cultivados com OGM é semelhante, se não superior, à que se regista nos campos cultivados com sementes convencionais. A excepção são as plantas em que se inseriu um gene de um pesticida mas nestes casos a vantagem é apenas ilusória, já que é a própria planta que liberta o químico em causa. Por outro lado, a introdução de OGM no meio ambiente pelo seu cultivo cria o sério problema de difusão de espécies exóticas e invasoras. Espécies de plantas geneticamente modificadas ou híbridas podem espalhar-se na natureza, competindo com as espécies tradicionais. É inclusivamente possível que espécies de plantas sejam extintas devido à competição das plantas OGM.
Considerando estes riscos, vemos como os transgénicos são apenas mais um exemplo de uma nova tecnologia cujos benefícios apenas existem na mente de quem a vende e cujos custos são suportados pela sociedade. Para termos um sector agrícola capaz de alimentar o mundo sem o envenenar, temos de romper com o modo de produção intensivo, causador de poluição de solos e cursos de água e de variados problemas de saúde, e investir em modos de produção ecológicos, como a agricultura biológica ou a permacultura. Esta opção não implicará a negação do progresso, já que todos os dias são desenvolvidas novas técnicas e novos produtos que permitem aumentar a produtividade da agricultura biológica sem contaminar o meio ambiente. A negação do progresso, pelo contrário, é insistir num modelo de produção ultrapassado.
1 Ver http://www.isaaa.org/inbrief/donors/default.asp
2 A demonstração é dada no relatório de 2008 do International Assessment of Agricultural Knowledge, Science and Technology for Development , um painel intergovernamental formado por quatrocentos cientistas e representantes da sociedade civil e de instituições internacionais como o Banco Mundial, a FAO e a OMS, que durante quatro anos elaborou a mais completa análise do estado da agricultura no mundo que hoje dispomos. As conclusões do painel são claras: os transgénicos no seu objectivo de oferecer uma maior produtividade ou de reduzir o uso de pesticidas e herbicidas e os governos devem privilegiar o investimento na agricultura ecológica de pequena escala. Ver http://www.i-sis.org.uk/GMFreeOrganicAgriculture.php»

9 de fevereiro de 2011

Poluição e Cancro

"Risco de cancro em Pequim desceria para metade com controlo anti-poluição permanente.

Os controlos de poluição colocados em prática em Pequim durante os Jogos Olímpicos de 2008 reduziriam para metade o risco de cancros do pulmão na cidade, se fossem permanentes, segundo um estudo agora divulgado. (...)

Com o ar mais limpo, o risco de cancros reduzir-se-ia em 46 por cento, segundo o estudo, publicado na revista Environmental Health Perspectives. (...)

Os compostos analisados no estudo – os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos – estão ligados à utilização de combustíveis fósseis, especialmente em indústrias com tecnologias antigas, sem medidas adequadas anti-poluição.(...)"

6 de fevereiro de 2011

9 Mil Milhões....

«Em 2050 a população mundial vai atingir novo marco. Seremos nove mil milhões à procura de alimentos, água, habitação e energia. Com conflitos, migrações e o efeito das alterações climáticas para gerir. Soluções, procuram-se.

Gente, gente, gente

O contador não pára. Em Portugal a população está a envelhecer, mas olha-se para lá do país e da Europa e a ideia deixa de ser um número: tudo indica que 2011 é o ano em que chegamos aos sete mil milhões de pessoas. Um artigo no diário britânico Guardian dizia que a comemoração seria a 31 de Outubro, com o nascimento de uma criança no estado de Uttar Pradesh, um dos mais populosos da Índia, com cerca de 194 milhões de habitantes.A escalada continuará pelo menos até 2050, quando, segundo as previsões demográficas, formos nove mil milhões. As Nações Unidas estão a fazer um levantamento extenso das populações dos países para apurar melhor os números de hoje e corrigir previsões. Mas é esta rapidez que assusta. "Se os níveis de fertilidade e de mortalidade que temos hoje não se alterarem, a população mundial vai adicionar mil milhões de pessoas em tempos muito pequenos", disse ao PÚBLICO Hania Zlotnik, Directora da Divisão de População das Nações Unidas.Herdámos este boom do século XX. Em cem anos a população passou dos 1,6 para os 6,1 mil milhões. "O aumento não ocorreu porque as pessoas começaram a reproduzir-se mais; em vez disso (...) deixaram finalmente de morrer como moscas", escreveu o especialista em política económica e demografia Nicholas Eberstadt num artigo na revista Foreign Affairs, onde alertava para as consequências económicas do envelhecimento das populações.No século passado a saúde melhorou, a esperança média de vida passou de 30 para 65 anos e o progresso económico ascendeu no Ocidente. Em contrapartida, a fertilidade diminuiu muito na Europa e em países como o Japão - para níveis em que a população não está a ser reposta. O fenómeno atinge a China devido às políticas de natalidade. Se a Ásia continua a ter os países com maior população (a China e a Índia estão em primeiro e segundo lugares com mais de mil milhões de pessoas cada), a fertilidade está agora na África subsariana. O continente, onde hoje vivem mil milhões de pessoas, vai duplicar o número até 2050.Mas a Terra é capaz de ter tanta gente? "A História da humanidade mostra que já fomos muito poucos, mas fomos sempre capazes de gerir as pessoas que tivemos", observou ao PÚBLICO Jorge Malheiros, especialista em migrações do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa. "O número perfeito [de pessoas] tem que ver com o modelo da sociedade."Depois de 2050, as previsões dizem que pode haver uma quebra na população mundial, ou pelo menos uma estagnação. Prevê-se que vá acontecer nos países emergentes o que aconteceu no mundo ocidental: um desenvolvimento económico acompanhado de uma diminuição de fertilidade. Até lá precisamos de espaço.

Cidades e migrações

Um relatório de Janeiro da Instituição dos Engenheiros Mecânicos intitulado População: Um Planeta, Demasiadas Pessoas?, que abordava as problemáticas deste assunto, alertava para a questão da urbanização. Metade da população mundial vive em cidades, em 2050 será 75 por cento. Se isso é evidente em metrópoles como São Paulo, Pequim ou Nova Iorque, não se pode esquecer África. Em 1950 só Alexandria e o Cairo tinham mais de um milhão de pessoas, no futuro 80 cidades do continente africano vão estar nesta situação."A urbanização é uma resposta ao desenvolvimento económico", afirmou a especialista das Nações Unidas Hania Zlotnik. "Os países mais urbanizados tendem a ser os que estão melhor, um exemplo importante é a China." Segundo Zlotnik, o modelo de desenvolvimento económico que a humanidade inventou passa pela urbanização e não pela manutenção das pessoas no mundo rural. Do ponto de vista ecológico traz vantagens. "Tudo se torna mais eficiente, se as pessoas estiverem agrupadas - é mais fácil fornecer o saneamento, a água, a electricidade", afirmou ao PÚBLICO John Bongaarts, vice-presidente do Conselho Populacional em Nova Iorque, que ajudou a produzir o relatório. Por outro lado, áreas com alta concentração de pessoas permitem deixar espaço livre. Algo que "é fundamental para garantir que alguns ecossistemas sobrevivem e desempenham funções importantes", comentou ao PÚBLICO Francisco Ferreira, especialista em energia e dirigente da associação ambientalista Quercus.Mas Boongarts advertiu para um dos maiores problemas destes grandes agrupamentos urbanos, em que as pessoa migram à procura de um estilo de vida melhor: "Muito do crescimento urbano na África subsariana está a ser feito em bairros da lata. As pessoas vivem miseravelmente, a mortalidade é alta, não há acesso a infra-estruturas, serviços, etc." Parte da solução é melhorar a habitação destes bairros, mas os governos, segundo o especialista, muitas vezes não podem suportar essa despesa.Há a questão da alimentação, um dos maiores problemas que se avizinham: "As pessoas que estão nas cidades também comem, e muitas vezes comem mais produtos que são ecologicamente mais caros de cultivar."

África, o último campo agrícola

A proporção é conhecida, há comida para todos, mas um sétimo da população mundial está subnutrida, uma grande percentagem em África, e o outro sétimo come a mais. Em cima deste problema há o crescimento populacional e o desenvolvimento económico que muda os hábitos alimentares. O Banco Mundial prevê que a necessidade de cereais aumente 50 por cento entre 2000 e 2050 e a necessidade de carne aumente 85 por cento durante este período. Para alimentar todos os animais do sector pecuário já em 2030, será preciso cultivar a mesma área agrícola que alimentava a população humana em 1970."A resposta para os países ricos é sim, eles têm que consumir menos", defendeu Hania Zlotnik. "As dietas são uma coisa fundamental que provavelmente tem que mudar, não só para salvar o planeta, mas porque sabemos que dietas muito ricas em comida animal são más para a saúde das pessoas."Esta pressão já se fez sentir nas crises alimentares nos últimos anos, como a crise do arroz em 2008. No futuro, prevê-se um aumento no valor dos alimentos, que poderá tornar rentáveis espaços para a agricultura que até agora eram marginais, mas vai dificultar a vida às populações pobres, que gastam a maioria do seu rendimento em alimentação. O espaço arável na maioria da Terra está preenchido. A revolução verde permitiu, através dos fertilizantes, pesticidas e das sementes, duplicar várias vezes o rendimento das colheitas, mas esse aumento tem limites. África, contudo, ainda não teve a sua revolução verde. "O desafio é que as mudanças nas técnicas de agricultura em África sejam suficientemente céleres e possam ter em conta a rapidez com que a população está a aumentar e talvez, se tivermos sorte, possam produzir comida para o resto do mundo", explicou Zlotnik. A especialista também referiu a importância da construção de infra-estruturas, acessos, locais de armazenamento dos produtos agrícolas para diminuir a perda de estrago, que ainda é enorme nos países africanos, e, por outro lado, a abrir a possibilidade de os agricultores competirem nos mercados nacionais e internacionais. Foram estas limitações que suscitaram crises alimentares como a da Etiópia em 2003.Maria José Roxo, geógrafa e especialista em desertificação da Universidade Nova de Lisboa, argumentou, por seu lado, que um desenvolvimento agrícola tem de ter em conta os recursos naturais. "Não se pode importar modelos, nem se pode fazer o exagero que se fez nos países desenvolvidos", observou a investigadora ao PÚBLICO. "A agricultura tem que ser muito mais adaptada às condições naturais, sustentável", defendeu.

Onde está a água?

Um dos maiores problemas que esta investigadora detecta actualmente é a degradação dos solos devido à má utilização, ao abuso excessivo de fertilizantes, que pode tornar uma terra estéril e poluir lençóis de água. "Se não tiver solos, não tenho água; quanto mais contaminação de solos tiver no planeta, menos água potável vai existir", admitiu.As cidades podem ajudar a combater a falta de água. Quando a escassez ou as oscilações entre precipitação e períodos secos são cada vez mais demarcadas, o armazenamento de águas pluviais nas casas pode combater esta falta. "Muita da água de chuva que cai não é aproveitada, por isso ainda é possível ser-se muito mais eficiente com o seu uso. É preciso armazenar esta água e aproveitá-la", explicou John Bongaarts.

Novo paradigma energético

O bom aproveitamento dos recursos pode ser a diferença entre a morte e a sobrevivência. Há alimentos que se estragam, água que não é aproveitada e energia mal gasta. De todas as questões, a da energia é a que não está tão directamente relacionada com o aumento demográfico. "Os países que estão a aumentar a população mais rapidamente não são os que estão a consumir mais. Se continuarem pobres e subdesenvolvidos, vão continuar a consumir pouca energia per capita. Não é o que se quer, mas é a realidade", adiantou Zlotnik.Francisco Ferreira concorda - o problema é o mundo desenvolvido. Com ou sem aumento de população, o certo é que os combustíveis fósseis são finitos e estão a acelerar de dia para dia as alterações climáticas. Segundo o ambientalista, é preciso mudar o paradigma da energia. "É preciso apostar na eficiência energética e na redução de consumo, de modo a que continue a haver energia para todos, suportando a mobilidade, electricidade", disse Francisco Ferreira. Isto é importante que aconteça nos países desenvolvidos, de modo a diminuírem o consumo per capita. Por outro lado, é preciso "disciplinar o aumento de consumo de energia dos países emergentes, de forma a não seguirem este caminho".O ambientalista assegura que a nível tecnológico é ainda possível optimizar muito os recursos; depois é necessário passar gradualmente dos combustíveis fósseis para os combustíveis verdes. Para isso deverá melhorar-se a interconectividade entre regiões e países, de modo a fazer coincidir a produção de energia com o gasto. O relatório aponta para a aposta na energia nuclear. Francisco Ferreira acredita que se consegue "perspectivar à escala mundial um fornecimento de energia sem nuclear". Mas acrescenta que não será possível acabar com o nuclear de um dia para o outro.

Gerir um clima imprevisível

Sobre todos estes factores cai um aspecto imprevisível: as alterações climáticas. Na agricultura, um futuro em que a variabilidade do clima é ainda maior vai obrigar os agricultores a estarem preparados. Isso não será possível sem ajuda. "Os agricultores sempre tiveram que lidar com estas oscilações e no mundo desenvolvido eles fazem-no porque têm instituições que os ajudam", comentou Hania Zlotnik, acrescentando que estas instituições têm que ser "expandidas para os locais onde não existem neste momento".As cidades também vão estar sob pressão. Fenómenos como o ciclone Katrina, que em 2005 fustigou Nova Orleães, nos Estados Unidos, ou a precipitação que devastou a serra junto do Rio de Janeiro, no Brasil, no mês passado, não vão acabar. Parte deste problema é que as pessoas são atraídas para as zonas litorais, onde existe um risco acrescido, mas que são mais interessantes do ponto de vista social. "É preciso que as pessoas pensem sobre estes riscos e isso não é muito comum", adiantou Maria José Roxo, explicando que a resolução do problema passa pelo ordenamento do território e por uma cartografia das zonas de risco.Mesmo que as catástrofes não aumentem, com mais densidade populacional o mais certo é haver mais mortes, considerou Zlotnik. "A forma como as pessoas e os governos funcionam é que esperam até as coisas estarem realmente más para se mexerem."»


in Público

5 de fevereiro de 2011

Como tenho estado um bocadinho inerte por aqui, pus um post sobre as escolas com contrato de associaçao noutro blog do qual faço parte há pouco tempo...

http://instrucaoprimaria.blogspot.com/

21 de janeiro de 2011

"2010 confirmado no topo dos anos mais quentes"

«A Organização Meteorológica Mundial confirmou hoje 2010 como o ano mais quente desde que há registos fiáveis, juntamente com 2005 e 1998.
Nominalmente, 2010 foi o mais quente de sempre, com o termómetro global a subir 0,53 graus Celsius acima da média de 1961-1990. Este valor é superior em 0,01 graus e 0,02 graus Celsius aos de 2005 e 1998, respectivamente. Mas a diferença está dentro da margem de incerteza e, por isso, a OMM considera que não há diferença estatística entre os três anos.Já em Dezembro, a OMM anunciara que 2010 estaria entre os três mais quentes desde meados do século XIX, momento a partir do qual dados de termómetros permitem reconstituir com fiabilidade a temperatura média da Terra.“Os dados de 2010 confirmam a significativa tendência a longo prazo de aquecimento da Terra”, afirma Michel Jarraud, secretário geral da OMM, num comunicado. “Os dez anos mais quentes de que há regista ocorreram todos a partir de 1998”, completa.Apesar de ter sido um ano quente a nível global, houve muitas variações regionais. Houve mais calor em África, em partes da Ásia e no Árctico, que em Dezembro apresentou a sua menor superfície gelada de que há registo. Na Rússia, uma avassaladora onda de calor, no Verão, deixou um rasto de fogos e milhares de mortes. Mas em partes da Europa e da Austrália, o frio foi mais marcante. Alguns países europeus tiveram o Dezembro mais frio desde há mais de um século.»

in Público

Para os mais cépticos quanto ao aquecimento global fica aqui esta pequena notícia...

18 de janeiro de 2011

"Emissões de CO2 em Portugal em 2009 abaixo da meta de Quioto"

"As emissões brutas de gases com efeito de estufa em Portugal ficaram em 2009 abaixo da meta nacional para o cumprimento do Protocolo de Quioto. É a primeira vez que isto acontece desde 1998.

Portugal tem direito a emitir o equivalente a 76,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, em média, entre 2008 e 2012. Em 2009, as emissões brutas somaram 75,3 milhões de toneladas, segundo dados preliminares fornecido pelo Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território à agência Lusa. Em 2008, estavam em 78 milhões de toneladas.

As emissões brutas não têm em conta a contribuição das alterações de uso de solo e das florestas. A criação de novos povoamentos florestais, por exemplo, aumenta a capacidade de absorção do CO2 lançado pelas indústrias e automóveis. Incêndios florestais têm o efeito contrário.

A forma de contabilizar esta contribuição ainda não está completamente definida. As estimativas existentes sugerem que apenas em anos com fogos avassaladores – como 2003 e 2005, com 426 mil e 338 mil hectares ardidos – é que a contabilidade das emissões totais foi maior do que a das emissões brutas. Em 2009, as chamas consumiram 87 mil hectares de áreas verdes. Mas apenas 24 mil hectares eram de povoamentos florestais.

Desde 2005 que as emissões de CO2 em Portugal têm vindo a cair, em parte devido a medidas internas, como a aposta nas renováveis, em parte por factores circunstanciais, sobretudo a crise económica.

Para 2010, a associação ambientalista Quercus estima que a fraca utilização das centrais térmicas de Sines e do Pego, que funcionam a carvão, terá evitado o lançamento de quatro milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera.

De acordo com o Ministério do Ambiente, com a redução das emissões, será menor a necessidade estimada de adquirir créditos de CO2 no mercado para cumprir a meta de Quioto para 2008-2012.

Adoptado em 1997 e em vigor desde 2005, o Protocolo de Quioto obriga os países desenvolvidos a reduzirem as suas emissões de CO2 em cinco por cento até 2012, em relação a 1990. As metas são diferenciadas, cabendo à União Europeia uma redução de oito por cento. Internamente, a UE repartiu este esforço entre os Estados-membros. Portugal pode aumentar em 27 por cento as suas emissões."

in Público

15 de janeiro de 2011

Sorri...

Um poema para os desanimados nesta época de exames...


"Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a tua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz"

Charles Chaplin