"As emissões brutas de gases com efeito de estufa em Portugal ficaram em 2009 abaixo da meta nacional para o cumprimento do Protocolo de Quioto. É a primeira vez que isto acontece desde 1998.
Portugal tem direito a emitir o equivalente a 76,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, em média, entre 2008 e 2012. Em 2009, as emissões brutas somaram 75,3 milhões de toneladas, segundo dados preliminares fornecido pelo Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território à agência Lusa. Em 2008, estavam em 78 milhões de toneladas.As emissões brutas não têm em conta a contribuição das alterações de uso de solo e das florestas. A criação de novos povoamentos florestais, por exemplo, aumenta a capacidade de absorção do CO2 lançado pelas indústrias e automóveis. Incêndios florestais têm o efeito contrário.
A forma de contabilizar esta contribuição ainda não está completamente definida. As estimativas existentes sugerem que apenas em anos com fogos avassaladores – como 2003 e 2005, com 426 mil e 338 mil hectares ardidos – é que a contabilidade das emissões totais foi maior do que a das emissões brutas. Em 2009, as chamas consumiram 87 mil hectares de áreas verdes. Mas apenas 24 mil hectares eram de povoamentos florestais.
Desde 2005 que as emissões de CO2 em Portugal têm vindo a cair, em parte devido a medidas internas, como a aposta nas renováveis, em parte por factores circunstanciais, sobretudo a crise económica.
Para 2010, a associação ambientalista Quercus estima que a fraca utilização das centrais térmicas de Sines e do Pego, que funcionam a carvão, terá evitado o lançamento de quatro milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera.
De acordo com o Ministério do Ambiente, com a redução das emissões, será menor a necessidade estimada de adquirir créditos de CO2 no mercado para cumprir a meta de Quioto para 2008-2012.
Adoptado em 1997 e em vigor desde 2005, o Protocolo de Quioto obriga os países desenvolvidos a reduzirem as suas emissões de CO2 em cinco por cento até 2012, em relação a 1990. As metas são diferenciadas, cabendo à União Europeia uma redução de oito por cento. Internamente, a UE repartiu este esforço entre os Estados-membros. Portugal pode aumentar em 27 por cento as suas emissões."
in Público
Sem comentários:
Enviar um comentário