«Em 1976, 15 mil marcharam em Ferrel pelo fim dos trabalhos para a construção de uma central nuclear na localidade – a primeira em Portugal. Posteriormente, em 1984, foi chumbado pelo Conselho de Ministros o então apelidado plano energético nacional, que visava instalar quatro centrais nucleares no país. A última tentativa para implementar o recurso energético sairia também ela frustrada, em 2005.
Carlos Pimenta, ex-secretário de estado do ambiente, assevera que o país não necessita de uma central nuclear para a produção de eletricidade. “Estamos mais do que bem servidos”, declara. Em 2010, a contribuição das energias renováveis para a eletricidade consumida em Portugal atingiu os 53 por cento e Carlos Pimenta acredita que até ao final da década é possível “chegar facilmente aos 70 por cento”, com o terço que resta a “ser muito bem coberto com gás natural”, uma vez que “Portugal tem autonomia na sua importação”.
(...)
Também António Sá da Costa, presidente da direção da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), diz não ser necessária a instalação de uma central nuclear no país, já que “hoje em dia, a energia nuclear só produz eletricidade e Portugal já tem excesso de potência instalada para o consumo que se faz”. Consequentemente, “se fosse produzir eletricidade a partir de uma central nuclear, teria que deixar as centrais existentes”, argumenta António Sá da Costa.
(...)
Carlos Pimenta exerceu o cargo de secretário de estado do ambiente em 1984, aquando da rejeição da proposta para a construção de quatro centrais. Relembra: “os defensores do nuclear diziam que íamos ficar às escuras, que era uma catástrofe para Portugal. O que aconteceu foi um desenvolvimento industrial fantástico em energias renováveis”.
(...)
A questão ecológica
“No final da exploração temos que tomar conta de uma central que tem que ser betonada durante um milhar de anos, pelo menos”, argui António Sá da Costa.
Carlos Varandas explica: “não existem métodos completamente eficientes para tratar os resíduos da radioatividade e há outra dificuldade, que está agora bastante atual, o perigo de um acidente nuclear”. (...) »
in A Cabra
Selecionei apenas as ideias contra-energia nuclear. Mas vale a pena ler a notícia na integra.
Sem comentários:
Enviar um comentário