«O Ranking da Greenpeace analisa as práticas de compra e venda de peixe dos retalhistas segundo sete grupos de critérios:
• A existência de uma política de compra e venda de peixe sustentável e a sua robustez
• As medidas adoptadas para excluir o pescado vindo de práticas de pesca e aquacultura insustentáveis ou ilegais
• As medidas adoptadas para apoiar as práticas de pesca e aquacultura sustentáveis
• A política de rastreabilidade dos produtos de peixe
• A etiquetagem dos produtos de peixe
• A existência de espécies da Lista Vermelha da Greenpeace na gama do supermercado
• A transparência das políticas e a informação veiculada aos consumidores
Os supermercados são classificados com uma percentagem de cumprimento com estes critérios, desenvolvidos a partir das recomendações da Greenpeace para pesca e aquacultura sustentáveis e para comercialização de pescado, publicadas no seu site internacional.
As Receitas dos Supermercados em 2010
Resultados do 3º Ranking de Supermercados
Lidl - Simplificando a receita
O Lidl é o retalhista que está mais empenhado em melhorar substancialmente as suas práticas de comercialização de pescado. Desde 2008, o grupo já publicou um resumo da sua Política de Pescado Responsável, passou a informar os clientes sobre as características do peixe que vende e tem vindo a descontinuar progressivamente as espécies de peixe mais vulneráveis ou provenientes dos métodos de pesca mais destrutivos. O Lidl apostou ainda na rastreabilidade a 100%, introduzindo um processo de decisão a priori para o pescado a comercializar, que incorpora critérios de sustentabilidade, e obrigando contratualmente os seus fornecedores a seguir as normas definidas.
Sonae - Uma receita instantânea
No primeiro estudo lançado pela Greenpeace, a Sonae foi o grupo com piores resultados. Desde então, o retalhista tem dado passos largos para recuperar o atraso e definir práticas de comercialização de pescado responsáveis e sustentáveis, desenvolvendo uma política de compra de peixe que tornará pública ainda este ano e definindo medidas concretas a implementar em 2010. A grande aposta da empresa será em melhorar os produtos da sua marca própria, trabalhando activamente com os fornecedores para identificar as opções mais sustentáveis. Contudo, com cerca de 80 grupos de espécies de peixe à venda, 13 dos quais estão na Lista Vermelha da Greenpeace, a Sonae ainda tem bastante caminho por desbravar até poder garantir a sustentabilidade de todo o seu assortimento.
Auchan - Com medidas doseadas
A prestação da Auchan tem sido pautada por melhorias graduais mas seguras. A empresa tem trabalhado para desenvolver uma política de compra e venda de peixe sustentável e identificar as medidas que devem ser adoptadas para assegurar a oferta de uma gama de produtos mais amiga dos oceanos. Em finais de 2009, a Auchan anunciou a suspensão da venda de tubarões ameaçados. No princípio de 2010, publicou a sua recente política de pescado responsável. No entanto, também a Auchan tem cerca de 80 grupos de espécies de peixe à venda nas suas lojas, 12 dos quais constam da Lista Vermelha da Greenpeace, pelo que continua a ter de enfrentar o desafio de conciliar a sua responsabilidade como actor influente no ciclo de consumo, com o desejo de oferecer uma escolha ampla de peixe aos seus clientes.
Dia - Uma receita magra
Os supermercados Minipreço, do braço discount do grupo Carrefour, estreiam este ano a sua presença no Ranking dos Retalhistas. A nível internacional, o grupo Carrefour tem demonstrado vontade em incorporar o princípio de sustentabilidade nas suas operações. No entanto, este compromisso não parece estar a ser replicado no grupo espanhol Dia, adquirido pela Carrefour em 2000. Em Portugal, o Dia continua sem apresentar medidas a adoptar na sua cadeia de supermercados, limitando-se a fornecer uma cópia da sua política de pescado internacional. Ao haver efeitos práticos da adopção da política, estes não são evidentes nas suas lojas ou entre os seus clientes.
Os Mosqueteiros - A fórmula está no segredo
Durante os dois primeiros anos de campanha da Greenpeace em Portugal, a actuação do grupo Os Mosqueteiros ficou marcada pelo silêncio. Este ano, o grupo aceitou colaborar com a Greenpeace e responder ao questionário sobre os critérios de sustentabilidade que regem a empresa. No entanto, o grupo continua sem fornecer um documento comprovativo da política de pescado que afirma ter desenvolvido para os produtos de marca própria e as prateleiras das suas lojas espelham uma realidade contraditória. Com 14 dos 15 grupos de espécies na Lista Vermelha da Greenpeace à venda e sem informação pública sobre as práticas da empresa, o grupo continua na cauda do Ranking.
Jerónimo Martins - Receita em branco
A atitude do braço de distribuição do grupo Jerónimo Martins relativamente à sustentabilidade do pescado que vende, só pode ser classificada como a antítese da transparência. Este é o único retalhista que continua a recusar a responder à Greenpeace - ignorando o apelo de milhares de consumidores para que torne públicas as suas políticas. Com 13 dos 15 grupos de espécies na Lista Vermelha da Greenpeace à venda nos supermercados do grupo e sem informação pública sobre as práticas da empresa, este é o segundo ano consecutivo que o grupo é o pior classificado entre os retalhistas que operam em Portugal.»
Portanto... Já sabem... Não se levem em cantigas..
Porque é que em vez das promoções e talões e cartões, os hipermercados não apostam em publicitar este lado da moeda??