Não podendo permanecer inerte aos últimos acontecimentos do nosso país (nomeadamente o assunto que todos falam, o triplo homicídio de Torres Vedras), nem aos comentários que emergem destes mesmos acontecimentos, tenho reparado na crueldade e frieza das pessoas, não só do assassíno (como é obvio), mas também das populações indignadas (que não deixam de estar no seu direito) que saiem para ofender, insultar e até agredir os arguídos, e além disso proferir frases como esta que me chocou particularmente: "pessoas destas era atirá-las ao mar logo"...
E muito provavelmente estas pessoas vão todos os domingos à missa e estão muito convencidas que estão a ter a atitude correcta...
Ora vamos pensar logicamente. Se eu vejo as atitudes do meu próximo e não concordo com elas, vou fazer exactamente o mesmo acto que tanto condenei? Vou estar também eu a ter uma atitude condenável, não...? Ah, mas há uma coisa, aquele individuo magoou alguém e portanto merece sofrer... Não estaremos assim a ser piores que o próprio assassino? Pior sofrimento que ficar 20 anos preso? Alias, será essa a melhor forma de lidar com a situação? Excluir ou tratar e reabilitar?
A frieza não se resolve com mais frieza, desprezo e exclusão. Por alguma coisa, uma boa parte dos presos quando sai da cadeia volta a cometer os mesmos crimes. É sinal que não foi tratada a raiz do problema, e que realmente excluir não resolve nada...
22 de julho de 2010
15 de julho de 2010
"(...)Na minha escola, o ensino parou completamente a partir do início de Junho, embora continuássemos a ir lá. Os altifalantes difundiam aos gritos os editoriais do Diário do Povo, e a primeira página do jornal, que tinhamos de estudar todos os dias, era muitas vezes inteiramente ocupada por uma grande fotografia de Mao. Havia uma coluna diária com citações do Grande Líder. Ainda recordo os slogans em grandes letras negras que, depois de terem sido lidos vezes sem conta nas aulas, ficaram para sempre gravados nos mais profundos recessos do meu espírito:«O Presidente Mao é o Sol vermelho dos nossos corações!»«Os pensamentos de Mao Zedong são o nosso cabo salva-vidas!» «Esmaguagaremos quem se opuser ao Presidente Mao!» «Pessoas de todo o mundo amam o nosso Grande Líder o Presidente Mao!» Havia páginas e páginas de comentários laudatórios escritos por estrangeiros, e fotografias de multridões na Europa a tentar comprar as obras de Mao. O orgulho nacional chinês estava a ser mobilizado ao máximo para promover este culto da personalidade.(...)"
Este é só um pequeno excerto do livro Cisnes Selvagens de Jung Chang, que conta a história de 3 mulheres (a pópria autora, a sua mãe e a sua avó) reflectindo também a história tumultuosa da China no século XX.
Vale a pena. (Posso emprestar a quem quiser).
Este é só um pequeno excerto do livro Cisnes Selvagens de Jung Chang, que conta a história de 3 mulheres (a pópria autora, a sua mãe e a sua avó) reflectindo também a história tumultuosa da China no século XX.
Vale a pena. (Posso emprestar a quem quiser).
7 de julho de 2010
"A internet deixa-nos mais inteligentes"
Li hoje uma entrevista no Público a Don Tapscott, investigador, professor universitário, consultor e autor de vários livros. Achei muito curiosa a entevista e passo a citar alguns excertos. A entrevista pode ser lida na integra aqui.
«Há muita gente a defender que as novas tecnologias estão a criar cérebros preguiçosos, a diminuir a capacidade de atenção e de sociabilização. Há até quem tenha escrito que o Google nos está a tornar estúpidos. A sua posição é que todas estas afirmações são erradas?
Acredito que boa parte do impacto da revolução digital na forma como pensamos, colaboramos e trabalhamos ainda é desconhecido. Mas não concordo, em geral, com quem diz isso. Os dados simplesmente não sustentam essas afirmações. Os jovens são mais espertos do que nunca, o QI está ao nível mais alto de sempre, há mais estudantes a licenciarem-se.(...)
Na sua pesquisa não encontrou nenhuma consequência negativa do uso das tecnologias?
Há todo o tipo de problemas. Os jovens precisam de equilíbrio e às vezes perdem-no. A minha mulher é portuguesa e está a visitar família aqui. Um dos miúdos joga videojogos 40 horas por semana. É demasiado. A privacidade também é outro problema. Os jovens expõem demasiada informação.
E isso é um problema ou é simplesmente uma questão de divisão geracional sobre o que é a privacidade?
Há muitas pessoas que não vão conseguir o emprego dos seus sonhos porque alguém os pesquisou e os viu bêbados [numa foto] no Facebook, ou a dizer algo que não deviam.Cada um de nós está a criar uma versão virtual de si próprio. E este eu virtual sabe mais sobre nós do que nós próprios, porque nós não nos lembramos do que dissemos há anos. Isto cria uma situação em que a informação pode ser usada contra a pessoa (...)
Um dos seus elogios aos jovens tem a ver com a existência de valores fortes, nomeadamente políticos. Mas os jovens parecem alheados da política, nem sequer estão a votar muito.
O voluntariado de jovens, tanto do liceu como de universitários, está, em muitos países, num nível recorde. Desde angariar dinheiro para a luta contra o cancro, até voluntariado em partidos políticos, passando por manifestações em favor dos direitos humanos na China. Mas esse é um bom ponto: os dados mostram que os jovens estão a votar menos. Excepto nos EUA. A diferença é que os EUA tiveram um candidato que se dirigiu aos jovens [Barack Obama].
Isso foi por causa das ideias ou pelo facto de Obama ter usado todo o tipo de ferramentas on-line, desde o Twitter ao Facebook?
Ambos. Uma das razões pelas quais os jovens não estão envolvidos nas instituições democráticas é o facto de os modelos estarem errados. Temos um modelo de democracia com 100 anos: "Eu sou um político. Ouçam-me. Votem em mim. E depois vou dirigir-me durante quatro anos a receptores passivos." O cidadão vota, o político governa. Isso está bem para a minha geração. Eu cresci a ser um receptor passivo. Cresci a ver televisão 24 horas por semana, como todos os baby boomers. As escolas transmitiam-me informações e eu era um receptor passivo. Ia à igreja, onde era a mesma coisa. Cresci num modelo de família onde a comunicação funcionava só num sentido [dos pais para os filhos]. Mas estes jovens estão a crescer de forma interactiva, habituados a colaborar e a serem activos.
Muitas das instituições, como a escola e a igreja, ainda têm um modelo de comunicação unidireccional.
Isso está a mudar. Lentamente. Estamos aqui por causa desta iniciativa do e-escola. Isto não é uma questão tecnológica. Algumas pessoas pensam que sim, mas estão enganadas. É uma questão de mudar o modelo de pedagogia, afastá-lo do modelo de transmissão unidireccional. Todas as instituições precisam de mudar: a democracia, a aprendizagem nas escolas, os modelos de trabalho. (...)
Não há o risco de desperdiçarem tempo com essas ferramentas?
O tempo que os jovens passam online não é roubado ao tempo que passam com os amigos, ou em que estão a fazer os trabalhos de casa ou a trabalhar no emprego. É roubado, sobretudo, à televisão. É isso que os dados mostram. Há quem diga que os jovens ainda vêem demasiada televisão. Mas estão a ver menos e estão a ver de forma diferente. Têm o computador ligado e a televisão é música ambiente, ao fundo. Há quem confunda o monitor da televisão com o monitor do computador. Mas têm efeitos opostos em termos de desenvolvimento do cérebro.Se os jovens estão no local de trabalho a desperdiçar tempo no Facebook, isso não é um problema de tecnologia. É um problema de fluxos de trabalho, motivação, supervisão. A minha geração não entende a cultura de colaboração, não entende as novas ferramentas e não entende a nova geração. Os blogues, redes sociais, wikis são o novo sistema operativo das empresas.
(...) Eu comecei a usar computadores quando tinha 25 anos. O período crítico é dos 8 aos 18. E a forma como se passa o tempo nessa idade é, a seguir aos genes, a variável mais importante a determinar o funcionamento do cérebro. Quem passa 24 horas por semana a ser um receptor passivo de televisão tem um determinado tipo de cérebro. Quem passa esse tempo a ser um utilizador activo de informação, tem outro tipo de cérebro, que é um cérebro melhor, mais apropriado ao século XXI.»
«Há muita gente a defender que as novas tecnologias estão a criar cérebros preguiçosos, a diminuir a capacidade de atenção e de sociabilização. Há até quem tenha escrito que o Google nos está a tornar estúpidos. A sua posição é que todas estas afirmações são erradas?
Acredito que boa parte do impacto da revolução digital na forma como pensamos, colaboramos e trabalhamos ainda é desconhecido. Mas não concordo, em geral, com quem diz isso. Os dados simplesmente não sustentam essas afirmações. Os jovens são mais espertos do que nunca, o QI está ao nível mais alto de sempre, há mais estudantes a licenciarem-se.(...)
Na sua pesquisa não encontrou nenhuma consequência negativa do uso das tecnologias?
Há todo o tipo de problemas. Os jovens precisam de equilíbrio e às vezes perdem-no. A minha mulher é portuguesa e está a visitar família aqui. Um dos miúdos joga videojogos 40 horas por semana. É demasiado. A privacidade também é outro problema. Os jovens expõem demasiada informação.
E isso é um problema ou é simplesmente uma questão de divisão geracional sobre o que é a privacidade?
Há muitas pessoas que não vão conseguir o emprego dos seus sonhos porque alguém os pesquisou e os viu bêbados [numa foto] no Facebook, ou a dizer algo que não deviam.Cada um de nós está a criar uma versão virtual de si próprio. E este eu virtual sabe mais sobre nós do que nós próprios, porque nós não nos lembramos do que dissemos há anos. Isto cria uma situação em que a informação pode ser usada contra a pessoa (...)
Um dos seus elogios aos jovens tem a ver com a existência de valores fortes, nomeadamente políticos. Mas os jovens parecem alheados da política, nem sequer estão a votar muito.
O voluntariado de jovens, tanto do liceu como de universitários, está, em muitos países, num nível recorde. Desde angariar dinheiro para a luta contra o cancro, até voluntariado em partidos políticos, passando por manifestações em favor dos direitos humanos na China. Mas esse é um bom ponto: os dados mostram que os jovens estão a votar menos. Excepto nos EUA. A diferença é que os EUA tiveram um candidato que se dirigiu aos jovens [Barack Obama].
Isso foi por causa das ideias ou pelo facto de Obama ter usado todo o tipo de ferramentas on-line, desde o Twitter ao Facebook?
Ambos. Uma das razões pelas quais os jovens não estão envolvidos nas instituições democráticas é o facto de os modelos estarem errados. Temos um modelo de democracia com 100 anos: "Eu sou um político. Ouçam-me. Votem em mim. E depois vou dirigir-me durante quatro anos a receptores passivos." O cidadão vota, o político governa. Isso está bem para a minha geração. Eu cresci a ser um receptor passivo. Cresci a ver televisão 24 horas por semana, como todos os baby boomers. As escolas transmitiam-me informações e eu era um receptor passivo. Ia à igreja, onde era a mesma coisa. Cresci num modelo de família onde a comunicação funcionava só num sentido [dos pais para os filhos]. Mas estes jovens estão a crescer de forma interactiva, habituados a colaborar e a serem activos.
Muitas das instituições, como a escola e a igreja, ainda têm um modelo de comunicação unidireccional.
Isso está a mudar. Lentamente. Estamos aqui por causa desta iniciativa do e-escola. Isto não é uma questão tecnológica. Algumas pessoas pensam que sim, mas estão enganadas. É uma questão de mudar o modelo de pedagogia, afastá-lo do modelo de transmissão unidireccional. Todas as instituições precisam de mudar: a democracia, a aprendizagem nas escolas, os modelos de trabalho. (...)
Não há o risco de desperdiçarem tempo com essas ferramentas?
O tempo que os jovens passam online não é roubado ao tempo que passam com os amigos, ou em que estão a fazer os trabalhos de casa ou a trabalhar no emprego. É roubado, sobretudo, à televisão. É isso que os dados mostram. Há quem diga que os jovens ainda vêem demasiada televisão. Mas estão a ver menos e estão a ver de forma diferente. Têm o computador ligado e a televisão é música ambiente, ao fundo. Há quem confunda o monitor da televisão com o monitor do computador. Mas têm efeitos opostos em termos de desenvolvimento do cérebro.Se os jovens estão no local de trabalho a desperdiçar tempo no Facebook, isso não é um problema de tecnologia. É um problema de fluxos de trabalho, motivação, supervisão. A minha geração não entende a cultura de colaboração, não entende as novas ferramentas e não entende a nova geração. Os blogues, redes sociais, wikis são o novo sistema operativo das empresas.
(...) Eu comecei a usar computadores quando tinha 25 anos. O período crítico é dos 8 aos 18. E a forma como se passa o tempo nessa idade é, a seguir aos genes, a variável mais importante a determinar o funcionamento do cérebro. Quem passa 24 horas por semana a ser um receptor passivo de televisão tem um determinado tipo de cérebro. Quem passa esse tempo a ser um utilizador activo de informação, tem outro tipo de cérebro, que é um cérebro melhor, mais apropriado ao século XXI.»
5 de julho de 2010
Aquecimento global...
"Cinco primeiros meses do ano foram os mais quentes desde 1880"
"Os cinco primeiros meses deste ano foram os mais quentes desde 1880, quando começaram a ser registadas sistematicamente as temperaturas, informa um relatório do norte-americano Centro Nacional de Dados do Clima. Entre Janeiro e Maio, as temperaturas combinadas da terra e dos oceanos estiveram 0,68 graus Celsius acima da média do século XX..."
"... Em contraste, as temperaturas atingiram valores mais baixos do que o normal no Sudeste dos Estados Unidos, na Ásia Central e na Europa Ocidental, tendo a Alemanha tido, este ano, o mês de Maio mais frio desde 1991. Também em Maio, o gelo do Árctico derreteu 50 por cento mais rápido do que o normal para aquele período do ano, assinalou o Instituto norte-americano..."
Quando é que vamos deixar de estar inertes para as questões ambientais?
"Os cinco primeiros meses deste ano foram os mais quentes desde 1880, quando começaram a ser registadas sistematicamente as temperaturas, informa um relatório do norte-americano Centro Nacional de Dados do Clima. Entre Janeiro e Maio, as temperaturas combinadas da terra e dos oceanos estiveram 0,68 graus Celsius acima da média do século XX..."
"... Em contraste, as temperaturas atingiram valores mais baixos do que o normal no Sudeste dos Estados Unidos, na Ásia Central e na Europa Ocidental, tendo a Alemanha tido, este ano, o mês de Maio mais frio desde 1991. Também em Maio, o gelo do Árctico derreteu 50 por cento mais rápido do que o normal para aquele período do ano, assinalou o Instituto norte-americano..."
Quando é que vamos deixar de estar inertes para as questões ambientais?
1 de julho de 2010
Restolho
Geme o restolho, triste e solitário
a embalar a noite escura e fria
e a perder-se no olhar da ventania
que canta ao tom do velho campanário
Geme o restolho, preso de saudade
esquecido, enlouquecido, dominado
escondido entre as sombras do montado
sem forças e sem cor e sem vontade
Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
prá receber daquilo que aumenta o coração
Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
prá receber daquilo que aumenta o coração
Mafalda Veiga
a embalar a noite escura e fria
e a perder-se no olhar da ventania
que canta ao tom do velho campanário
Geme o restolho, preso de saudade
esquecido, enlouquecido, dominado
escondido entre as sombras do montado
sem forças e sem cor e sem vontade
Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
prá receber daquilo que aumenta o coração
Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
prá receber daquilo que aumenta o coração
Mafalda Veiga
Não tenho pressa...
Agora que cai a neblina,
Não tenho pressa,
Sento-me e escrevo
As palavras soltas que no céu
Formam constelações de incerteza
E os pensamentos vazios
Fecham as portas do sonho...
Não tenho pressa, de viver
Não tenho pressa de saber
Que da sorte vive o destino
E o que o mundo busca desenfreado
Se consome na leve brisa de um sopro
Sussurros, imagens, pesadelos...
Não tenho pressa,
Mas o Horizonte teima em fugir
A cada passo que dou
Em busca dele
O percurso é longo...
Na incerteza do horizonte,
Caminho devagar, alheia ao mundo
Porque não tenho pressa de chegar...
Não tenho pressa,
Sento-me e escrevo
As palavras soltas que no céu
Formam constelações de incerteza
E os pensamentos vazios
Fecham as portas do sonho...
Não tenho pressa, de viver
Não tenho pressa de saber
Que da sorte vive o destino
E o que o mundo busca desenfreado
Se consome na leve brisa de um sopro
Sussurros, imagens, pesadelos...
Não tenho pressa,
Mas o Horizonte teima em fugir
A cada passo que dou
Em busca dele
O percurso é longo...
Na incerteza do horizonte,
Caminho devagar, alheia ao mundo
Porque não tenho pressa de chegar...
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